quarta-feira, março 10, 2010

Europa

A Europa esteve no centro de duas conversas diferentes e bem distintas que tive: um jantar ontem com o escritor Amin Maalouf e um almoço hoje com o conselheiro para os assuntos europeus do presidente Sarkozy, Fabien Reynaud.

Duas gerações, duas inteligências brilhantes e duas perspetivas que se cruzam na existência de interrogações - embora não as mesmas - que também partilho.

A sensação que, quase sempre, retiro das conversas que por aqui vou tendo é que a Europa e o seu futuro são hoje muito mais um menu de interrogações de que um manual de respostas credíveis para os problemas que temos perante nós. E que o grau de euro-entusiasmo, para aqueles que o partilham, varia na razão direta da fé que cada um coloca na eficácia das novas instituições, cujo dealbar - todos concordam - se mostra algo titubiante . 

2 comentários:

José Cavalheiro disse...

Boa tarde Sr. Embaixador
Não lhe parece que a UE foi um tiro no escuro de políticos que sempre viveram nas catacumbas do poder sem saberem o que os povos pensavam de tal união, isto é, caminharam para a união entre povos que ao longo da história sempre se deram mal em uniões, ou seja, essas uniões foram sempre historicamente formadas á força.
Genericamente podemos dizer que nos últimos 2 ou 3 séculos tivemos o Império Auto-Húngaro, que veio a dar origem á 1ª Guerra Mundial, depois apareceu Hitler, por incúria dos vencedores que votaram o povo alemão rebaixado aos vencedores, deu origem á 2ª Guerra Mundial, depois apareceu no fim a Guerra Fria, a Guerra dos Balcãs, e agora temos uma imposição contra natura dos governos do centro da Europa, França/Alemanha, para gerirem economicamente os restantes povos(Países) nos seus sistemas económicos, sem com isso criarem riqueza anão ser nos seus próprios países, embora eles mesmos tenham problemas de grande desemprego.
Como exemplo podemos ver que Portugal tem neste momento mais de 500 mil desempregados, 2 a 3 milhões de pessoas no limiar da pobreza, classe média em vias de extinção, e que vemos dos políticos? um alhear das situações de pobreza em que por via do "défice" vão retirando ás classes trabalhadoras de todos os estratos uma fatia boa do seu rendimento, sem com isso ver melhoras.
Todos os dias vemos nos órgãos de comunicação social empresas que fecham, ou porque se deslocalizam ou porque os empregadores fecham pura e simplesmente para reabrir de novo noutro concelho com empregados a ordenado mínimo e com ajudas do estado, sem com isso serem penalizados.
Esta é a realidade que eu vejo desde que as fronteiras dos países da UE foram escancaradas.
Fique bem.

Jorge Pinheiro disse...

Um Mundo Sem Regras, de Amin Maalouf é um grande livro.

Hoje lembrei-me do padre Domingos

Das traseiras da igreja de São Martinho de Bornes tem-se esta vista. Estava assim, hoje à tarde. Lá em baixo, ficam as Pedras Salgadas, com ...