Cara Isabel BP: A questão do "facto"/"fato" é a maior mistificação denegridora do Acordo Ortográfico. Nada muda nestas duas palavras, sabia? O Acordo é bem simples: escreve-se o que se diz e nada se diz de forma diferente do que antes se dizia. Assim, manter-se-ão: 1. O "fato" (vestuário), dito em Portugal; 2. O "facto" (acontecimento), dito em Portugal; 3. O "fato" (acontecimento), dito no Brasil.
Se bem entendo, mas aqui o Embaixador corrigir-me-á se estiver errado, a aplicação do Acordo Ortográfico será apenas obrigatória na documentação escrita nos organismos do Estado, ministérios, instituições públicas e afins (os "media" só o aplicam, se assim o entederem, por exemplo). Independentemente das diversas considerações, todas elas respeitáveis, sobre o dito Acordo, continuo a achar que uma Língua deve evoluir naturalmente e nunca por decreto. É sobretudo neste aspecto que me distancio daqueles que são a favor do A.O. Não estou contra eles, gostaria de sublinhar, tão só defendo a tal evolução, ou “transformação” natural de qualquer Língua, seja ela a portuguesa, ou outra. Como nunca gostei de espartilhos, confrange-me que se esteja a espartilhar uma Língua. Mas se calhar sou capaz de estar a ser uma espécie de Velho do Restelo. Seja! Bom Ano! P.Rufino
Aliás é no leito do augúrio de adversidade que se mede o otimismo, ainda temos sorte em a crise que se afigura não ser tão má assim... Podia ser pior! Isabel Seixas
Como não tenho o contacto do João Paulo Bessa aproveito a boleia para enviar os desejos de Bom Ano do Fernando Frazão que com ele esteve em Lyon, em Stembro de 2007 na jornada gloriosa dos Lobos contra os All Blacks juntamente com o Raul e o António Catarino. Pena não termos sido apurados para a Nova Zelandia senão...lá estaríamos
Conta-se que antes do acordo anterior a este, num cuartel, o sargento fazia a chamada dos soldados que entrariam de guarda. Assim, chamou: Ignacio da Assumpcao Baptista... Resposta em alto e bom som: prompto meu sargempto.
Afigura-se-me que o Acordo facilitará a aprendizagem da nossa Língua. Francisco F. Teixeira
Ao ver otimo sem o p, ponho-me a imaginar que a reforma ortográfica poderia ter ido mais longe: p.ex. vezinho em vez de vizinho, cantavão em vez de cantavam, eu i tu em vez de eu e tu,u homem em vez do homem, pur em vez de por,o uso do s, ss, ç e z simplificado para reduzir os seus usos, os assentos praticamente eliminados a não ser na vugal final Quanto aos franceses, deviam escrever farmaci e os ingleses farmacy, quando a ortografia deles fosse reformada. Mas isto são farpas pessoais e o acordo ortugraficu baseado na economia de letras é para ser seguido...
É estranho que o Acordo Ortográfico continue a suscitar reações adversas baseadas em suposições e premissas que nada têm a ver com a realidade. Não se trata só (nem sobretudo) do equívoco "facto/fato", milhares de vezes esclarecido e sempre "redescoberto", e doutros do mesmo tipo. Mas, por exemplo, a "alteração da língua por decreto" e o "espartilho" ou a ideia segundo a qual se "abrasileirou" a língua ou, ainda, a convicção (com "c" antes do "ç") de que só a língua portuguesa é objecto de legislação. Todas estas ideias são simplistas e erradas. Não se altera a língua mas sim e só a ortografias (e, já agora e em abono do rigor, não é por decreto - é por um tratado internacional multilateral); as alterações ortográficas das normas praticadas no Brasil e em Portugal são, em número e em importância, equilibradas; o francês, o inglês e o espanhol já foram objecto de reformas por via de legislação. Por último, o que é que a língua perdeu por já não se escrever, como fazia Pessoa, "symptoma", "pharmacya" ou "Egypto"? Está o português pior do que era? Menos compreensível? Há uma certeza que tenho: é que, quando António Ferreira escreveu "“Floresça, fale, cante, ouça-se e viva A portuguesa língua e lá onde for Senhora vá de si, soberba e altiva...” escreveu-o noutra ortografia e a frase subsiste em todo o esplendor do português...
13 comentários:
Vale mais ser optimista.
O péssimismo também não nos leva a nada...
Isabel
Até gosto da inovação, mas está a custar-me a adaptação ao acordo ortográfico... vou começar a treinar.
Ação e otimismo para 2011, com fatos políticos generosos para a bolsa dos portugueses!
Não estou a sugerir a compra de "fatos" na Rua dos Fanqueiros :)
Isabel BP
Cara Isabel BP: A questão do "facto"/"fato" é a maior mistificação denegridora do Acordo Ortográfico. Nada muda nestas duas palavras, sabia?
O Acordo é bem simples: escreve-se o que se diz e nada se diz de forma diferente do que antes se dizia.
Assim, manter-se-ão:
1. O "fato" (vestuário), dito em Portugal;
2. O "facto" (acontecimento), dito em Portugal;
3. O "fato" (acontecimento), dito no Brasil.
Se bem entendo, mas aqui o Embaixador corrigir-me-á se estiver errado, a aplicação do Acordo Ortográfico será apenas obrigatória na documentação escrita nos organismos do Estado, ministérios, instituições públicas e afins (os "media" só o aplicam, se assim o entederem, por exemplo).
Independentemente das diversas considerações, todas elas respeitáveis, sobre o dito Acordo, continuo a achar que uma Língua deve evoluir naturalmente e nunca por decreto. É sobretudo neste aspecto que me distancio daqueles que são a favor do A.O. Não estou contra eles, gostaria de sublinhar, tão só defendo a tal evolução, ou “transformação” natural de qualquer Língua, seja ela a portuguesa, ou outra. Como nunca gostei de espartilhos, confrange-me que se esteja a espartilhar uma Língua. Mas se calhar sou capaz de estar a ser uma espécie de Velho do Restelo. Seja!
Bom Ano!
P.Rufino
Ah ! Ah !
Mais uma vez a exceçao ? excepçao ? confirma a regra : )
Feliz Ano.
Senhor Embaixador,
Agradeço os amáveis esclarecimentos e reconheco que desconhecia completamente que o nosso "facto" se vai manter.
Vou começar a dedicar-me a sério ao acordo ortográfico.
Isabel BP
"Burro velho não aprende línguas!"
Estou velho para aprender "Brasileiro". Continuarei, por isso, a não aderir ao frete que os governantes portugueses fizeram ao Brasil.
E, neste ponto, estou em desacordo com o sr. embaixador, que é um entusiasta do acordo.
Mas nem por isso deixarei de continuar a ler os seus deliciosos textos.
Carlos Fonseca
Aliás é no leito do augúrio de adversidade que se mede o otimismo, ainda temos sorte em a crise que se afigura não ser tão má assim...
Podia ser pior!
Isabel Seixas
Como não tenho o contacto do João Paulo Bessa aproveito a boleia para enviar os desejos de Bom Ano do Fernando Frazão que com ele esteve em Lyon, em Stembro de 2007 na jornada gloriosa dos Lobos contra os All Blacks juntamente com o Raul e o António Catarino.
Pena não termos sido apurados para a Nova Zelandia senão...lá estaríamos
Conta-se que antes do acordo anterior a este, num cuartel, o sargento fazia a chamada dos soldados que entrariam de guarda.
Assim, chamou: Ignacio da Assumpcao Baptista...
Resposta em alto e bom som: prompto meu sargempto.
Afigura-se-me que o Acordo facilitará a aprendizagem da nossa Língua.
Francisco F. Teixeira
Pessimismo da inteligência, optimismo da vontade!
(Gramsci, claro)
Ao ver otimo sem o p, ponho-me a imaginar que a reforma ortográfica poderia ter ido mais longe: p.ex.
vezinho em vez de vizinho, cantavão em vez de cantavam, eu i tu em vez de eu e tu,u homem em vez do homem, pur em vez de por,o uso do s, ss, ç e z simplificado para reduzir os seus usos, os assentos praticamente eliminados a não ser na vugal final
Quanto aos franceses, deviam escrever farmaci e os ingleses farmacy, quando a ortografia deles fosse reformada.
Mas isto são farpas pessoais e o acordo ortugraficu baseado na economia de letras é para ser seguido...
É estranho que o Acordo Ortográfico continue a suscitar reações adversas baseadas em suposições e premissas que nada têm a ver com a realidade.
Não se trata só (nem sobretudo) do equívoco "facto/fato", milhares de vezes esclarecido e sempre "redescoberto", e doutros do mesmo tipo.
Mas, por exemplo, a "alteração da língua por decreto" e o "espartilho" ou a ideia segundo a qual se "abrasileirou" a língua ou, ainda, a convicção (com "c" antes do "ç") de que só a língua portuguesa é objecto de legislação.
Todas estas ideias são simplistas e erradas. Não se altera a língua mas sim e só a ortografias (e, já agora e em abono do rigor, não é por decreto - é por um tratado internacional multilateral); as alterações ortográficas das normas praticadas no Brasil e em Portugal são, em número e em importância, equilibradas; o francês, o inglês e o espanhol já foram objecto de reformas por via de legislação.
Por último, o que é que a língua perdeu por já não se escrever, como fazia Pessoa, "symptoma", "pharmacya" ou "Egypto"?
Está o português pior do que era? Menos compreensível?
Há uma certeza que tenho: é que, quando António Ferreira escreveu "“Floresça, fale, cante, ouça-se e viva
A portuguesa língua e lá onde for
Senhora vá de si, soberba e altiva...”
escreveu-o noutra ortografia e a frase subsiste em todo o esplendor do português...
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