segunda-feira, junho 28, 2010

Emigrar para Portugal

"E o seu filho, não quer emigrar para Portugal?". A pergunta do antigo presidente Jorge Sampaio deixou sem resposta o senhor Fartaria, que olhou de soslaio o seu filho Isidore, naquela noite em Clermont-Ferrand, aqui há uns anos. A conversa acabou por ter um desfecho feliz.

Isidore Fartaria não "emigrou" para Portugal, mas a sugestão do antigo chefe de Estado acabou por suscitar o seu interesse e levou-o a procurar oportunidades de negócio no seu país de nascimento, de onde saíra com 16 anos, que pudessem dar sequência às inúmeras atividades empresariais em que, entretanto, a família já se envolvera, com sucesso, em França. Como resultado dessa visita e do entusiasmo suscitado para investir no país onde nasceu, o antigo canalizador Isidore Fartaria viria a construiu uma unidade fabril na Marinha Grande, a exemplo das que hoje mantém em Espanha e na ilha da Reunião, complementando assim, desse modo, a sua já diversificada presença empresarial em França.

Há semanas, o presidente da República portuguesa, Aníbal Cavaco Silva, atribuiu a Isidore Fartaria o prémio COTEC Portugal - Associação Empresarial para a Inovação. No passado sábado, tive o gosto de o conhecer pessoalmente em Clermont-Ferrand, onde hoje é uma figura proeminente e muito prestigiada da comunidade de origem portuguesa.

4 comentários:

José Martins disse...

Senhor Embaixador,
Não há regra sem excepção e o senhor Isidore teve sucesso na país onde nasceu.
Mas isso foi há uns anos...
.
Evidentemente que o presidente Jorge Sampaio não poderia dizer isso a todos os emigrantes que de momento, espalhados pelo mundo, deverão ser mais de uns quatro milhões e espaço não havia em Portugal para os acomodar.
Sei de um caso de um empresário que fez fortuna na Austrália e regressou para a investir em Portugal (região de Viseu).

Faliu a empresa que fundou e regressou, novamente, à Austrália e começar de novo vida.

Actualmente sua empresa tem prestígio na área de Sidney e emprega cerca de 800 trabalhadores na construção civil.
Saudações de Banguecoque
José Martins

Adelo disse...

Um bom exemplo na terra dos famosos pneus MICHELIN, em cuja fábrica trabalharam tantos portugueses.
Oena que não haja uma ainda maior presença portuguesa a outros níveis nessa cidade.
Lembro-me por exemplo da "desvalorização consular" que durante muito tempo (e creio que ainda hoje) nem sequer se conhece quem é o titulsr ou rsponsável pelo posto consular português, por razões que não andarão longe da mais rasteira politiquice.

Bento Freire disse...

Como várias vezes o sr. Embaixador aqui assinalou, os portugueses (ou, pelo menos, aqueles que se exprimem publicamente) dividem-se em dois grandes grupos: os choramingas, apocalipticos, pessimistas e afins, sempre achando que Portugal é pior do que eles próprios e não os merece, e os positivos e realistas, a que poderíamos chamar "optimistas".
Se se dá um exemplo de sucesso, logo aparece um exemplo de desastre.
O que se há-de fazer?

Fenêtre du Portugal disse...

A @Bento Freire

Talvez tenha razão. Mas creio que essa característica não é exclusivamente portuguesa, mas humana.

Pensar que se trata de uma característica tipicamente portuguesa, pode ser considerada em si, uma forma de... pessimismo. :-)

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