quinta-feira, março 06, 2025

José António Saraiva


Foi há mais de duas décadas. Eu tinha sido objeto de uma determinada ação política, executada com o objetivo de me prejudicar, embora embrulhada em falsos pretextos. O "Expresso", de que José António Saraiva era diretor, publicou, na sua primeira página, uma notícia que dava uma visão falseada da questão, claramente soprada por alguém a quem essa versão convinha que fosse difundida por um jornal com aquela projeção. Conhecia mal José António Saraiva, mas telefonei-lhe e disse-lhe isso mesmo. A sua reação foi de clara surpresa: "Só publiquei a notícia daquela forma porque considerei que a minha fonte, que era de um nível político muito elevado, era de total confiança". Retorqui: "Essa pessoa, que desconfio quem seja, mentiu-lhe. Se quiser, pode citar-me a dizer que essa figura mentiu". E dei-lhe dados e pistas que lhe permitiriam, se quisesse, repor a verdade dos factos. Assim aconteceu. Uma semana depois, o "Expresso" voltou ao assunto, desta vez com todo o rigor factual e dando-me mesmo oportunidade para afirmar a minha parte da verdade. Não esqueci isto. E apetece-me lembrar esse gesto, nesta que é a hora da morte de José António Saraiva, com uma idade que conheço bem.

3 comentários:

ematejoca disse...

Foi aqui que tomei conhecimento da morte de José António Saraiva.
Os meus familiares portuenses e socialistas quase me mataram por eu gostar de ler Eu e os Políticos
— O livro proibido — mas eu sou como as ervas daninhas, resisto a tudo.

Lúcio Ferro disse...

É pois, o Porto tem muitas "estórias" do "antigamente" por revelar. Paz à alma do finado.

Anónimo disse...

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