Começou a campanha eleitoral no Reino Unido. Daqui a pouco mais de um mês, no dia 7 de maio, quinta-feira, dia normal de semana, os britânicos irão a votos. No dia seguinte, dia 8 de maio, sexta-feira, antes da sessão parlamentar, que começará impreterivelmente às 14 horas, o primeiro-ministro, nomeado pela raínha nessa manhã, estará na Câmara dos Comuns a apresentar, com todo o seu governo, o programa do novo executivo.
Em Portugal as coisas não são assim. Somos um país "rico" que se dá ao luxo de perder meses em campanhas eleitorais caríssimas, com tempos de antena que nos trarão, entre outros, o POUS e outros alienígenas de cujo nome logo nos esqueceremos, até ao próximo sufrágio.
Durante todos estes anos, à boca pequena, ouvimos muitos queixarem-se dos prazos eleitorais. O que suscita uma pergunta: o que é que, no decurso de uma década, fez o senhor presidente da República, tão vocal a pedir consensos, para convencer os partidos a aligeirar os calendários eleitorais? E que iniciativas tiveram levaram a cabo PSD e PS - os outros partidos são meros usufrutuários da visibilidade televisiva - para racionalizarem estes nossos atos eleitorais de extensão terceiro-mundista? Isto tem pouca importância? A indecisão que suspende o país por alguns meses tem mais efeitos deletérios na economia do país do que os feriados que tanto excitaram o governo e os seus mandantes da troika.
8 comentários:
O Francisco Seixas da Costa toma o Reino Unido como modelo mas, na verdade, esse país é um caso muito singular. Veja por exemplo os casos da Bélgica, que esteve mais de um ano ser governo, ou da Alemanha, que aquando das últimas eleições demorou 3 ou 4 meses até ter governo.
O Reino Unido é um caso perfeitamente excecional, derivado (em parte) ao seu sistema eleitoral muito peculiar, que faz com que apenas um de dois partidos possa ser governo. Na generalidade dos outros países, os governos demoram bastante tempo a ser formados.
Somos um país "rico" que se dá ao luxo de perder meses em campanhas eleitorais caríssimas
Dois erros numa só frase. Primeiro, a campanha eleitoral em Portugal só dura duas semanas. Tudo o resto é "pré-campanha", a qual também existe nos outros países. Segundo, a campanha eleitoral no Reino Unido é muito mais cara do que em Portugal, porque cada candidato em cada circunscrição tem que fazer campanha eleitoral independentemente dos restantes, e porque há 650 deputados. Em Portugal, apenas os líderes partidários fazem campanha, o que fica muitíssimo mais barato.
Eu não tomo o RU como modelo, tomo-o como exemplo. Por que não encurtar os prazos para a realização das eleições? O pós-eleições não se pode prever
Caro Luis Lavoura. Percebeu que o "caro" não eram apenas os cartazes. É a "suspensão" do país por meses.
Só uma nota: as eleições serão dia 7. (Não publique o comentário.)
Cumprimentos
Obrigado, Anónimo das 17.49. Mas os erros assumem-se e corrigem-se em público,
Ponderado este caso...a sua repetitividade, parece poder concluir-se: NADA A FAZER.
Este, como tantos outros.
Tantas situações e anomalias, tantas incongruências.
Não que se trate de copiar modelos,
mas como alterar seja o que for, com cinco empresas-partidos bem instaladas a viver do SISTEMA?
Reforma da CRP? Pode esperar.
Reforma da AdmPublica? Pode esperar.
Reformas na Seg&Def? Que se amanhem com menor OE.
PS: há poucos anos, houve em Portugal 3 (três) eleições de âmbito nacional;
Nesse anos, os atrazados moçambicanos, levaram a cabo eleições para dois órgãos políticos, no mesmo dia!
Vale, um dolce farniente em S. Bento,animado por uma ou outra Comissão Parlamentar de Inquérito.
Sr. Embaixador,
Mas em Portugal ainda alguém liga às eleições?
Com a abstenção a rondar os 50%, quase que podemos dizer que cerca de 2-3 milhões decidem por 10 milhões.
A ladainha é sempre a mesma. As promessas que ninguém cumpre e as figuras sempre as mesmas. Veja-se há quanto tempo estão PC, PP, AC, JS,....ligados à política. Ninguém acredita nesta gente.
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