Em 29 de outubro de 1965, ao sair de um almoço da brasserie Lipp, no boulevard Saint-Germain, o oposicionista marroquino Mehdi Ben Barka, foi raptado. Seria mais tarde barbaramente torturado e morto.
Ben Barka foi um democrata que desde muito cedo lutou pela liberdade no seu país e é uma figura por quem nutro grande admiração. A saga do seu rapto e a teia de cumplicidades e interesses que estiveram por detrás do seu assassinato constituem, aliás, um terreno de investigação histórico-político do maior interesse.
Ben Barka foi um democrata que desde muito cedo lutou pela liberdade no seu país e é uma figura por quem nutro grande admiração. A saga do seu rapto e a teia de cumplicidades e interesses que estiveram por detrás do seu assassinato constituem, aliás, um terreno de investigação histórico-político do maior interesse.
Tinha prometido a mim mesmo que, durante estes quatro anos de Paris, tentaria saudar a sua memória, almoçando, na data do seu rapto, no mesmo restaurante. Acabei por conseguir fazê-lo uma única vez, levando comigo dois amigos que partilhavam a mesma recordação.
Ontem, uma vez mais, compromissos profissionais, a que não pude nem quis escapar, impediram-me de celebrar na Lipp (os "connaisseurs" dizem "no Lipp") a memória de Ben Barka.
Resta-me assim deixar uma nota neste blogue.
7 comentários:
e porque não almoçar hoje ou amanhã pelas mesmas razões?
ora aí está uma casa onde um dia gostaria de ir comer
Quando lá passar fá-lo-ei por si. Pela lição de cidadania e de lealdade passados tantos anos,em relação a uma figura histórica que o marcou. Faz lembrar alguns dos nossos dirigentes políticos após o 25 de Abril que na década de 60 também andavam por aí...
Quem poderia estar mais interessado no
assassinato de Ben Barka seria o rei de Marrocos. Mas não penso que a sua ousadia fosse ao ponto de o mandar executar em território francês... sem apoios politicos suficientemente fortes. Não tenho conhecimento de uma qualquer "mea culpa" da França.
Era um periodo onde os assassinatos ficavam impunes. Em fevereiro do mesmo ano era assassinado Humberto Delgado, tambem em território "estrangeiro", mas aqui está mais claro que foi o regime português.
José Barros
"impediram-me de celebrar na Lipp (os "connaisseurs" dizem "no Lipp") a memória de Ben Barka." ...e quem sabe de rever a Kate Moss ! :)
Estava a pensar,
que há pessoas que ficam vinculadas aos lugares onde perecem e a sua alma fica residente como memória de quem a perpetua.
Interessante comemorar os aniversários de morte, de alguém significativo.
Ele há histórias de vida!...
Ao Lipp é o género de brasserie que deve ter visto passar muitos assassinos e as suas vitimas.
Ui... a hora tardia não justifica o erro! Queria dizer "A" Lipp...
Outra é a Brasserie "Chez Jenny" na Place de la République.
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