domingo, maio 10, 2009

Da Costa

Está ainda muito longe da fama de Joaquim Agostinho, mas a vitória que o português Rui Costa - por aqui chamado Da Costa - obteve na importante prova "4 Dias de Dunkerque" abre um tempo novo na imagem do ciclismo português em terras de França.

E, por uma qualquer razão que me escapa, confesso que me agrada ver este nome num podium francês...

5 comentários:

Anónimo disse...

Se me permite...

Se a prova so demora 4 dias, em 4 dias nunca chegarao a Dunkerke...
Mas a Dunkerque, talvez. ;-)


"confesso, agrada-me ver este nome chegar ao podium..."

O tal "culto do nome" !
Afinal, queiramos ou nao, so somos simples humanos :-)

Mario

Anónimo disse...

A emigração portuguesa tem vivido também muitos dissabores na sua faina por estas terras. Por isso os portugueses sempre vibraram com os feitos visíveis de conterrâneos e Joaquim Agostinho trouxe aos portugueses de França muitas emoções o que levou muitos deles a seguirem mais de perto e em maior numero “Le Tour”. O jovem ciclista da Costa receberá também, estou convencido, o carinho da comunidade à medida da sua generosidade.
José Barros.

Anónimo disse...

Curiosamente, ainda não ouvi esse nome por aqui, nos “media” de cá. O que “se compreende” porque, por estas bandas, a única coisa que no deporto importa é o diabo do futebol. É um país triste, nesse aspecto. Os telejornais abrem com futebol, os jornais colocam na sua 1ª página o futebol, os noticiários de rádio abrem com futebol, etc, etc e mais futebol. E vendem-se cada vez mais livros sobre futebol, o jogador tal escreve um, o escândalo tal de futebol dá origem a outro, o treinador tal também manda escrever um, para além das revistas do social, com toda a intriga e vida dos tais rapazes (e sus “muchachas”) do futebol. É futebol e depois futebol e finalmente futebol. Já ganhei uma tal aversão a este tipo de coisas, que sempre que alguém na TV, rádio, etc começa a falar do tema mudo, de imediato, com um forte zip-zap no botão, ou carrego noutro para mudar de estação. É uma aversão generalizada lá por casa a esta doença do futebol.
Temos inúmeros desportistas a fazerem bom trabalho noutras modalidades, mas ninguém e fala nisso. No desporto motorizado, por exemplo, há alguns nomes, desde o “veterano” Pedro Lamy, a Filipe Albuquerque e Álvaro Parente, além do Tiago Monteiro (e outros). Mas ainda mais impressionante é o de um jovem de 14 anos, Miguel Oliveira, que se tem distinguido, com brilhantismo, no motociclismo e que para o ano, já com 15, poderá entrar no campeonato do Mundo, na categoria de 125 cmº e que irá dar – muito – que falar. É um pequeno fenómeno em potência. E por aí fora. Mas, infelizmente, só o futebol conta. É enervante e insustentável, mas é assim! Culturalmente lemos pouco, interessamo-nos pouco e isto hoje já é transversal. A malta não lê, ou lê pouco. Mas percebe muito de futebol e lê muito sobre futebol. Vou a casa de amigos e a certa altura, lá vem um comentário sobre futebol, como se os outros tivessem de entender, ou seguir, o tema. E se um tipo não quer saber, ou não mostra qualquer interesse, ficam atónitos! E, recorde-se, isto num país que nunca ganhou um único campeonato europeu de futebol, ou mundial! E mesmo ao nível de clubes, os resultados são magros. Até na praia a malta joga futebol. E dá-se bolas de futebol a criançada pelos anos, no Natal etc. A Bola é a coisa mais importante neste país.
E assim “cá vamos indo, cantando e rindo” com o futebol na alma. Rapaziada catita!
P.Rufino

João Antelmo disse...

Temo que o seu jovem homónimo venha a ser atingido pela “ síndrome selecção de rugby” e que consiste no seguinte:
se, num qualquer campo de actividade que não seja o futebol (ópera, ciência, automobilismo, pintura, etc.) e a que o público e a comunicação social portugueses votam um enorme desprezo, um lusitano se distingue um pouco e é assinalado pelo estrangeiro, um frémito de patrioteirismo percorre a população e o(s) compatriota(s) é(são) elevados à categoria de “herói(s) do Mar”, passando imediatamente a esperar-se dele que seja o melhor do Mundo.
Como não é muito natural que surjam, num país que não dedica o mais pequeno esforço a trabalhar com método e persistência, com objectivos a médio e longo prazo, praticantes de actividades que possam manter êxitos sustentáveis, a euforia acaba, pouco tempo depois, os nomes dos efémeros “grandes portugueses” são esquecidos, quando não transformados em “loosers” aos olhos dos anteriores “fans”.
Chamo-lhe “síndrome do rugby” porque foi isso que se passou com a Selecção de Rugby: como um grupo de atletas conseguiu perder por menos de 100 pontos de diferença com um qualquer potentado da modalidade e conseguiu ser participante de um campeonato de “meninos crescidos”, dispararam as loas, a TV e os jornais empanturraram-nos de metáforas grandiosas e de imagens mais ou menos burlescas de rituais de orgulho e lágrimas; como era previsível, a coisa durou pouco e, em breve, tudo voltou à normalidade, isto é à penumbra e à rotina.
Os exemplos abundam – na música em que artistas portugueses se tornam populares “de fora para dentro”, no desporto a sério e não no futebol industrial, na literatura…
Claro que há excepções; mas as excepções são exactamente isso, fruto de circunstâncias ou pessoas excepcionais.
É por isso que temo (espero enganar-me) que o nome “Costa”, pelo menos no que se refere ao ciclismo, volte em breve à obscuridade com que a Pátria o tem encarado. E, se não ganhar o próximo Tour ou não ficar, pelo menos, entre os 5 primeiros, ainda se arrisca a ser insultado no Aeroporto da Portela por um “grupo de adeptos indignados” quando regressar…

Anónimo disse...

Caro Anselmo,
Creia-me, estou-me tanto nas tintas para o tal Rugby - onde nunca nos distinguimos internacionalmente – nunca ganhámos nada de importante – e do qual percebo pouco, ou nada, como para essa “coisa” chamada futebol. E, confesso, nunca tive “frémitos” de patriotismo dentro do contexto que refere, tenho noutros, que nos dignificam mais (portugueses que se distinguem no seu trabalho lá por fora, por exemplo). O “velho Manholas” e o seu Regime a cheirar a mofo é que alimentava essas tretas. Comigo não dá. Já os “topo”. Relativamente ao “rapaz” Miguel Oliveira, vá, se puder, “prestando-lhe atenção”. E, talvez, venha a dar-me razão (promete, digo-lhe!). Quanto ao tal “da Costa” que aqui o Embaixador refere – e ainda bem - só lhe desejo o melhor. Muito sinceramente (e bem me lembro do J.Agostinho!) E “no respeitante” ao futebol...muitos golos...é o meu desejo!
P.Rufino

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...