segunda-feira, março 29, 2010

Livros

É um prazer passear pelo Salon du Livre, que nestes dias tem lugar aqui em Paris, olhar as edições cada vez mais bem construídas e apelativas, ficar com aquela sensação angustiante de que há um mundo inatingível, constituído por tudo aquilo que gostaríamos de ter tempo para ler - e nunca teremos. No domingo, ao percorrer as centenas de bancadas e estantes, com uma imensidão de títulos, uns apetecíveis outros indiferentes, senti-me como o Jacinto, naquela noite no 202 dos Champs Elysées, quando, esmagado pela incomensurável sabedoria reunida na sua biblioteca, tomado do embaraço da escolha, acabou, num enfado, por descortinar num canto um velho e datado exemplar do "Diário de Notícias", levando-o como derradeira leitura de cabeceira. É que dei por mim, ao fim de várias horas de folheanço, a apenas comprar um pequeno livro da sempre magnífica "Que sais-je?"...

Ontem, António Lobo Antunes e Jean d'Ormesson dialogaram no espaço principal de debate do Salon du Livre. Com muita pena minha, não pude assistir. Dizem-me que a intervenção do escritor português foi fascinante.

6 comentários:

Anónimo disse...

Outro dia, numa livraria em Londres, ao comprar um livro, dei-me conta, já de regresso, de um pequeno papel que vinha dentro do livro, que, pelo “curioso”, permito-me transcrever:
“The Original Cure-all”.
Recommended for:
depression, stress, anxiety, uneasiness, feeling low, chronic boredom, nostalgia.
Dosage:
The more books you read, the quicker your symptoms will disappear!
AVAILABLE IN ALL GOOD BOKSHOPS

È bem capaz de ser verdade! Eu cá estou de boa saúde, mais leitura, menos leitura (mais para mais, do que para menos).
P.Rufino
PS: continha ainda um pequeno aviso, “so to say”...” good literature is addictive!”
“Cuidado” por conseguinte...

Helena Sacadura Cabral disse...

Senhor Embaixador
Neste complicado "fadário" em que me envolvi de escrever curtas biografias, ocupei-me de uma mulher que sempre me fascinou: Yourcenar, a primeira a entrar na Academia Francesa.
Pois bem, o dicurso de recepção foi de Jean Ormesson e merece ser lido.
P.Rufino, oportuno como sempre, a contar-nos episódios bem curiosos.
Achei a ideia divinal!

Anónimo disse...

I am BookAholic...
And now, duas ou três coisas BlogAholic...
É mais salutar que workaolic.
Isabel Seixas

Helena Oneto disse...

Também eu tive muita pena de não poder ter assitido aos dois "tête à tête" entre Antonio Lobo Antunes e Jean d'Ormesson e de Paul Auster e Salman Rushdie. Quatro homens, quatro vidas, quatro mundos!

Nuno Sotto Mayor Ferrao disse...

Partilho a mesma sensação quando vou à Feira do Livro de Lisboa: tanto por ler, tanto por comprar e acabo por sair comprando meia dúzia de livros em que leio alguns e coloco outros nas prateleiras à espera de tempo ou inspiração para os ler.

Sem dúvida, António Lobo Antunes é um autor e um orador fascinante, embora com uma marca excessiva de cepticismo em relação à forma como encara a natureza humana. Os seus livros têm o dom de associarem o génio do psiquiatra que desmonta magistralmente os comportamentos humanos com o talento do escritor que soube reinventar uma linguagem elegante e bem rica, mas muito próxima dum estilo coloquial. Um escritor que marcou e marca a Literatura Portuguesa desde o fim dos anos 70. A ler e a saborear...

Saudações cordiais,
Nuno Sotto Mayor Ferrão
www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt

Julia Macias-Valet disse...

E ja que aqui se fala de Feiras do Livro...em Maio nao se esqueçam de visitar a de Lisboa.
Helena Sacadura Cabral leitora e cometadora assiduidissima deste blogue lançara "COISAS QUE SEI...OU QUE JULGO SABER" na Oficina do Livro.

Cara Helena, so precisamos de saber duas ou três coisas com antecedência : o dia, a hora e a localizaçao do stand...e se ha beberete ; )

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