Há pouco, nos arquivos fotográficos que a quadra natalícia tem tendência a fazer emergir, descobri uma imagem que, em si mesma, é reveladora da abrangência do grupo da tertúlia da Mesa Dois do bar Procópio, animado por Nuno Brederode Santos.
Desde 2004 até 2016, com escassas interrupções, tomei a iniciativa de organizar jantares anuais dos frequentadores da Mesa Dois, normalmente no mês de dezembro. Foram, ao todo, dez jantaradas, todas bem divertidas. As presenças nestes repastos anuais chegaram a oscilar entre 70 a 80 pessoas, com um quase sempre impecável equilíbrio de género.
O conceito de “frequentador” foi sempre muito arbitrário, porquanto algumas pessoas eram bastante refratárias a “marcar o ponto” na mesa ao longo do ano. Posso hoje revelar que a primeira lista dos “convocados” foi acordada entre mim e o Nuno Brederode Santos, figura tutelar e central da tertúlia. Ao longo do tempo, fui incluindo, com a anuência discreta ou implícita do Nuno, quem entendia que tinha “credenciais” para ser chamado ao grupo. É assim, acho eu, que funciona uma democracia eficaz...
Esta fotografia é do jantar de 2008, no saudoso restaurante Vírgula, onde dois desses repastos tiveram lugar.
À esquerda (por ironia lateralizante), está o Caetano da Cunha Reis, fundador da Juventude Centrista, figura histórica desses primeiros tempos de um CDS onde se acolheu muita direita lusa - e o Caetano nunca deixou, honra lhe seja, de se reivindicar orgulhosamente dela. À direita (honni soit...), estão Carlos Antunes e Isabel do Carmo, conhecidos militantes revolucionários, das BR ao PRP.
Eu já tinha feito a malandrice de colocar o Caetano e o Carlos lado a lado, num anterior jantar no Manel, no Parque Mayer - e deram-se lindamente! Aqui fica, pela primeira vez divulgada, a prova fotográfica deste pontual “bloco lateral”, unido excecionalmente pelo espírito congregador da tertúlia da Mesa Dois, que o Nuno tão bem simbolizou.
Ao Caetano e ao Carlos aproveito para deixar os meus amigos votos de Festas Felizes, seja o que cada um possa disso entender.
3 comentários:
A Regina Santos, chanceler em Nova Iorque, deixou-nos subitamente e possivelmente seria a Senhora mais elegante e mais bonita no MNE.
Espanto-me com a sensatez de Isabel do Carmo que não combina nada com essas maluqices de luta armada revolucionária
Outros recordados com saudade, por amizade, já que não tive o previlégio de frequentar a plural mesa 2: Raul Solnado, António Russo Dias, em certa altura,a Margarida Figueiredo, obviamente o Nuno, etc., etc..
Boas Festas, Senhor Embaixador e sua família.
Enviar um comentário