terça-feira, novembro 02, 2010

Contraditório

Uma das constatações mais positivas que faço, ao ler alguns comentários a posts publicados neste blogue, é a saudável circunstância de que muitas das pessoas que simpaticamente o continuam a consultar não estão necessariamente de acordo comigo, não se revêem em algumas das ideias que por aqui vou deixando ou que por aqui se intuem.

12 comentários:

Anónimo disse...

Precisamente um dos grandes defeitos das lideranças portuguesas é o pouco caso que é dado ao contraditório, às opiniões divergentes em favor do elogio do chefe ou do "importante" sintetizado na frase "tem v. excelência inteira razão". Com grande prejuízo não só da dignidade como do aperfeiçoamento das ideias. Diga-se que o facto, ou fato, de o autor do blog notar pequeníssimas divergências num mar constante de elogios é disso significativo!
João Vieira

maria isaura carvalho araújo disse...

pois senhor embaixador, eu estou grata. é com enorme prazer que o leio,suponho que desde o princípio,gostava sempre que fosse mais....e.....estou sempre de acordo......nem mais. com os meus cumprimentos

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro João Vieira: por mais que se diga, parece que ninguém acredita, mas a verdade é que a palavra "facto" não sofre nenhuma alteração com o Acordo Ortográfico onde, pelo que me parece divergimos. O Acordo é ortográfico, pelo que não muda nada do que dizemos...

Cunha Ribeiro disse...

Eu acho que também me caberá "a carapuça" da divergência...

Mas queria assinalar a mui abençoada "paciência" com que V. Ex.ª nos lê...

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Cunha Ribeiro: Se alguém está grato sou eu, pela leitura de quem me atura...

Helena Sacadura Cabral disse...

Senhor Embaixador
Cada vez aprecio mais quem não pensa como eu...porque me faz pensar mais.
Mas tirando umas "pequenas divergências" tenho por si grande admiração. Cá em casa - perdõe a ousadia - é considerado o "meu" Embaixador. E este possessivo na minha gente significa grande respeitinho pela opinião materna.
E, julgo que saberá que ou digo o que penso ou não digo mesmo nada. E quando me calo é um silêncio estratégico por causa da posição dos meus infantes. Mas continuo a pensar, claro!

Francisco Seixas da Costa disse...

Cara Dra. Helena: Tenho o privilégio de ter, não apenas excelentes relações com os seus dois (bem diferentes!) "infantes", como de merecer a leitura regular da respetiva progenitora (a palavra é rebuscada demais para dizer Mãe, reconheço!). Que mais pode este pobre blogueiro desejar?

Unknown disse...

Ora aqui está, não um dilema, mas um verdadeiro trilema:

a) Se gosto e digo que gosto, o que acontece ma esmagadora maioria dos textos - sou um lambe botas e o digno diplomata não gosta assi. E, se calhar, de mim.

b) Se não gosto (o que é muitíssimo dificilíssimo) mas digo que gosto sou adepto do jornalismo adversativo contra o qual já aqui apoiei o excelente embaixador. Donde serei inconstante, camaleão e vira-casacas. E, por isso mesmo, se calhar, ele não gosta de mim.

c) Mas como gosto e quiçá deveria dizer que não gosto, isto transforma-se num grande pepineira, sou mentiroso militante e, por isso, se calhar ninguém gosta de mim, a começar pelo Seixas da Costa.

Enfim, abusam de mim, porque sou pequenino.

Anónimo disse...

É, mesmo a comunhão de bens, fica limitada com a "presumida"comunhão de ideias...
As vezes é lei do menor esforço, falta de apetência ao diálogo e promoção de monólogo,
"Comunhão e laxismo de adquiridos";
Subserviência, hierarquia de género,
Receio do embate e de conspurcar o politicamente correto,também hegemonia de bom senso atribuída com justiça... Ah! E muitas vezes a mudez de espanto, ficar sem palavras.

Agora é indiscutível a subida do interesse quando existe o referido.
E o nível nem sempre é necessário ser classificado, podendo situar-se aquém ou além do Ámen.
Isabel Seixas

Anónimo disse...

Caro Embaixador,
Fiquei algo confuso com a resposta dada ao comentador João Vieira, no que ao Acordo Ortográfico respeita. Sendo algo "desatento" quanto ao A.O , ao que parece," facto" escrevia-se, antes do dito, desta forma, ou seja, com um "c" e também se lia como tal, ou seja pronunciando o dito "c". Já "fato", para além de se confundir com fato de homem, o "terno" brasileiro (?), acaba por impedir a pronúncia do tal "c", ou estarei ensonado e a ver mal a coisa? Eu sempre referi facto, sublinhando o "c". E com o A.O como se passa a pronunciar? Estou deveras confuso!
Já quanto ao contraditório, o interessante é ver, sobretudo quando o blogue aborda temas mais sensíveis, o seu autor a publicar alguns curiosos comentários, numa saudável, ainda que por vezes, a roçar alguma acidez, bem críticos daquilo que no Post foi dito, ou,melhor, escrito.
Nisto, quando se inicia um Blogue, uma das receitas para o seu sucesso é ter "jogo de cintura" suficiente para aceitar críticas e opiniões (muitas das vezes bem)divergentes.
Cordialidade!
P.Rufino

Julia Macias-Valet disse...

"Diferendos honestos sao muitas vezes um sinal saudavel de progresso" - Mohandas GHANDI

Obrigada pela opotunidade que nos da de podermos contradizer...todos os dias : )

Blondewithaphd disse...

Afinal, é da discordância entre pessoas inteligentes que nascem as grandes ideias...

Os borregos

Pierre Bourguignon foi, ao tempo em que eu era embaixador em França, um dos grandes amigos de Portugal. Deputado à Assembleia Nacional franc...