segunda-feira, janeiro 10, 2011

Diferenças

A televisão pública espanhola decidiu nunca mais transmitir touradas e, no seu livro de estilo, consagrou a tourada como uma forma de violência a que não é legítimo expor as crianças.

A RTP continua a ser a orgulhosa organizadora da "corrida RTP"  e a liderar um forte lóbi de propaganda tauromáquica nos "media" portugueses.

Cada televisão pública da península tem, assim, a sua ética. Diferente.

21 comentários:

Santiago Macias disse...

Na prática, a TVE há muito que abandonou esse tipo de transmissões. Há agora canais pr cabo - como o Touro Bravo - que são pagos, mas têm inúmeros directos. Excepto nas corridas em que participa José Tomás.
Em todo o caso, parabéns por ter escolhido uma imagem da Praça de Touros de Ronda. É, talvez, a mais bonita de todas. E foi ali que se rodou a "Carmen", de Francesco Rosi.

Anónimo disse...

Neste caso, é a TVE que está a ter uma atitude de bom senso porque não tem que se sujeitar as crianças, bem como os demais espectadores, a tamanha violência.

Assisti a algumas touradas no início da adolescência porque o meu pai era apreciador e queria incutir-me o gosto, não resultou e considero o espectáculo taurino, com cavaleiros e bandarilhas, bastante violento e uma luta desigual.

No entanto, a minha família materna é de uma vila raiana com grande paixão pelas touradas "à vara larga", mas essas têm a minha simpatia porque, tal como nas pegas, a luta já é igualitária!

Isabel BP

margarida disse...

Só mesmo uma notícia destas...
Olé!
OLÉ!!!!!!!!!!!!!!!!!

cunha ribeiro disse...

Mas não é esta - a RTP - a televisão do Estado?
A RTP segue à risca o seguinte silogismo:
A tourada é um espectáculo de ELITE. A RTP transmite Toradas. Logo a RTP é uma televisão de elite.

Luís Bonifácio disse...

E espero que assim continue!

Se os Sapateiros de espenha querem ser estrangeiros à viva força, que o sejam.

Pela Pátria e pela Cultura Portuguesa SEMPRE!

Armenio Octavio disse...

Acho lamentável, o aproveitamento de qualquer forma de espectáculo com animais...

cumprimentos

Alcipe disse...

Sou a favor das touradas e dos touros de morte. Suponho que para alguns amigos passei agora a ser equivalente a um partidário da Al Qaeda...

Julia Macias-Valet disse...

Desde que nasci que tenho visto espectaculos taurinos "à toutes les sauces" : à portuguesa, a pé, de rejoneo, largadas de touros, garraiadas...

Nao aprecio a parte de chacina...mas gosto muito de ver torear a pé, acho elegante e corajoso.

Cara Isabel BP, estive recentemente na Maestranza (Sevilha) e no Museu da Tauromaquia (que existe no mesmo local) e descobri a existência das "touradas à vara larga" mas segundo a guia estas so ja se fazem em redondéis privados. Por isso, caso saiba de uma representaçao faça sinal ; )

Para os que gostam de uma relaçao homem-touro de igual a igual e caso ainda nao conheçam, vejam aqui os Recortadores :

http://www.youtube.com/watch?v=hKcMjgSk3o0

Julia Macias-Valet disse...

E quando é que a RTP nos deixa de bombardear com futebol ?

Nao tenho nada contra o futebol (até fiz parte da equipa feminina do MAC na adolescência - era lateral esquerdo(a)

Mas aquilo é demais !
É tema de abertura, de meio e de fim de telejornais, sao as entrevistas com senhores que nao dominam a palavra e por vezes nem a bola...sao os debates...as analises do pos-jogo...

CHEGAAAAaaaaaaa.

patricio branco disse...

Há outros espectáculos, desportos ou actividades ludicas violentos ou crueis: o boxe, a caça, a pesca, as corridas de cavalos.
E em paises da america latina há diversões degradantes, mafiosas e condenáveis como a luta de galos e de cães (praticadas tambem na sicilia,ilegalmente).

A corrida de touros já não se pratica em toda a espanha, algumas autonomias já a baniram (canárias, catalunha). Em espanha (e frança) o espectáculo é mais cruel que em portugal por razões sabidas, picadores e morte. Também muitos toureiros (e cavalos) sofrem e alguns têm morrido, o que faz com que a violencia dê para os 2 lados.
A tve não necessita de transmitir corridas pois encarrega disso as televisões regionais, muitas igualmente publicas (dos governos regionais) e de optima qualidade. A tve inclusivamente já não emite publicidade, deixou isso para as regionais e privadas e ganha indirectamente.
As corridas da tv portuguesa são com fins de beneficência, alem da violência ser menor, o que as torna mais toleráveis.
Os argumentos a favor ou contra as corridas (especialmente em espanha) são fortes e válidos (desde ambientais a económicos laborais culturais tradicionais)de qualquer dos lados que vêm.

Anónimo disse...

Prefiro uma tourada com touros de morte a 10 jogos de futebol, ou 20 novelas! Ou a 30 debates sobre bola!
Gostei do corajoso comentário de Alcipe, que aliás leio sempre com muito gosto.
As actividades tauromáquicas fazem parte da nossa tradição. Aceito que se seja contra, mas não pactuo com fundamentalismos histéricos de se ser contra e como tal impor aos outros que as apreciam o seu desaparecimento.
Tal como Isabel BP, tive (eu e meus irmãos), em jovem, uma ligação ao mundo tauromáquico, na medida em que meu avô materno (para além da cepa Beirã) possuía também casa em Vila Franca de Xira (por virtude dos negócios têxteis a que estava também ligado, teve uma fábrica naquela Vila ribatejana), casa hoje, curiosamente, que é a sede local do PCP. Aquele meu avô tinha também uma ganadaria (na ilha do Lombo do Tejo), ao largo de VFX, cujos toiros chegaram também a ser largados nas ruas de Vila Franca de Xira e utilizados na praça de touros. E foi assim que, desde jovem assisti ás “largadas de touros” nas ruas de VFX e depois ás touradas, ao fim do dia, na praça de toiros. Tal não fez nenhum dos meus irmãos/irmã ser aficionado e acabei por ser eu a achar alguma graça aquele espectáculo. Todavia, como já aqui e noutro Blogue tive ocasião de esclarecer, não sou adepto das touradas de morte, ou mesmo das bandarilhas. Mas respeito os aficionados das touradas, quer à portuguesa, quer com toiros de morte.
Quanto a serem transmitidas pela RTP, ou não, quer-me cá parecer que é mais barato do que transmitir jogos de futebol, mas se calhar estarei enganado. Achei também pertinente o comentário de Patrício Branco, ao recordar-nos os fins de beneficência das touradas (da RTP).
P.Rufino

Francisco Seixas da Costa disse...

Olé!

Julia Macias-Valet disse...

Pssst....amigo Cipe !? eu bem me queria parecer que esse AL escondia qualquer coisa... ; )

Deixe la ! Hoje, aqui, ja somos uns quantos a fazer parte do mesmo "comando"...mas cuidado que do grupo faz parte um "espiao de Castela" : )))

patricio branco disse...

num coloquio sobre touradas em que participaram toureiros, ganadeiros, jornalistas do ramo, defensores de organizações protectoras dos animais, portugueses e espanhois, o director duma importante praça de touros espanhola, há cerca de 3 anos, ouvi interessantes argumentos dos 2 lados, a favor e contra. Há argumentos de ordem cultural, algo tradicional que tem mais de 800 anos; económica: milhares de pessoas vivem da corrida desde a criação dos touros, etc. A que mais me chamou a atenção, porém, foi a ecológica. Os montados onde se cria o touro são das paisagens mais preservadas em espanha, milhares de hectares de montado virgem onde deambulam livremente os animais, mantendo as suas caracteristicas naturais e originais, paisagens que só assim foram preservadas. Na andaluzia, o touro convive com o porco iberico e gado vacum para alimentação, nesse belíssimo ambiente de sobreiros, azinheiras, arbustos. A preservação das raças puras animais por criadores, veterinários, zootecnicos tambem é parte desta actividade ligada à criação de touros e à "festa brava". De facto, a andaluzia (basta percorrer as estradas e apreciar para os 2 lados) e algumas zonas de portugal onde o touro se cria, são das regiões naturais mais bem conservadas e assim protegidas.
Nesse debate a que assisti, a troca de pontos de vista foi riquissima e os argumentos pareceram-me mais válidos do lado dos que defendiam a festa brava e a criação de touros.
Quanto à tourada portuguesa a cavalo, é uma arte, um bailado, pouco cruel, quase inofensiva, e não vejo que não deva ser transmitida. Em comparação com o futebol, hoje inquinado pelo lucro interesses e milhões que move, a tourada é um espectáculo puro.

Anónimo disse...

Caro Patrício Branco,
Ora mais um seu comentário que gostei de ler!
Volto a dizer: bem longe essa coisa inquinada que é o futebol. Prefiro, by far, as touradas!
Contava-me, outro dia, um amigo, por ocasião da decisão da FIFA sobre qual, ou quais, países deveriam acolher os próximos Mundiais de Futebol, que “aquilo é uma malta que só visto! Valeu Eusébio, com a sua modesta dignidade. O resto… (já não há jogadores de Futebol como o velho e grande Eusébio! Hoje, manda o dinheiro!) ” Na verdade, hoje o futebol é acima de tudo uma actividade ultra lucrativa, mesmo se os Clubes estão enterrados em dívidas! E que, apesar de tudo, conseguem obter a complacência do Fisco…para as pagar…”ás postas, de longo prazo”, o que nenhuma outra Empresa, ou contribuinte singular consegue.
Já o mesmo não se passa com as actividades tauromáquicas. Um mundo, apesar de tudo, muito mais saudável. E de sã camaradagem!
E deixo outro…OLÉ, dedicado, com amizade, ao autor deste Blogue!
P. Rufino

patricio branco disse...

Já agora, é justo, uma palavra para os grupos de forcados amadores, modalidade tipicamente portuguesa. Sem nada receberem, intervêm na tourada com coragem fisica e sem porem em perigo a integridade do touro.
Outro aspecto do toureio que lhe dá especial dimensão artistica: tem inspirado grande literatura e arte em espanha (goya, valle inclan, alarcón, lorca, picasso) e fora (hemingway) para citar apenas uns poucos que lembro.
De acordo com P. Rufino quando aponta as relações entre futebol (um belo desporto) dinheiro e (acrescento eu)política/politicos, passando pela complacência fiscal. E aponto os gastos publicos na construção de estádios que só serviram para 1 jogo.

kichamartins disse...

A RTP continua a dormitar na forma. Um dia acordará!

Anónimo disse...

Os cavalos também se abatem...

A coragem é sempre do touro, é o único que vai sózinho à luta sem escudos humanos ou animais a não ser os seus próprios cornos...Que aliás brandem as bandarilhas picadas sem sentido, onde reside o desporto de morte lenta infligida de forma desigual .
Isabel Seixas

Caro Alcipe(Desculpe-me a intromissão)
Apenas humano, nada de mais...

Anónimo disse...

Emano sempre quando faço zapping e surge uma tourada, um pensamento volátil para o touro...

Querido activa a tua dimensão sadomazoquista e compatibiliza-a com a constatação Dos que veem em ti o bode expiatório do Mundo mais precisamente das suas frustrações, Tu árbitro dentro da arena...

Perdoa-lhes

Eles não sabem o que fazem...

Olé querida Maggie, principalmente quando uma bandarilha cai no chão... De uma arena de mente primária fossilizada e cega para a equidade...

Parabéns à TVE
Isabel Seixas

Anónimo disse...

Mesmo sendo redundante...
Apetece-me sempre perguntar aos amantes da tourada...
Desculpem lá...

O touro fez-lhes algum mal????

já consideraram a possibilidade de não ter sido esse? e estarem a fazer projeções injustas e a nomear mártires inocentes...

Bem embora o lombo seja mais possante que o da mulher(aqui sem género apenas reciclagem de catarses) palpita-me que os recetores de Dor são similares para desespero de ambos...

Isabel Seixas

Ah! A bola não tem sistema nervoso,
Acho eu!...

Manel Inez disse...

Se poêm em causa a RTP como prestadora de um serviço publico só porque transmite corridas de toiros e existem alguns que não gostam, porque "carga de água" e que à luz da equidade, paridade e outras palavras acabadas em "ade", é que não acabam com o futebol?! Eu também não sou grande apreciador. Porque é que tenho que ver diariamente, cueldades com idosos e crianças e pior...e porque é que o meu filho (de 9 anos) também que tem que ver?!
Ora muito bem, neste momento estão os Srs. a dizer " mas porque é que não muda de canal???" É O QUE FAÇO.
Ninguém é obrigado a ver o que não gosta.
Tenho 43 anos, desde de pequeno que vou a corridas e não foi por isso que tive, tenho ou virei a ter, atitudes de violência, quer com pessoas quer com animais.
A ver os comportamentos publicos, que os pretensos defensores dos animais demonstram ter, á porta das poucas praças onde aparecem, parece-me a mim que afinal o National Geografic teve um efeito mais nefasto, do que a educação tradicional que recebi.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...