- Caramba! Que tom crítico perante a campanha do PS! Só no dia de hoje, vi um artigo assinado por ti num jornal e um texto no blogue. Já há dias te tinhas "atirado" contra o Edson Athayde.
- Acho que o tom da mensagem do PS está errado. E é mesmo um tanto esquizofrénico: tanto põe nuvenzinhas com ar de harmonia e paz celestial como, de seguida, caras de gente carrancuda a lembrar desgraças. O que as pessoas querem é conhecer as soluções concretas que o PS vai pôr no terreno para resolver os problemas que hoje têm. Em mensagens simples e curtas, facilmente percetíveis. Só isso!
- Mas não achas que, ao criticar abertamente a campanha, podes estar a "fazer o jogo" do adversário?
- Estaria a fazer esse "jogo" se fingisse que achava a campanha eficaz, quando acho que ela não o é. Creio mesmo que é contraproducente! Na minha opinião, quem, involuntariamente, acaba por "fazer o jogo" do adversário e prejudicar o trabalho de António Costa é quem lhe prepara aquelas coisas.
11 comentários:
Esqui Z ofrénico.
Prepara? Ah, ah, ah!
Vai ser assim durante a governação? Quando o bicho pegar, a culpa vi ser de quem ??? Ou isto é um aviso??? Promete ...
Sr. Embaixador,
Não diria melhor.
Democraticamente falando.
Demagogia, trapalhice, torpe improviso, maldicÊncia e... anacronismos, entre outros, têm sido os ingredientes recorrentemente (mal) utilizados pelos partidos e pelos políticos, em campanhas eleitorais.
Aquilo que para mim continua a ser incompreensível, é a enorme capacidade para esquecer que este Lusitano eleitorado demonstra possuir.
A menos que... uma força estranha e secreta, renove a cada eleição a frota dos que votaram mas, atribuindo-lhe o mesmo número de eleitor.
Sei lá... neste pais acontecem coisas tão estranhas... era mais uma... Os russos não mandavam os presos políticos para a Sibéria? Quem me garante que não existe por aí uma organização secrete que arrebanhe os eleitores a seguir às eleições, os transporte para o castelo dos mouros em Sintra, os enfie nas inúmeras galerias subterrâneas que por lá existem e os recolham à saída já com o "reset" à memória, concluido?! Qual teoria da conspiração? Se calhar estou a dizer alguma asneira, querem ver.
Senhor Embaixador
Há muito tempo que não via tanta falta de profissionalismo. Este cartaz agora dos "desempregados há 5 anos" é um autêntico tiro no pé.
Por mim podem continuar, até agradeço,nesse registo, pois a hipótese de termos uma (agradável) surpresa como tiveram os Ingleses, é cada vez mais uma possibilidade.
Um abraço
Com todo o respeito (à Paulo Portas), estou propenso a crer que este tipo de olhar obsessivo e "altamente especializado" para os cartazes são cada vez menos importantes. Vivemos num tempo de mudança nestas coisas. Um exemplo elucidativo, aludido no comentário anterior: as sondagens. As surpresas (grandes surpresas) serão muito prováveis, ao ponto de deixarem de o ser.
um abraço,
josé ricardo
Inteiramente de acordo com a 2ª voz do diálogo. Tanto esforço gasto na elaboração do programa para, agora, em dois deslizes imperdoáveis de um profissional de campanhas(suponho que muito bem pago), conseguir passar para o último plano o que deveria ser a cara da campanha: o programa, "em mensagens simples e curtas, facilmente percetíveis"!
É por estes tiros nos pés (incluindo o do próprio António Costa no seu já célebre discurso na celebração do novo ano chinês)que o PS não descola da coligação nas sondagens. Será que teremos de levar com esta coligação mais quatro anos!? Por favor...
Mais uns tiros no pé :
“A história não é minha. Aquela afirmação é falsa”. É assim que Maria João resume a utilização da sua fotografia colada à frase “Estou desempregada desde 2012, para o governo não existo” num dos polémicos cartazes do PS, em declarações ao Observador. Maria João diz que não estava desempregada e que não disse o que está no outdoor. Mais: acrescenta que quando tirou a fotografia, que viria a aparecer espalhada pelo país nos cartazes do partido, prestava até serviços à Junta de Freguesia de Arroios (socialista) e foi lá que o fotógrafo a apanhou. Mais ainda: diz não ter dado autorização para que a sua cara aparecesse nos cartazes, quer que o partido os retire das ruas e admite processar o PS por uso indevido de imagens. Mas a história com os polémicos cartazes não acaba aqui. Há mais dois casos na mesma junta.
Ao Observador, o PS respondeu dizendo que: “Tratam-se de representações. Apesar de não faltarem exemplos de tantos e tantos casos semelhantes aos denunciados no cartaz, não iríamos expor assim as próprias pessoas e o seu sofrimento. Portanto, embora os cartazes sejam todos relativos a casos reais, as pessoas são figurantes escolhidos e que aceitaram figurar nos cartazes”.
Essa não é a versão de Maria João. Ela conta a sua história dividindo-a em duas partes: a primeira sobre a forma e a segunda sobre o conteúdo.
Do conteúdo. “Eu não estou desempregada desde 2012. Não me podem envolver desta maneira. Aqueles dados, são mentira”, conta ao Observador. Maria João Pinto tem 29 anos e diz que prestava serviço na área da comunicação na Junta de Freguesia de Arroios. No cartaz do PS, a frase que se podia ler associada à sua cara era: “Estou desempregada desde 2012″.
“Estou revoltadíssima”, revela. De 2012 para cá já esteve desempregada e já trabalhou. Mas não estava desde 2012, nem estava quando na quinta-feira passada tirou as fotografias para a campanha do PS. Tinha suspendido o subsídio de desemprego (que recebia apenas desde 2014) para poder abrir atividade e passar recibos à Junta. Mas não quis tirar nova fotografia para ilustrar este artigo justificando não se querer expor mais e por ser “incoerente”. “Se eu quero que retirem, não vou estar a expor-me”. Na sua página do Facebook poucas são as fotos de cara, mas muitos são os comentários de amigos que desde esta quinta-feira a avisaram que tinha o rosto espalhado pelo país. Foi assim que diz que se deu conta do que estava a passar.
Da forma. Essa mesma quinta-feira (dia 30 de julho) foi o último dia em que Maria João esteve na Junta de Freguesia de Arroios. Diz ter sido chamada ao gabinete da presidente da parte da manhã. Conta que Margarida Martins, a presidente da Junta (ex-líder da Abraço, que se candidatou como independente), lhe pediu para tirar “uma foto para a campanha do António Costa” e que foi apanhada de surpresa tanto pelo pedido primeiro, como, logo depois de almoço, pelo aparecimento do fotógrafo. “Foi uma autorização para uma fotografia, mas pensei que haveria o processo a seguir”. Diz que ainda pensou tratar-se de uma fotografia para usar com muitas outras pessoas em cartazes com muitas caras, mas que esperou pelo pedido de autorização. Apesar da autorização verbal para a respetiva foto, Maria diz que não deu autorização para a sua utilização e acrescenta, que muito menos daria autorização se soubesse para o que seria utilizada. “Eu não me exponho e eles expõem-me em outdoors gigantes” e ainda por cima e com “uma frase falsa”. Acresce ainda que a fotografia não foi paga.
http://observador.pt/2015/08/07/esta-historia-nao-e-minha-ps-acusado-de-inventar-historias-dos-cartazes/
Li que o que o PS precisa é ter ideias(novas) e não um novo publicitário; até concordo, e lembro o que disse o Marcelo: Para ele o melhor é fazer-se de morto, até as eleições.
Mas julgo que não era dar tiros nos pés. era mesmo dizer apenas nim.
Leio nos últimos textos do Senhor Embaixador, uma certa preocupação sobre a capacidade do PS a dar a volta às suas incoerências na estratégia para afrontar a coligação. Tem razão: essas incoerências minam o PS. Mas o pior de tudo é a falta de legibilidade no que querem fazer se ganharem as eleições.
E pouco a pouco a sombra de Syrisa, cujo fracasso foi bem explorado pela direita, e as consequências desastrosas do "acordo" imposto pela UE, com o cortejo de misérias nas televisões, que vão da simples impossibilidade de retirar o seu dinheiro para a vida de todos os dias, aos suicídios nas ruas, soa como um aviso aos Portugueses do que os espera se não votarem à direita. E mesmo se não derem a maioria absoluta à direita!
Segundo eles, uma tragédia maior viria assim acrescentar-se a miséria já existente. Voilà o que a Troika quer que seja ressentido pelos Portugueses antes de votarem. E ao ver a confusão táctica do PS nestes últimos tempos, creio que lá dentro também este discurso da Troika teve o seu eco.
Tenho a impressão que a oposição actual recebeu perfeitamente a mensagem que não existe nenhuma política económica alternativa fora daquela que impõe a Troika, isto é, a de Frau Merkel e Schauble. O que quer dizer que o calvário da austeridade deve continuar e mesmo aumentar, qualquer que seja o resultado das eleições. E neste caso, muitos Portugueses vão pensar que, pelo menos, já conhecem o que os que lá estão sabem fazer, e que finalmente os outros não poderão fazer melhor. E se fosse verdade?
As políticas de rigor e de austeridade impostas pela burguesia preparam outras crises mais violentas e menos previsíveis com todas as consequências terríveis para os povos.
Os socialistas já dizem que não são contra o sistema, mas que é o sistema que é contra eles, o que reflicta bem a ambiguidade que consiste a denunciar as consequências do capitalismo ao mesmo tempo que aceitam o sistema que as engendram.
Tudo isto aparece mais como uma reivindicação moral que política. Porque não vejo nada de revolucionário no combate dos socialistas, susceptível de pôr em causa o sofrimento do povo. Na realidade, o socialismo é mais que nunca uma variante da social democracia, que quer gerir uma economia esfarrapada com a mesma politica do passado. Porque lhe é imposta do exterior. Parece-me bem que , faltando-lhe a fibra revolucionária doutros tempos, está condenado a ser um movimento democrata pequeno -burguês aspirando a moralizar e melhorar o capitalismo antes de ser domesticado pela classe dominante.
A história ensina-nos que a burguesia não renuncia jamais aos seus privilégios, que não concede jamais nada por generosidade ou grandeza de alma e que não recua perante nada para salvar os seus interesses. Esta foi a lição de Syrisa e da Grécia.
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