segunda-feira, maio 04, 2009

"Les Portugais"

A memória dos tempos mais duros da emigração portuguesa para França pode ser ainda penosa para uns, mas é honrosa para todos. E faz e fará sempre parte do nosso património histórico colectivo.

Nesse outro tempo de 1971, Joe Dassin era uma voz que trazia o modo como a França via os portugueses. Ouçam o "Les Portugais" aqui.

6 comentários:

margarida disse...

Ena! Formidável! Não tinha ideia disto! Logo eu, que gostei tanto dele (como todas as pré-adolescentes, à época) e sabia de cor as suas canções – sobretudo ‘et si tu n’existais pas…’ - afinal não sabia de tudo! (e que novidade…) Que giro!...

Da memória evocada existem registos familiares realmente penosos.
De Chaves para o mundo, a partir do início do séc. XX, desde a miragem americana até à promessa africana, passando substancialmente por terras de França.
Dessa luta de sucessivas gerações houve mais sucesso do que o contrário, pelo que o saldo é francamente positivo.
E o orgulho, enorme.

Anónimo disse...

Só mesmo aqui o Embaixador nos trazia à memória estas recordações! Com mil diabos, o Joe Dassin! Já me esquecera do homem. Com aquela voz muito dele, inconfundível. 71! Pois é, o tempo passa, mesmo que não pareça. Vá lá, mas estamos vivos e de boa saúde, é isso que interessa. Vou “clicar” mais tarde, em casa, no Aqui, para o ouvir.
P.Rufino

Helena Sacadura Cabral disse...

O problema foi o envelhecimento da nossa pirâmede etária e o rejuvenescimento da francesa. Hoje Portugal está velho e só conta com os imigrantes para se recompor...
Ninguém parece preocupar-se muito com esta questão e quando derem por ela é capaz de ser muito tarde...

Anónimo disse...

Durante muitos e muitos anos, o sentimento mais vivido pelos emigrantes portugueses de França era o de poderem regressar a Portugal no mais curto espaço de tempo e, em consequência, não se cansavam de reivindicar do Estado português uma eficiente escolaridade para os seus filhos, precisamente para que não se sentissem “estrangeiros” quando regressassem, entre as muitas reivindicações todas no sentido de se manterem ligados ao País. São conhecidas as dificuldades com que o sector associativo frequentemente se debateu e raras vezes encontrou pontos de vista convergentes nesta matéria com as políticas de Lisboa que nos gritavam (embora o não verbalizassem implicitamente) que as prioridades dos governos sucessivos eram que os emigrantes se deixassem estar lá por onde estavam que o País não tinha condições para os receber... Logo a seguir ao 25 de Abril, a prioridade era a de reintegrar os “retornados”; depois enfrentaram-se outras prioridades e outras ainda até que o que era prioritário para os emigrantes deixou de o ser...
José Barros.

Anónimo disse...

O Joe Dassin (mesmo nao sendo do meu gosto) era "un gentille" e cantava "os clichés" num tom "sympathique". Quarenta anos passados, nao penso que o olhar da sociedade seja tao "gentille" como o do J.Dassin. Era Canadiano e por isso mesmo nao tinha sido (ainda) contaminado pela xenofobia ambiente da sociedade francesa, que ha geraçoes perdura. Os Emigrantes nesta sociedade,venham eles dos 4 cantos do mundo,sao olhados com condescendencia. Estejam eles integrados ou nao!

Anónimo disse...

Um "cliché, de facto :-)

Um desses "clichés" que ficam por vezes como pedaços de fotos espalhados pelo universo, que so a eternidade apagarà, e nem disso temos a certeza, porque a "Dama" por vezes é brincalhona :-)


A origem da cançao "le portugais" nao tem porem nada a ver com a vontade de criar um "retrato sociologico" relativo as emigrantes portugueses desses tempos.


Sem querer minimamente alterar a qualidade de um trabalho seja qual for, nem a relatividade da sua qualidade, - visto que todo o trabalho merece respeito - mas unicamente porque sabemos que tudo no mundo envolve anedotas...

A proposito dessa cançao "le portugais" : uns anos depois da sua criaçao, tive a oportunidade de a cantar com o Joe num ambiente privado, intimo e descontraido, cada um de nos com sua viola na mao. (Foi aliàs esse dia que fiquei apaixonado pela violas de 12 cordas).

E fiquei a saber nessa ocasiao, que a dita cançao foi elaborada em poucos minutos, apos um jantar "bem molhado com sumo de uvas", e resulta de uma simples aposta entre amigos.
Dizer mais nao faria sentido.

Tudo tem um inicio
Tudo tem um fim
E tudo tem anedotas :-)

Mario

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...