sexta-feira, março 13, 2015

BES

Interrogo-me seriamente sobre a utilidade da comissão parlamentar sobre o BES. Percebo que, para as senhoras e senhores deputados, que, com cara grave, afivelam as suas indignações e se esforçam por mostrar ao país (em ano eleitoral, rende) a utilidade da função que cumprem, isso possa ser tarefa útil. Mas para além do estímulo ao "voyeurisme" sobre os ex-poderosos, ali justamente humilhados, em face da evidência das suas traficâncias, e do observar do desplante e contradições sem consequências de alguns dos depoimentos, o que é que o país ganha com este exercício? Explorar as divergências entre quem, sem exceção, empochou muitos milhões que saltaram dos bolsos dos pobres investidores que agora "assaltam", com todo o direito, as agências do Novo Banco, justifica todo este alarido? Ficamos a conhecer melhor o que por aí anda no mundo das negociatas financeiras? Talvez. E depois? No que me toca, já deixei de acompanhar o exercício. Fico impacientemente à espera da Justiça, a mesma que "engaiola" com toda a facilidade um carteirista do elétrico 28 mas, aparentemente, não tem "espaço" de cela para os "megacarteiristas" de alguma banca. A mesma Justiça que, estranhamente, sobre este caso, não faz o menor "leak" para o "Correio da Manhã". Por que será? Alguém já se perguntou?

8 comentários:

Anónimo disse...

É um desperdício a deputada Maria Mortágua “gastar” a sua classe naquela “antro”…
Quanto aos outros, perece-me bem, e melhor ainda se fosse à porta fechada com todos os inquiridos em simultâneo e gravado em aparelho blindado à destruição por procuradores ou quem quer que seja, para memória presente e futura.
Não se "percebe" é a indireta à justiça e às manhãleaks…

Anónimo disse...

Sr. Embaixador,

Que pergunta a sua!

Interroga-se sobre a Comissão Parlamentar ao BES? E as outras todas?

Não dão nem vão dar em nada. Servem apenas para ocupar tempo aos deputados e rol de assessores e dar tempo de antena ao Canal do Parlamento.

Já faz muito tempo que os Portugueses chegaram a essa conclusão.

Anónimo disse...

"É coisa tão dificultosa acomodar-se a trabalhar para viver, quem está costumado a outra vida, que esta mesma dificuldade é a que inventou a arte e artes de furtar."

Padre António Vieira

Bmonteiro disse...

Efeitos das CP quando surgem:
a)Levantar a auto-estima, mostrar trabalho, dos que nas rotinas legislativas, nunca tiveram tempo para reflectir sobre a realidade;
b)Têm por isso um efeito benéfico para com algum sentimento de culpa deputacional - conforme a Lei das Compensações (da Psicologia);
c)De forma idêntia, quanto aos devios dos banksteres:
Para que servem as grandes empresas de Consultoria?
Para que serve, no contexto da UE e neste domínio, o Banco de Portugal?

Anónimo disse...

Este seu texto é dos melhores exercícios ao nosso - possível - entendimento de todo o "faz de conta" que há muitos anos influencia o nosso país e todos aqueles que se esforçam tanto no seu dia a dia, que não têm tempo de parar para pensar... Muito bom!

opjj disse...

Há 2 situações que não entendo.
1-Todos os depósitos a prazo têm garantia até 100.000€.Pq razão investiram mínimo 50.000€ em acções?
Alguém com 220€ de pensão investe assim ficando sem fundo de maneio para a vida?
2- Pq razão os manifestantes deixam de fora a casa do infractor Ricardo Espirito Santo?
Ontem um vizinho com 87 anos disse-me que tinha neste banco 90.000€ e que não teve problemas.
Os manifestantes já disseram que querem afundar o banco, será assim que recebem o seu dinheiro?
Gente mal aconselhada por quem quer ganhar algum à conta da desgraça alheia.
Cumps.

Bartolomeu disse...

Estas Comissões de inquérito, os inquiridores e os inquiridos, lembram-me um caso que sucedeu com um amigo. Conidenciava-me ele - em conversa de bar e depois de já ter aviado uns quantos uísques - após ter-lhe feito o reparo de que o achava com um ar triste, macambuzio: - Pudera, pá. Nem imaginas o que me aconteceu.
- Então, pá? Estás doente?
- Não, o problema é outro.
- Pá, se quiseres desabafar, estás à vontade, desembucha.
Depois de uns momentos em que me deu a sensação de estar a preparar-se para se atirar de cabeça para dentro do copo do uísque, suspirou fundo, ergueu o tronco e começou.
- Aconteceu-me uma coisa terrível, pá. 3 andares a cima do meu, mora uma morena que é de deixar um tipo a levitar. Sempre que nos encontrávamos no elevador, olhávamos um para o outro, trocávamos sorrisos e conversa de ocasião. A semana passada, quando regressava do emprego, distraí-me e deixei passar o meu andar. Quando o elevador parou no piso dela é que reparei, fiquei encabulado, sem saber o que fazer, até gaguejei. Ela, percebeu o meu desatino e com um sorriso maroto, convidou-me para entrar e beber um copo.
- E tu entraste, evidentemente.
- Sim, claro, entrei, sentei-me na sala, ela serviu-me uma bebida e mal começámos a conversar ela abraçou-me, beijou-me e começou a despir-me enquanto me beijava cada vez com mais entusiasmo. Então, ainda meio atarantado, perguntei-lhe pelo marido. Respondeu-me com uma dentadinha e um riso malandro enquanto me pegava na mão e me conduzia para o quarto.
- Espera lá, pá. Não estou a paerceber a tua angústia, não me vais dizer que chegaste lá e te foste a baixo?
- Não, pá, nada disso. Tudo correu maravilhosamente, ela é uma mulher fugosa e sem tabus, tratou-me esplendorosamente bem.
- Então raios?
- Espera, já te conto tudo.
- Mas... há mais?
- Há! Esse é que é o problema.
- Problema?! Mau, mau...
- Sim; o problema foi quando o marido chegou sem que desse por isso, foi direito ao quarto, e apanhando-me em cima da mulher, não foi de modas... sudomizou-me...
- Porra, pá, não me digas uma coisa dessas... então e depois.
- O depois é que é o problema, pá.
- Imagino... deves ter andado uns bons oito dias sem te conseguires sentar...
- Nada disso, pá!
- Não, então?
- Então... é que desde esse dia, voltei todos os dias a casa da minha vizinha e todos os dias aprece o marido e tudo se repete.
- Bom, cada um é que sabe da sua vida mas, nesse caso, qual é afinal o teu problema?
- O meu problema é não saber se vou lá a casa por causa da minha vizinha ou... pelo marido.

Um Jeito Manso disse...

Embaixador,

Este seu texto está notável: varreu o adro a varapau cá uma pinta!

Só espero que transporte essa genica e audável irreverência para dentro daquele grupo que está para aconselhar o António Costa.

E continue assim, que assim até dá gosto.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...