sexta-feira, outubro 05, 2012

Realidade virtual

Não é fácil dizer alguma coisa muito original num debate sobre "Novas aproximações metodológicas para o processo de globalização no século XXI". É um tema complexo, marcado pela interpenetração de teorias, por vezes um tanto dispersas e de discutível fundamento e compatibilidade, em especial para quem, como eu, não vem do mundo académico. Mas temos de convir que um certo "caos" faz sempre parte deste tipo de exercícios, neste caso moderado por um prémio Nobel de Stanford, Robert B. Laughlin.

Neste imenso Forum, que tem lugar em Baku, capital do Azerbaijão, sendo o único português nestes quase 700 participantes, não me arrisco a tentar ser excessivamente criativo, pelo que apenas me dedicarei a sublinhar algumas coisas de bom senso, que justifiquem o convite que me fizeram para aqui vir, na qualidade de representante português na UNESCO.

Este tipo de reuniões é sempre um tempo de encontros inesperados, com conhecidos de outras andanças, a quem, por tradição, tendemos sempre a tratar como velhos amigos, como se comprova pelos generosos abraços trocados. Coisa que voltará a acontecer quando, em futuros contextos, viermos a cruzar com gente com quem agora por aqui trocámos impressões (e e-mails) pela primeira vez. Este é um ritual deste tipo de reuniões, que dá a alguns a impressão de pertencer a uma espécie de tribo, quando, na realidade, apenas fazem parte de um tecido desintegrado de "routiers" da palavra. Uma das comunicações desta manhã define tudo: "Transculturalismo e realidade virtual". É mais ou menos isso.

23 comentários:

Anónimo disse...

E fica tudo dito, e muito bem dito.

patricio branco disse...

sempre vale a pena
(e, pouco original, dado que a alma não é pequena)

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Embaixador, essa terra tem um caviar de primeira ordem. Não deixe de o provar.

Um abraço do CSC

Isabel Seixas disse...

Oh, é sempre original desde que transborde o seu cunho pessoal e a sua autenticidade.

Porque convenhamos o suscitar a curiosidade já o Senhor leva um avanço e ganho invejáveis face à realidade virtual do país que representa...Nesse contexto basta estar... O resto vem por acréscimo.

Anónimo disse...

Quando Francisco Seixas da Costa sugere ao Embaixador (penso que ao Embaixador de Portugal) de se meter no caviar, a coisa vai linda, vai sim senhor!
José Barros  

Francisco Seixas da Costa disse...

Limitei- me a transcrever um comentario de CSC que me chegou por mail.

Anónimo disse...

nesta coisa das realidades virtuais
sugiro
depois da inovacao da bandeira ao contrario

o hino ao contrario

marchar marchar canhoes os contra
lutar patria pela
armas as armas as...

bah!...

continuo a preferir é a maria da fonte

esse é que é um hino!



bh



margarida disse...

Essas 'transcrições' só levam a confusões...
E o caviar, afinal?
Por aqui, já nem sardinha.

patricio branco disse...

com caviar vodka gelada

Francisco Seixas da Costa disse...

Cara Margarida: é mesmo uma transcrição, sem aspas. Eu não uso pseudónimos, salvo nas críticas gastronómicas e numas graças com o "Feliciano da Mata". O que, às vezes, se passa é que certos comentários têm "acrescentos" que não vêm para o caso e, nessa circunstância, faz-se um "copy & paste" da parte útil e publica-se, sob a responsabilidade do dono do blogue ou como "anónimo". Alguns (e algumas) comentadores (as) já "sofreram" esta prática. Desta vez, porém, não foi assim: foi alguém (que conheço bem mas que, até agora, não quis clarificar o seu "CSC") que me enviou um mail e que me autorizou a colocar a nota como comentários. Aqui não há truques: "what you see is what you get"...

margarida disse...

:) if you insist...

Francisco Seixas da Costa disse...

E, já agora, respondo à(s) curiosidade. Como nesta viagem e estadia não gasto um cêntimo de verbas do érario público português, a resposta é simples: há excelente caviar e bom vodka, pronto! Eu sei que isto é quase obsceno, nos tempos atuais, mas que é que posso fazer? Pedir carapaus?

margarida disse...

... e farinha de pau.
:)
Aproveite, pois claro!
Faça-o também por nós!
Ó vida!...

Helena Oneto disse...

Ah:):):)!
carapaus em Baku?!:) quais quê!
Regale-se com o caviar e a vodka que esta vida são dois dias:).
Temos inveja? claro que temos, fosse ela virtual!:):):)

Bon appetit mon cher Ambassadeur!

Anónimo disse...

Coma, claro! Eu até gostaria de voltar a provar caviar também... desde que um polaco me vendeu uma lata de contrabando, com vocka, hà uns bons 20 anos que nunca mais comi!

Anónimo disse...

Cá por mim, prefiro as ovas de sardinha(há em conserva)acompanhadas de um bom Alvarinho,às
de esturjão.Experimentem.

Anónimo disse...

Cá por mim, prefiro as ovas de sardinha(há em conserva)acompanhadas de um bom Alvarinho,às
de esturjão.Experimentem.

Anónimo disse...

Caríssimo FSC
Esta é a opinião da velha senhora:

o que o desgosta tanto assim meu jovem
é não saber quem tem a autoria
daquilo que seus gostos desaprovem
de que talvez sabendo gostaria

Anónimo disse...

CaríssimoFSC
Esta é a opinião da velha senhora:

o que o desgosta tanto assim meu jovem
é não saber quem tem a autoria
daquilo que seus gostos desaprovem
e que talvez sabendo gostaria

Anónimo disse...

A velha senhora deve ter misturado muito vodka no vinho verde - e deu 'isto', que acaba de me ditar ao telefone, com voz insegura (pudera!), a estas horas da madrugada:

universal é a alma minha
de azerbeijão até ao minho
vodka é com ovas de sardinha
e as de esturjão com alvarinho

Isabel Seixas disse...

"Que posso fazer?"in FSC

Olhe senhor embaixador

Por Pi nas obscenidades da velha senhora, nossa amiga e deixar-nos degustar a embriaguês provável na vodka das suas palavras e o sabor requintado do vernáculo caviar...

Principalmente aquando da sua inspiração noite alta e ou de alvorada...

Anónimo disse...

Há sempre alguns prontos para estagar a receita.É esse o papel da "nouvelle cousine".

Anónimo disse...

Nem mais, numa terra de caviar... O dirigente da Região Autónoma da Madeira como o Senhor Embaixador bem sabe estava sempre no topo das reuniões das Zonas Periféricas da Europa... Ele ao tempo era apontado como um exemplo (o que sempre achei que por mérito e muito trabalho) do que se podia fazer para transformar uma região atrasada como a Madeira! Há uns bons anos mesmo com governantes do partido (dele) já tinha problemas. Punham-lhe travão nalgumas andanças em Bruxelas. Ele lá tomava um táxi apetrechado com uns bons vinhos (trazia o ano do vinho coincidente com a data de nascimento do funcionário que pretendia impressionar) e umas toalhinhas bem bordadas para as senhoras mais idóneas e respeitáveis. Alguém (invejoso como no seu "post" do outro dia...)perguntava-me de forma acintosa como é que era possível uma pessoa que vinha sempre negociar mais dinheiro trazer tanto linho e tanto Verdelho? Lembrei-me de o defender com esta: Ele é assim; charuto no Savoy e poncha na Serra d'Água. Verdelho ou Malvasia em Bruxelas que não produz, mas que produzem os teus irmãos! Senhor Embaixador, só lhe fica bem lembrar aos outros aquilo que de bom já conhece pela idade frequência e estatuto.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...