segunda-feira, junho 25, 2018

José Azevedo



Acabo de saber que morreu, aos 84 anos, José Azevedo, consul honorário de Portugal em Manaus. Tive-o ao meu lado quando, em 2005, poucos meses depois de chegar ao Brasil como embaixador, decidi comemorar junto da Comunidade portuguesa no Amazonas o Dia de Portugal. 

Na considerável rede de cônsules honorários de que Portugal dispunha no Brasil, que conheci bastante bem e que reforcei quanto pude, sem nunca me ter arrependido de nenhuma das escolhas feitas, raramente encontrei figuras com o empenhamento de José Azevedo. Dotado de forte personalidade, determinado, com um feitio que, à primeira vista, parecia menos fácil, José Azevedo era um português de corpo inteiro, com forte sentido patriótico. 

Chegado ao Brasil, ido de Portugal com os pais, apenas com um ano de idade, foi um homem que se construiu a si próprio, um empreendedor que juntou imenso sucesso económico a um justo prestígio local. Era proprietário de uma importante rede de distribuição e, desde há muito, exercia cargos de responsabilidade no associativismo empresarial amazonense. 

Pude verificar como era imensamente considerado no seio dos portugueses que servia, bem como das autoridades locais. Recordo-me do orgulho com que me mostrou as instalações do consulado, que pagou do seu próprio bolso, no rés-do-chão do qual tinha organizado uma exposição relembrando a figura de uma personalidade da minha terra, de Vila Real, Emídio Vaz d’Oliveira, também uma destacada figura da comunidade luso-brasileira.

À família de José Azevedo quero deixar expresso o meu pesar pelo seu falecimento.

1 comentário:

Anónimo disse...

Não sei quem o senhor seja, e uma morte é sempre de lamentar. O que sei é que, com poucas excepções (talvez esta seja uma), a velha comunidade portuguesa no Brasil, comendadores, capitães de indústria, benfeitores, etc, fez muito pela má imagem de Portugal nesse país, com os saudosismos do antigo regime e um apego a certos aspectos da cultura portuguesa. Cada um é “patriota” da forma que lhe parece melhor.

Carlos Antunes

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