quarta-feira, março 04, 2015

Indignidade parlamentar

Nunca fui deputado, mas julgo conhecer o essencial da ética de relacionamento entre os parlamentares. Nesse âmbito, para além da vivacidade dos debates, creio que há um código implícito de comportamento que rege as relações entre os eleitos. Nele se insere um mínimo respeito mútuo que, naturalmente, tem um maior rigor quando se trata de figuras cimeiras de qualquer dos grupos políticos.

Hoje, no quadro da polémica sobre as dívidas do primeiro-ministro à Segurança Social, a maioria vetou o envio de perguntas escritas ao chefe do governo. Pense-se o que se pensar deste assunto, PSD e CDS estão no pleno uso das suas faculdades parlamentares so assim procederem. Até aqui, tudo bem.

O que é inadmissível, e de uma baixeza e indignidade política que eu pensava ser impossível de ocorrer, foi ouvir um obscuro deputado social-democrata, de seu nome Adão e Silva, que falava em nome do seu partido no tratamento da questão, inquirir jocosamente sobre se a relutância do PS em utilizar o debate quinzenal para inquirir pessoalmente o dr. Passos Coelho não teria a ver com o facto dos socialistas não confiarem na capacidade do seu líder parlamentar. Já vi o nível das intervenções políticas descer muito, mas a triste realidade surpreende-nos sempre.

É nestas alturas que sinto saudades do tempo em que, com gente desta, isto se resolvia com umas bengaladas.

ps -  Fui agora informado que o "e" em "Adão e Silva" foi um erro do oráculo televisivo. Devo dizer que estava algo perplexo, porque conheço vários "Adão e Silva" e estava a estranhar que este senhor fosse da mesma extração familiar. Afinal é "Adão Silva". Ainda bem!

8 comentários:

Anónimo disse...

Esta escumalha será corrida daqui a 6 meses! Cano de esgoto abaixo.
O actual Parlamento, com esta maioria, desceu a um nível nunca visto! Conto os dias para nos vermos livres destas inqualificáveis criaturas.
João Roza Fernandes

Um Jeito Manso disse...

Sabe uma coisa, Embaixador? Esta sua verve mais solta agrada-me muito mais do que quando escrevia com punhos de renda? Sei que tem a ver com a us reforma das funções diplomáticas mas, ainda assim, poderiam os mil cuidados ter-se colado à escrita. Mas não, a escrita sai agora com uma energia que dá gosto. O que diz é mais directo, mais eficaz, mais genuíno.

Isto quanto à forma (deste e dos outros posts) porque, quanto ao conteúdo, não poderia estar mais de acordo. Essa gentinha que por aí anda precisa mesmo de uma corrida em osso.

Não quer organizar uma acção de protesto: por exemplo, 'o grupo da bengala' apresentar-se nos locais em que Passos Coelho e apaniguados se apresentem?

Vamos nessa?

CORREIA DA SILVA disse...


BARDAMERDA PARA OS PREPOTENTES.















Anónimo disse...


O senhor deputado Adão é useiro e vezeiro nestes comportamentos; aliás, a bancada do PSD (também os há nas restantes, mas ainda assim são mais contidos), está pejada de senhores e senhoras capazes de tudo: a começar na turma dos ex-jotas, como o senhor deputado "aleluia", o tal que nem escrever sabe mas tem coluna no expresso.
Mas o exemplo vem do ministro da defesa: veja-se a forma trauliteira como se tem referido nos últimos dias ao líder do PS: se aquilo tem alguma coisa a ver com a suposta educação esmerada de certa burguesia do Porto, vou ali e já venho.

David Caldeira

Anónimo disse...

O problema é que no Parlamento já ninguém acredita.

Ou os partidos sejam eles quais forem mudam a maneira de fazer política e de representar os Portugueses ou a abstenção será crescente.

E é certo que isto não vai lá com Passos, Costa ou outros que tal.

De políticos profissionais está o País farto.

Anónimo disse...

Olha, olha os complexos de casta a emergir: falta-lhe o "e" para a aristocracia esquerdóide poder aceitá-lo como cidadão e deputado de pleno direito...
Vão-se catar com os vossos complexos de superioridade!

Anónimo disse...

Como vê a extracção familiar faz toda a diferença! Estamos prestes a vê-lo monárquico e a defender o regresso dos Braganças!

António Carinha disse...

ISSILVA
"rodrigo pereira issilva
soares constante issilva
alves bandeira issilva
simões quintino issilva
macedo bastos issilva
sotto mayor issilva
rosado rosado issilva
nunes fernandes issilva
vieira tavares issilva
rebelo teixeira issilva
madeira romão issilva
vicente cabral issilva
nogueira guerra issilva
espírito santo issilva
de maldonado issilva
de lacerda issilva
de moraes issilva
nunes valente issilva
f. lacombe issilva
domingues magalhães issilva
m. athayde issilva
monteiro pires dassilva"

Alexandre O'Neill

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...