quinta-feira, maio 28, 2009

Delors

Há duas Europas: a de antes de Jacques Delors e a que resultou do seu empenhamento e entusiasmo, parte da qual não lhe sobreviveu.

Hoje, ao final da tarde, no Centro Gulbenkian em Paris, um Delors na sua melhor forma, já sem as limitações das responsabilidades directas e com a frontalidade de quem sabe bem que o que diz conta e pesa, falou-nos do projecto europeu e dos riscos que sobre ele impendem. Mas falou-nos também do optimismo, da esperança e da sua crença no futuro daquele que considera ser o mais bem-sucedido desenho institucional de sempre, em matéria de cooperação entre nações: a União Europeia.

Delors referiu-se, com grande simpatia, a Portugal e aos portugueses, ao "mais bem-conseguido alargamento de sempre" feito pela Europa. É bom ouvir os amigos, e Delors sempre fez questão em ser um bom amigo de Portugal. E, quando foi necessário, juntou os seus actos às suas palavras.

Julgo que muitos saíram hoje da Gulbenkian de Paris com esta ideia: que falta fazem à Europa contemporânea homens como Jacques Delors!

4 comentários:

Anónimo disse...

"Que falta fazem à Europa homens como o Jacques Delors"! digo eu também que nao o ouvi no centro Gulbenkian.
E acrescento: nao deve haver muitos que como ele dao mais importância à "ciência de governar" do que "governar-se" ele mesmo da politica... Provou isso, nomeadamente, quando declarou em 11 de Dezembro de 1994, na emissao "7 sur 7" que nao se candidatava à Presidência da Republica Francesa apesar de ter sondagens muito favoràveis.
José Barros.

Anónimo disse...

Um grande senhor da política europeia. O último Senhor Europa?
P.

Anónimo disse...

Um grande senhor da política europeia. O último Senhor Europa?
P.

Helena Sacadura Cabral disse...

Inteiramente de acordo com José Barros e com o "distinguo" entre a "ciência de governar" e o "governar-se". À bon entendeur salut!

Agostinho Jardim Gonçalves

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