Durante a ditadura, João Abel Manta foi levado a tribunal por ter feito um desenho tido como desrespeitoso para com a bandeira nacional. A palermice patrioteira morreu no ridículo da acusação.
Agora, o surgimento da nossa bandeira com o colorido da diversidade sexual provocou um novo sobressalto conservador, em que me parece evidente um toque de inescapável homofobia.
Em ambos os casos, trata-se de passar mensagens concretas: num caso, denunciar o aproveitamento nacionalista das cantorias, noutro a necessidade do país estar aberto a aceitar a liberdade da opção sexual de cada um.
Ridicularizar a bandeira é uma coisa, não ter cerimónia com ela, sem deixar de a respeitar, é outra. Não perceber a diferença entre as duas coisas é algo que dá pena.
4 comentários:
Senhor Embaixador:
Uma das nossas particularidades como povo é que temos muitos donos da Pátria, extremamente zeladores dos «bons» costumes.
Que, curiosamente, nunca se incomodaram com a extrema miséria de vastas camadas da população em determinados períodos (que o senhor e eu ainda conhecemos), talvez porque esses Portugueses não o fossem realmente, mas sim párias merecedores da sua indiferença.
Uma atitude de desprezo por certos grupos de cidadãos está a ser ensaiada na Itália, com a tentativa de recenseamento dos ciganos, feita por mais outro dono da Pátria.
A que outras se seguirão, certamente, a pérfida imaginação dos Salvinis deste mundo é muito fértil.
No europeu de 2004, realizado em terras pátrias, distribuiam-se bandeiras e bandeirolas com o logótipo do BES. Não me recordo que essa publicidade escarrapachada na bandeira tenha despertado, no nossa ditosa pátria, qualquer dor de cabeça.
Por acaso esta bandeira portuguesa com muitas cores está bem gira. É bem melhor que a verde e vermelha original.
O comentário do Sr. Luís Lavoura revela um grande desprezo pela bandeira nacional.
Com um comentário desses tanto se lhe dá que a bandeira nacional seja com o arco-íris, com o símbolo do Google ou até da Benetton porque o importante é que não tenha o verde e o vermelho original… Que tristeza!
Já agora, os LGBTI aproveitem também a música do hino nacional e modifiquem com letra a gosto. Estamos a cair no ridículo de tudo ser permitido em nome da diferença… mas a deles porque a dos outros é antiquada.
E eu que até era tolerante com esta malta!!!
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