Hoje é dia de Seminário Diplomático. Desde há vários anos, e sob vários modelos, a maioria dos embaixadores e altos funcionários do ministério dos Negócios Estrangeiros, que coincidem em Portugal neste período de festas, junta-se num encontro anual, onde reflectem sobre o trabalho feito e recebem orientações do ministro e de outros dirigentes políticos e da "casa".
Para além deste objectivo, torna-se extremamente interessante, para quem trabalha em postos diferentes e distantes, poder cruzar-se com amigos antigos, convivendo com eles, ainda que por um período muito curto. Durante o ano, trocamos e-mails, alguns telefonam-se, às vezes visitamo-nos nos postos ou encontramo-nos por Portugal. De quando em quando, lemos o que os outros escrevem nas comunicações oficiais para Lisboa. Mas, por mais esforços que façamos, vamo-nos "perdendo" um pouco uns dos outros, deixando de nos ver com a regularidade que a "alimentação" da amizade requer. Esse é um dos "preços" desta profissão.
A carreira diplomática é, em todo o mundo, uma actividade muito exigente, que obriga a mudanças cíclicas de vida, ao afastamento das famílias e a testes constantes sobre a nossa capacidade para trabalharmos em novas realidades. Acarreta, além disso, custos insuperáveis para a vida profissional dos cônjuges e sérias instabilidades para os filhos.
Mas esta foi a carreira que escolhemos e, sem a menor dúvida, os problemas que suscita são - em muito! - suplantados pelos seus imensos aspectos positivos. Ser diplomata constitui um enorme privilégio, não apenas pelas experiências e oportunidades que este tipo de vida proporciona, mas, principalmente, pelo facto de podermos ter o singular orgulho de ser a cara do nosso país em vários lugares do mundo. Gostava que as novas gerações de diplomatas percebessem bem essa honrosa responsabilidade e a fantástica possibilidade que a carreira diplomática lhes concede para servir Portugal.
Mas esta foi a carreira que escolhemos e, sem a menor dúvida, os problemas que suscita são - em muito! - suplantados pelos seus imensos aspectos positivos. Ser diplomata constitui um enorme privilégio, não apenas pelas experiências e oportunidades que este tipo de vida proporciona, mas, principalmente, pelo facto de podermos ter o singular orgulho de ser a cara do nosso país em vários lugares do mundo. Gostava que as novas gerações de diplomatas percebessem bem essa honrosa responsabilidade e a fantástica possibilidade que a carreira diplomática lhes concede para servir Portugal.