quarta-feira, janeiro 26, 2011

Manuela de Melo

Acabo de ler que a deputada Manuela de Melo deixou a vida política. Por uma qualquer coincidência, bem rara, creio que nunca a encontrei, ao tempo, já longínquo, em que andei por essa mesma vida. Mas isso não me impede de me recordar muito bem dela, para além da imagem que os portugueses conservam como uma das caras nortenhas da RTP.

Manuela de Melo era a nossa grande vedeta no Teatro Universitário do Porto (TUP), nos anos 66/68. Com Jorge Ferreira, Manuela constituía o par romântico da peça "Ana Kleiber", de Alfonso Sastre, que, sob direção de Correia Alves, o TUP levou à cena nesse tempo. Eu tinha um curto papel, a abrir e a fechar o espetáculo, no qual fazia de jornalista que entrevistava o autor, este representado por Francisco Vasconcelos, que hoje o mundo literário conhece como Francisco Vale, diretor da "Relógio de Água". Durante o resto do espetáculo, ajudava na sonoplastia, tendo-me cabido descobrir, nos arquivos do Rádio Clube Português, do Porto, onde então colaborava, a música que servia de fundo a toda a peça, a magnífica "Lili Marleen", na voz de Marlène Dietrich. A nossa "Ana Kleiber" andou pelo país e recordo-me, em especial, da nossa presença na abertura do festival do CITAC, em Coimbra. Com a representação da Manuela a garantir-nos um imenso sucesso.

Esses sim, belos tempos!

4 comentários:

Anónimo disse...

Esses sim, belos tempos!
In FSC

Esqueceu-se de dizer"Para Mim/Si"

Porque personalizando não podemos vestir o Seu momento(Embora até pudéssemos gostar)...

Agora de facto a alusão a uma Senhora de mérito sem ser nas artes da moda e da performance muscular(Também é bonito e faz parte e há um enorme segmento de população sensível)...

Não encontrou por acaso nenhuma foto shop com um pano de fundo da ponte D. Luis, (penso que a arrábida e o freixo não existiriam na época)è que abrindo precedentes Dá...Indução de paisagem mental de Poder...

Vou aguardar a diferença na profusão de comentários!...
Basicamente os masculinos, também quero ver...

Isabel Seixas

(c) P.A.S. Pedro Almeida Sande disse...

Hoje Fartinho da Silva no 4ª República fala nos tudólogos, que se confundem muitas vezes com os podólogo, aqueles que consertam as dores de todos, sejam resultado de vaidosos sapatos apertados, de férreas botas de cano alto armilares, de humildes e leves sandálias ou de doces alpercatas.

A propósito do abandono da vida parlamentar e da política por parte de Manuela de Melo, a lembrança de uma jornalista que quis entrar no mundo dos tudólogos com leves e doces sandálias, esquecendo-se que no mundo dos tudólogos as botas de cano alto não se compadecem com diáfonos andares.

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro PAS: As críticas, em especial de natureza pesoal, devem ter sempre nome assinado por debaixo.

(c) P.A.S. Pedro Almeida Sande disse...

Caro FSC

Parece que me exprimi mal, ou fui mal compreendido, já que a crítica reflecte apenas a amargura perante um certo jornalismo que "tudologamente" gosta mais de comentar que dar notícia, que não resiste ao anel de Frodo e ao concubinato com o mundo do "poder" político. No caso, não tendo seguido o percurso político da senhora em questão, fica-me apenas as saudades do passado de uma excelente jornalista e a falta de notícia de uma política. Pelos vistos, se se confirmar o seu regresso ao jornalismo, afasta-se de vez as saudades do futuro e reganha-se uma excelente jornalista.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...