terça-feira, junho 12, 2018

Singapura


O encontro entre Trump e Kim Jong Un é a propósito do desmantelamento do programa nuclear militar norte-coreano, do fim das hostilidades entre a Coreia do Norte e os EUA (convém não esquecer que, para Pyongyang, a guerra da Coreia oficialmente não terminou) e da segurança futura das duas Coreias, o que também passa pelo ”phasing out” da presença militar americana na península e pelas garantias que o Japão pretende obter nesse contexto.

Mas este encontro é muito mais do que isso. É também sobre o montante do multimilionário cheque que os norte-coreanos querem receber de Washington. Foi sempre isso que esteve em cima da mesa nas anteriores rondas de contactos, convém lembrar.

Deixo aliás uma imagem da visita apoteótica que Madeleine Albright fez a Pyongyang, em 2000, ao tempo do pai do atual presidente, de que estranhamente pouco se fala por estes dias, como se o diálogo em Singapura tivesse sido o início do degelo entre os dois países, desde a Guerra da Coreia.

3 comentários:

Anónimo disse...

Grande falhanços do Obama e da senhora Clinton.

dor em baixa disse...

Veremos se os EUA aceitam remover as armas nucleares que têm posicionadas na península.
Quanto às garantias que o Japão pretende passarão também pela retirada do armamento nuclear do seu território?

Joaquim de Freitas disse...

Perfeito exemplo do Imperialismo na sua maior expressão.

Trump tem os meios da sua politica: Mais de 8OO bases militares no mundo, envolvendo as fronteiras dos inimigos potenciais e mesmo dos aliados e amigos, uma esquadra em cada oceano, uma moeda universal, uma policia secreta esperta nos golpes de Estado ‘CIA°, e alguns amigos indefectíveis, como Israel, no ponto estratégico.

E sobretudo nenhuma ética, nenhum escrúpulo, ao serviço das oligarquias industrialo-financeiras que o apoiam.

Deu um exemplo de cinismo elevado ao mais alto ponto, quando deixou precipitadamente os seus “aliados e amigos” do G7, países democráticos, depois de os ter insultado, para não chegar atrasado ao encontro com aquele que também insultava ainda há poucas semanas, e que, porque detém a arma nuclear já não é uma ditadura perigosa…mas um amigo para negócios futuros…

Prova evidente, que basta deter uma arma capaz de ameaçar a segurança dos EUA para ser tratado convenientemente.

O Irão, porque não tem a arma, é maltratado…

Grande ajuda à proliferação das armas nucleares, que todos, a partir de agora, procurarão obter.

Ah, se Saddam Hussein e Kadafi tivessem a mesma arma…ainda estariam vivos !

O outro lado do vento

Na passada semana, publiquei na "Visão", a convite da revista, um artigo com o título em epígrafe.  Agora que já saiu um novo núme...