quarta-feira, abril 28, 2010

Agricultura

Na segunda metade dos anos 90, o ministro português da Agricultura, Gomes da Silva, perante uma manifestação de agricultores que se aproximou do seu Ministério, protestando contra políticas da União Europeia que haviam afetado interesses portugueses, e que a nossa diminuta capacidade de voto na matéria não tinha conseguido suster, teve um ato de frontalidade e grande coragem: desceu à rua e juntou-se aos manifestantes, sublinhando que, também ele, era contra essas medidas.

O gesto foi considerado, pelos manifestantes, como provocatório, inconsequente e até ridículo. Na imprensa, "caiu o Carmo e a Trindade" perante a atitude do ministro, que chegou a ser qualificada como destituída de sentido de Estado.

Ontem, Paris foi invadido por mais de um milhar de tratores, que bloquearam estradas de acesso e várias zonas da cidade, protestando contra as políticas cerealíferas de Bruxelas.

O ministro da Agricultura, Bruno Le Maire, veio a terreiro defender as posições dos agricultores franceses, mostrando-se solidário com este imenso protesto. Não me consta que, até agora, tenham caído a Tour Eiffel ou os Invalides... E, em especial, ninguém nesta imprensa achou incoerente a posição do governante francês, muito embora seja incumensuravelmente maior o poder e a influência da França na máquina comunitária.

Descubram as diferenças.

terça-feira, abril 27, 2010

Portugal e a crise

Os ataques especulativos que a economia portuguesa está a sofrer são a consequência cumulativa de vários fatores, alguns suscetíveis de controlo por parte do Estado português, outros dependentes de variáveis que não relevam essencialmente de Portugal.

No que toca aos primeiros, o parlamento português aprovou um programa, proposto pelo governo, composto por um conjunto de medidas de contenção e rigor que, a prazo, pretendem atenuar os desequilíbrios recentes das nossas contas públicas, em especial a redução progressiva do nosso défice orçamental e a dívida pública acumulada. Embora por vezes argumentando que outras escolhas ou modelos mais rigorosos nas escolhas feitas poderiam ter sido encaradas, a maioria das forças políticas portuguesas manifestou a sua concordância com o sentido global da ação empreendida pelo Governo. A Comissão Europeia e o Banco Central Europeu, tal como a OCDE, fizeram uma leitura positiva sobre as opções tomadas por Portugal, não deixando, contudo, de ponderar a possibilidade de novas ações poderem ter de ser postas em prática, se o programa agora apresentado vir a revelar-se insuficiente.

Para além desse quadro que é suscetível de gestão interna, a verdade é que a economia portuguesa, como uma economia aberta que é, sofre da circunstância de muitos daqueles que são os mercados para onde exporta a sua produção estarem, eles próprios, a atravessar uma situação de crise, com uma retração na procura que, naturalmente, tem vindo a afetar seriamente Portugal como país fornecedor. O caso da Espanha é talvez o mais flagrante, mas outros mercados europeus tradicionais continuam a não dar sinais de retoma com impacto suficiente na absorção da nossa produção. Dado que o mercado interno português tem, em si mesmo, uma escassa dimensão, não será por seu intermédio que será viável estimular a atividade económica nacional. O recurso a novos terceiros mercados revela-se uma opção difícil em tempo de retração económica global, embora algumas economias emergentes, como é o caso de Angola, estejam a reagir de forma muito positiva face à produção portuguesa.

Como sempre acontece em momentos de crise, a ação especulativa tende a estender-se pelas economias mais débeis do sistema. A "proteção" que a pertença ao euro teoricamente representava para os países da "eurolândia" acaba por ser esbatida pela circunstância da economia mais forte do espaço da moeda única estar a demonstrar uma escassa solidariedade com os parceiros mais frágeis. A Alemanha, que - convém que se diga - é a grande beneficiária da abertura do grande mercado europeu, parece demonstrar que não está disposta ao gesto, político e económico, de prestar garantias claras e inequívocas a esses parceiros - não obstante as fortes medidas de rigor que eles colocam em prática, com imensos custos sociais e políticos, sob a observação rigorosa das entidades internacionais.

Neste quadro de dúvidas criadas sobre a solidariedade dentro do espaço da moeda única, as agências de "rating" repercutem tal perpexidade, pelo que fazem um "upgrading" dos níveis de risco para os "produtos" financeiros ligados a esses países. A perversidade desse mecanismo está no facto de. ao tomarem tal ação, essas agências agravarem ainda mais a situação dos países, pela circunstância dessa sua opinião conduzir os mercados a cobrarem mais pelos empréstimos aos Estados cuja situação já era complexa. 

O que não deixa de ser curioso é que os índices macroeconómicos portugueses, se bem que agravados nos últimos tempos, continuam a não estar muito distantes dos de um país, por exemplo, como a França. De forma incompreensível, está-se a verificar nos últimos dias que, ao contrário de uma desejável sofisticação analítica por parte de tais agências, a sua "notação" acaba por não conduzir a uma diferenciação entre os países em crise, com um detalhe natural da diversidade das respetivas situações estruturais,  bem como uma consideração do histórico das medidas de correção já implementadas por cada um - no caso de Portugal, não considerando reformas drásticas como as levadas a cabo na segurança social, reduções substanciais efetuadas nos gastos públicos e um impecável cumprimento de todas as obrigações perante credores internacionais. Essas agências assumem, assim, um lamentável impressionismo de avaliação que, deliberada ou casualmente, as coloca como os melhores cúmplices dos especuladores internacionais.

De Gaulle

Dentro de algumas semanas, comemorar-se-ão 70 anos sobre a data em que o general De Gaulle fez, de Londres, a proclamação em favor da liberdade da França, que representou o momento de criação formal da resistência à ocupação nazi. Em Novembro, 40 anos passarão  também sobre a sua morte.

Ontem, acompanhei uma delegação da Assembleia da República numa deslocação ao Memorial Charles de Gaulle, em Colombey-les-deux-églises, um recente e interessantíssimo museu, construído ao lado da residência e da campa do general, que simboliza o orgulho da França em alguém que, no momento necessário, a encarnou decididamente como nação.

Junto ao Memorial encontra-se esta impressionante Croix de Lorraine, um símbolo histórico francês escolhido para representar a França livre.

Wallraff

O jornalista alemão Gunther Wallraff foi uma personalidade que ficou bem conhecida em Portugal, ao ter enganado o general António de Spínola, apresentando-se como um vendedor de armas, ligado a grupos de direita radical europeia, disposto a ajudá-lo a combater a Revolução portuguesa. 

No seu exílio do Brasil, Spínola alimentava as esperanças que o seu MDLP (Movimento Democrático para a Libertação de Portugal) mantinha em tomar, pela força, o poder em Portugal. Com as reportagens publicadas na revista "Der Spiegel", mais tarde transcritas no livro de que se apresenta a capa, Wallraff não apenas ridicularizou o general como expôs e denunciou a sua estratégia de regresso violento ao poder.

Hoje, ao ler o "Libération", deparei com uma página (texto não acessível por completo) dedicada a Wallraff, a propósito da publicação de um seu novo livro, onde se contam muitas das suas aventuras jornalísticas sob disfarce. 

Relembro Gunther Wallraff por ele também faz parte do nosso 25 de Abril.

segunda-feira, abril 26, 2010

Memória

O Mont Valérien é um importante memorial, a dois passos do centro de Paris, onde muitos resistentes franceses foram fuzilados, durante a 2ª guerra mundial. O general De Gaulle decidiu criar aí um espaço de lembrança histórica.

Ontem, o presidente do parlamento português, Jaime Gama, visitou o local, para prestar um tributo de homenagem a quantos sacrificaram a sua vida pela liberdade da Europa. 

Não estou seguro que, nos dias de hoje, muitos dirigentes estrangeiros façam, com frequência, um gesto de simbolismo similar, o que prova que, para uma certa geração portuguesa, as lições da História continuam a estar bem presentes.

Valores

Acabo de ler que a bandeira e o hino nacionais estão entre os valores que os alunos portugueses devem conhecer e respeitar, de acordo com nova legislação publicada. A surpresa é que, aparentemente, não era assim...

Só espero que, com alguns ex-alunos "feitos" professores nos últimos anos, formados numa cultura laxista e dispicente face aos valores nacionais, ainda se vá a tempo de garantir um certo rigor de aplicação desta lei. 

É que me interrogo, muito seriamente, sobre se todos os professores portugueses conhecem o nosso hino nacional.

domingo, abril 25, 2010

Ainda Marselha e os "retornados"

A sina dos "pieds noirs", esses franceses forçados a regressar à metrópole europeia, vindos da África magrebina independente nos anos 60 do século passado, foi algo que sempre me interessou, por ser um fenómeno político e social revelador dos limites da capacidade de integração em França. Durante várias conversas que na passada semana tive em Marselha, a "porta da França" que se tornou o destino dessa comunidade desenraizada, procurei perceber se o fenómeno subsistia e em que moldes. Verifiquei, com alguma surpresa, que permanecem ainda fortes traços essenciais desses núcleos, agora coexistindo, embora sempre bem separados, com as significativas comunidades magrebinas que dão a certas ruas e praças de Marselha ares de bairros transplantados de Argel.

Dei comigo a pensar que, no caso da descolonização portuguesa, esse mesmo fenómeno teve um destino bem diverso. Os "retornados" da África colonial portuguesa que se acolheram na Europa, quase sempre em condições económicas pessoais muitos precárias, expostos a um ambiente político que estava longe de lhes ser simpático, num tempo económico português de crise e falta de investimento, com escassíssimos apoios oficiais (lembram-se do IARN e dos hóteis ocupados, a compensarem a crise turística?), souberam "virar-se" e integrar-se de forma magnífica na sociedade portuguesa. As redes familiares e, essencialmente, a sua "garra" e vontade de reconstruir a sua vida fizeram milagres. Hoje, já ninguém se lembra nem fala dos "retornados", praticamente não se refere que alguém veio ou não de África nos idos dos anos 70.

E, no entanto, o caso português era potencialmente muito mais grave: se compararmos as centenas de milhares de "retornados" que chegaram a Portugal, face a uma população com a nossa dimensão, com a muito inferior percentagem de "pied-noirs" no seio de uma sociedade forte e desenvolvida como a francesa, acho que encontramos fortes razões para que nos devamos congratular. 

Neste tempo em que parece endémico o comprazimento em acentuar das desgraças pátrias, talvez o processo de absorção dos "retornados" nos ajude a ter algum orgulho no país que temos.   

Abril (8) - Em França

O 25 de abril foi, nestes dias, comemorado um pouco por toda a França, no seio da comunidade portuguesa. 

É neste período que a "ubiquidade" do embaixador de Portugal é posta à prova...

Dia 23, depois de uma agenda em  Marselha, participei no "desfile da liberdade" de Fontenay-sous-Bois, nos arredores de Paris. No dia seguinte, estive no debate sobre a Revolução na Cité Universitaire de Paris e, logo de seguida, integrei as comemorações feitas em Pontault-Combault, onde, simultaneamente, se celebrou o 35º aniversário da Associação Portuguesa Cultural e Social, uma instituição cujo grande dinamismo se deve ao trabalho intenso do respetivo presidente, Mário Castilho. Hoje, dia 25 de abril, viajei quase 500 km para estar, durante várias horas, com os portugueses de Roubaix, numa iniciativa da Associação Católica Portuguesa local, animada por essa figura portuguesa de referência na região que é Jean Barbosa.

O 25 de abril justifica bem que lhe dediquemos estes dias.

Abril (8) - Razões de abril

Abril (7) - Razões de abril

Abril (6) - Razões de abril

Abril (5) - Razões de abril

Abril (4) - Olhares sobre abril

Nada havíamos combinado entre nós, ou melhor, apenas havíamos decidido ser breves nas nossas intervenções. Eduardo Ferro Rodrigues, embaixador junto da OCDE, Manuel Maria Carrilho, embaixador junto da UNESCO, e eu próprio, falámos, ontem à tarde, sobre o 25 de Abril, a convite dos residentes da Casa de Portugal, na Cité Universitaire de Paris.

As dezenas de assistentes ajuizarão melhor do que nós do eventual mérito deste exercício, cujo modelo julgo inédito e me pareceu interessante. Esta "conferência dos embaixadores", como pomposamente vi chamada algures, teve talvez a curiosidade de revelar como três pessoas que abertamente se reivindicam da herança da Revolução de abril observam a realidade que dela resultou, sob prismas próprios, marcados pelas diferentes formações e hierarquia intelectual de interesses. Foi também muito simpático ver o público a interagir, de formas muito diversas, lançando pistas que permitiram abordar aspetos variados da sociedade portuguesa contemporânea.

sábado, abril 24, 2010

Abril (3) - Fazer a festa

Em Portugal, o 25 de abril é oficialmente celebrado com uma sessão de discursos políticos e partidários na Assembleia da República. Todos os anos, para além da aturada observação jornalística de quem leva ou não um cravo ao peito, a atenção pública volta-se para o tom e exegese dessas intervenções, que invariavelmente utilizam a comemoração abrilista para tratar a realidade da conjuntura política do presente. Assim, aquilo que poderia ser um espaço de proclamação de elegias à liberdade conquistada nessa data acaba por se transformar numa arena de severo combate político, com as diversas leituras de "abril" a servirem de arma de arremesso, mais ou menos subliminares. Julgo que ninguém, com sinceridade, acreditará que essa maratona declaratória contribui minimamente para louvar as virtualidades da Revolução e para cativar novas gerações para o culto desse momento fundacional da nossa democracia.

Noutro registo, menos plural e um pouco mais "biaisé", um grupo de muito respeitáveis militares que fizeram a Revolução de abril, acompanhados por figuras da nossa história política (quase sempre já) passada, acolitados por incontornáveis representantes de forças políticas e sindicais de lateralização óbvia, desce a avenida da Liberdade, aí já com total abundância de cravos e com a exibição de slogans que fazem parte do património típico da memória revolucionária. Ninguém negará, contudo, que o tom peculiar dessa manifestação acaba por excluir muitos outros, para quem a memória da Revolução se exprime em moldes mais serenos e menos polítizados.

Na simples mas inalienável qualidade de cidadão, quero deixar aqui expresso, com a total consciência do peso do que escrevo, que considero que ambos os eventos acabam por funcionar, objetivamente, contra o 25 de Abril.

Comemorar o 25 de Abril, celebrar essa magnífica Revolução que, por uma vez, quase que fez o milagre impossível de unir o país, deveria consubstanciar-se apenas na organização de festas populares por todo o país, com música, com bailes, com juventude, com alegria e, sempre, sem discursos e sem slogans. Como, aqui em França se faz com o "14 juillet". Ah! e com muitos cravos, para quem os quisesse e os apreciasse. A liberdade também se faz da possibilidade dessa opção.

Mas que não reste a menor dúvida: nesta data, estive, estou e sempre estarei de cravo vermelho ao peito.

Abril (2) - Salazar, por Fernando Pessoa



António de Oliveira Salazar
Três nomes em sequência regular...
António é António.
Oliveira é uma árvore.
Salazar é só apelido.
O que não faz sentido
É o sentido que tudo isto tem.


Este senhor Salazar
É feito de sal e azar.
Se um dia chove,
Água dissolve
O sal,
E sob o céu
Fica só azar, é natural.
Oh, c’os diabos!
Parece que já choveu...


Coitadinho
Do tiraninho!
Não bebe vinho.
Nem sequer sozinho...
Bebe a verdade
E a liberdade.
E com tal agrado
Que já começam
A escassear no mercado.


Coitadinho
Do tiraninho!
O meu vizinho
Está na Guiné
E o meu padrinho
No Limoeiro
Aqui ao pé.
Mas ninguém sabe porquê.


Mas afinal é
Certo e certeiro
Que isto consola
E nos dá fé.
Que o coitadinho
Do tiraninho
Não bebe vinho,
Nem até
Café.

Poema de Fernando Pessoa

sexta-feira, abril 23, 2010

Abril (1) - Baptista de Matos

Chama-se Baptista de Matos. Tem 76 anos. Está em França desde 1963, tendo hoje direito a um espaço memorialístico próprio no Museu da Imigração francês, escolhido como símbolo da nossa comunidade em França.

Em Fontenay Sous Bois, nos arredores de Paris, Baptista de Matos anima uma associação portuguesa que, há quase três décadas, teima em realizar uma original comemoração do 25 de Abril, uma marcha com centenas de archotes que atravessa a cidade em direção a um monumento comemorativo da nossa Revolução, um espaço celebratório da liberdade dos povos, onde hoje figuram já placas de memória de outras experiências de resistências à opressão. Este evento anual congrega portugueses e franceses, muitos eleitos locais e imensa juventude, que sempre protagoniza momentos culturais alusivos à data.

Tal como no ano passado, fiz questão de estar presente na bela festa que teve lugar na noite de ontem - tendo para lá ido quase diretamente do aeroporto, logo que chegado de Marselha. Nas palavras que então disse, lancei a sugestão de que, no próximo ano, a festa de Fontenay Sous Bois possa ter um carácter mais inclusivo, reunindo outras associações portuguesas da região, numa comemoração conjunta da festa de abril. Será isso possível ou o espírito de "luso-capelinha" acabará por prevalecer? A ver vamos. 

Também Marselha

Ouvir do "maire" de Marselha, Claude Gaudin, um elogio resgado à seriedade e qualidade profissional da empresa portuguesa de construção FDO, encarregada de várias obras na cidade, foi uma muito agradável sensação. Uma empresa que opera com pessoal exclusivamente português, sob a liderança local entusiasta de Ulysses Paredes, um luso-francês cuja credibilidade e competência conquistou por completo os marselheses.

Neste "non-stop" que foi a minha deslocação a Marselha, urbe de muito complexos contrastes, onde 35% de imigrantes nos transmitem a impressão de se estar numa espécie de "cidade aberta", quis também expressar o meu apoio ao esforço de trabalho na área económica que agora começa a ser feito pelo LusoForum des Affaires, onde se procuram congregar também representantes de outros países de língua portuguesa, naquela que me parece ser uma direção certa de trabalho.

Essa mesma disposição de operar na base comum da lusofonia encontrei-a na professora Ernestine Carreira, diretora do departamento de estudos portugueses e brasileiros em Aix-en-Provence, que me ajudou a perceber o muito que nos falta fazer na área cultural.

Como sempre me acontece no termo destas rápidas viagens a cidades francesas, saio de Marselha com a vontade de dar impulso a várias dimensões das nossas relações bilaterais, a coisas que estavam ou ficaram "no ar", para a dinamização das quais vai ser preciso mobilizar agora boas vontades em Portugal. A vida diplomática prova que, muitas vezes, isso não é fácil. O que não deve ser razão para se desistir de tentar.

Piano a quatro mãos

Desta vez, por estar ausente de Paris, não pude acompanhar os cerca de 200 convidados que encheram a nossa Embaixada para assistir ao recital de piano a quatro mãos, organizado para saudar as comemorações dos 150 anos do Tratado de Amizade, Paz e Comércio entre Portugal e o Japão.

O meu colega japonês e outros convidados nipónicos estiveram no evento, onde atuaram o pianista português Ricardo Vieira e o japonês Tomohiro Hatta, que frequentam o Conservatório Nacional de Paris.

Este foi mais um espetáculo da série Entre Partituras / Entre Partitions, que o Instituto Camões/Embaixada de Portugal tem vindo a realizar desde há cerca de um ano. 

quinta-feira, abril 22, 2010

"Friends in high places"

Lembrei-me do título deste livro de Jeremy Paxton, que há quase vinte anos me ajudou a decifrar a política britânica, quando hoje dei conta

- da recondução de António Guterres como Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados;
- da nomeação de Carlos Costa para Governador do Banco de Portugal;
- da indicação de Alexandre Abrantes como delegado do Banco Mundial para a reconstrução do Haiti.

Abraços e votos de bom trabalho para estes três amigos.

Marselha

Depois da nuvem, o trabalho. Desde ontem de visita oficial a Marselha, tenho hoje encontros com o "Maire", o Prefeito, comunidade e empresários portugueses, bem como com instituições culturais da cidade e de Aix-en-Provence.

Interessante será perceber os objetivos, plano de atividades e necessidades do recém-criado "LusoForum des Affaires". Com diferentes designações, começam a expandir-se por várias cidades francesas núcleos de dinamização empresarial ligados a Portugal, com apoio das nossas estruturas consulares. Colocá-los em rede vai ser uma tarefa em que a Embaixada e o AICEP têm de se empenhar.

O outro 25

Se a manifestação dos 50 anos do 25 de Abril foi o que foi, nem quero pensar o que vai ser a enchente na Avenida da Liberdade no 25 de novem...