Com a agenda quotidiana dos meios de comunicação social (e aparentemente do governo como se constatou no último sábado) concentrada nas avenças do PM ficaram por discutir assuntos realmente importantes.
Falo por exemplo das sucessivas ausências de Portugal e do PM nos vários encontros de países Europeus sobre a guerra da Ucrânia, sobre a relação transatlântica, sobre a política de defesa. Eu admito que a presença de Portugal e do nosso primeiro ministro não faria real diferença nas conclusões, mas tenho dificuldade em entender a razão para estas sucessivas ausências.
É que à força de estarmos ausentes acabamos por reforçar a deriva para uma União Europeia onde tudo é determinado pelos grandes países e os outros se limitam ao papel de figurantes ocasionais. E a presença de António Costa nestas reuniões não é um sucedâneo - ele não representa Portugal independentemente da sua nacionalidade.
Isto não é ficção. A título de exemplo posso referir a forma como as atividades da UE na área de cooperação e desenvolvimento, agora chamada de “parcerias internacionais” está hoje dominada pelas agências de cooperação dos grandes países (Alemanha, Espanha, França, Itália - para citar as geografias que conheço melhor). É que para a mudança de nome não é um mero detalhe. Falamos de projetos de investimento industrial em áreas de grande relevância económica como a exploração mineira, os transportes. Tudo isto é hoje dominado pelos eco-sistemas de cooperação internacional dos grandes países que desta forma se apropriam do orçamento comunitário em benefício da sua projeção internacional e das economias respectivas. Como profundo conhecedor destas matérias seria interessante conhecer a sua perspectiva sobre esta questão.
3 comentários:
Excelente!
Excelente!
Prezado Embaixador,
Com a agenda quotidiana dos meios de comunicação social (e aparentemente do governo como se constatou no último sábado) concentrada nas avenças do PM ficaram por discutir assuntos realmente importantes.
Falo por exemplo das sucessivas ausências de Portugal e do PM nos vários encontros de países Europeus sobre a guerra da Ucrânia, sobre a relação transatlântica, sobre a política de defesa. Eu admito que a presença de Portugal e do nosso primeiro ministro não faria real diferença nas conclusões, mas tenho dificuldade em entender a razão para estas sucessivas ausências.
É que à força de estarmos ausentes acabamos por reforçar a deriva para uma União Europeia onde tudo é determinado pelos grandes países e os outros se limitam ao papel de figurantes ocasionais. E a presença de António Costa nestas reuniões não é um sucedâneo - ele não representa Portugal independentemente da sua nacionalidade.
Isto não é ficção. A título de exemplo posso referir a forma como as atividades da UE na área de cooperação e desenvolvimento, agora chamada de “parcerias internacionais” está hoje dominada pelas agências de cooperação dos grandes países (Alemanha, Espanha, França, Itália - para citar as geografias que conheço melhor). É que para a mudança de nome não é um mero detalhe. Falamos de projetos de investimento industrial em áreas de grande relevância económica como a exploração mineira, os transportes. Tudo isto é hoje dominado pelos eco-sistemas de cooperação internacional dos grandes países que desta forma se apropriam do orçamento comunitário em benefício da sua projeção internacional e das economias respectivas. Como profundo conhecedor destas matérias seria interessante conhecer a sua perspectiva sobre esta questão.
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