sábado, dezembro 05, 2015

Debater a Europa


Com António Lobo Xavier, conversei na noite de ontem, em Vila Real, à volta do tema "Portugal na Europa e no euro", perante umas largas dezenas de pessoas que se inscreveram para o jantar promovido pelo restaurante "Cais da Vila" e o escritório de advogados "Cavaleiro & Associados", em mais uma iniciativa integrada no ciclo de debates "Portugal e os Caminhos do Futuro".

Os novos desafios colocados a Portugal pelas profundas mudanças ocorridas na Europa, neste quase trinta anos de presença portuguesa nas instituições comunitárias, em especial as exigências decorrentes da pertença ao euro, foram o eixo das nossas intervenções, complementadas com um debate vivo e interessado por parte do público.

Ando há muitos anos a discutir a Europa e o papel de Portugal no seu seio. O tema é o mesmo, mas é sempre diferente. Não deixa de ser curioso verificar que a Europa nos surpreende, a cada dia, com o surgimento de novas prioridades, com a emergência de novas urgências, que exigem respostas cada vez mais rápidas. O ceticismo que existe sobre a capacidade da Europa enquanto potência convive com a consciência subliminar coletiva de que é no seu seio, e já não necessariamente no espaço das ordens políticas nacionais, que é possível encontrar as soluções mais eficazes para os grandes problemas do continente.

Em tempo: um blogue fez uma síntese em dois posts do debate.

4 comentários:

Joaquim de Freitas disse...

Ambrose Evans-Pritchard escreveu há duas semanas no Telegraph um texto sobre a Finlândia e a zona euro que vale a pena ler. A ideia resume-se assim. A Finlândia está viver a maior crise económica dos últimos 30 anos. Trata-se de um país-modelo para o 'mainstream' europeu, que fez todas as "reformas estruturais" que o FMI, a OCDE e a Comissão Europeia consideram necessárias. No entanto, um conjunto de choques específicos - a queda da Nokia, a redução dos preços das matérias-primas, a crise na Rússia – têm estado a arrastar a economia finlandesa para o fundo. No passado, o país lidou com crises desta natureza recorrendo a desvalorizações cambiais. Com a participação no euro isto deixou de ser possível. Para além disso, as regras orçamentais levam o governo finlandês a acentuar a crise, prosseguindo políticas recessivas de austeridade orçamental. Entretanto, os finlandeses olham para os vizinhos suecos e dinamarqueses – que optaram por manter as suas moedas nacionais - e vêm as respectivas economias a crescer a bom ritmo. Não admira, pois, que a eventual saída do euro se tenha tornado tema de discussão nacional, levando parlamento da Finlândia a agendar para o próximo ano um debate sobre o tema. Vale a pena estarmos atentos a estes desenvolvimentos: as surpresas vêm habitualmente de onde não estamos a olhar.

Joaquim de Freitas disse...

Senhor Embaixador : Tantos pontos negativos nesta pobre Europa, que o Senhor conhece bem!

Esta Europa é inquietante. Recentemente, os EUA, o Canadá, e a Ucrânia (!) votaram contra a resolução da ONU condenando a glorificação do nazismo. A UE absteve-se !

Passividade da UE pois, perante os nazis, os cripto nazis, e os simpatizantes nazis. Sinal preocupante: a criação duma força de intervenção militarizada de 3 000 homens (sim, sim a GNR faz parte!) , a EuroGendFor, destinada a reprimir brutalmente toda contestação popular . Destinada a amedrontar as dezenas de milhões de desempregados e de pobres da UE.

Em Maio 2013, o banco JP Morgan Chase podia permitir-se de pedir a arrogação das constituições democráticas estabelecidas na Europa apôs 1945 , visando a erradicar os direitos sociais, os direitos dos trabalhadores, a sua liberdade de expressão em particular.

Muita propaganda, muitos colóquios, muita corrupção dos meios da imprensa e da educação, a Europa conseguiu fazer crer que existe.

Mas onde se situa hoje? No Oeste, a fronteira é clara: o Atlântico. Mas no Leste? Os Dardanelos e o Bósforo? Mas se Istambul se encontra na Europa, o resto da Turquia está na Ásia. Ora parece que não só a UE vai dar um prémio de 3 mil milhões aos Turcos, para guardar a fronteira , como vamos receber o reforço de 74 milhões de muçulmanos que vão poder entrar na Europa sem visto! Pagaremos muito caro, doutra maneira : na segurança .

Sem limites geográficos reais, a Mancha e os Alpes ou os Càrpatos não constituem obstáculos a uma circulação humana de Leste para Oeste. Vemos bem hoje como se passa. E amanhã devemos controlar a Ásia também?

Depois há os Schengen e os não Schengen. Mas para o momento a confusão cresce. Para uns há Schengen demais e para outros não há que chegue! Por isso construem muros! Depois de termos abatido o de Berlim !

A moeda? Há os "com euro" e os "sem euro"! Como há NATO e os não NATO!

A UE herdou da CEE e da NATO. Muito bem. Mas são dois produtos da tutela americana , desde 1945 , que se fez economicamente a partir do plano Marshall cujos créditos foram repartidos entre os europeus (OECE) e os Mexicanos, os Chilenos, os Coreanos do Sul, os Japoneses, os Turcos, os Australianos, os New Zelandeses, e mesmo os Israelitas, os eternos clientes do Tio Sam!

A OSCE, seria um grupo de 56 Estados. Mas o Canadá e os EUA e mesmo certos estados da Ásia central não são europeus e fazem parte! Bof...

A NATO, garantia de paz? Não seria antes um equilíbrio das forças? Quem fez a guerra à Sérvia em 1991? E à Libia? A politica europeia de defesa não é mais que um anexo da NATO!

Anónimo disse...

"...como vamos receber o reforço de 74 milhões de muçulmanos que vão poder entrar na Europa sem visto!"

Caro de Freitas é bom ver que finalmente a esquerda francesa começa a acordar para algumas coisas que a amiga Marine ja dizia ha algum tempo...

(e que no fundo qq pessoa razoável ja diria, so que em frança ser razoável não e para todos....)


qualquer dia ainda esta a dizer para que se leia o français de souche... http://www.fdesouche.com/#

(eu percebo o que quer dizer com "muçulmanos" visto o nível de radicalização de quantidade deles que por ai andam, e a quantidade ainda maior a quem, ja ha muito, foi feita uma lavagem ao cérebro descomunal... com ajuda indelével das arábia e dos qatares... "amigos" da frança )

cumprimentos

aamgvieira disse...

O sr.freitas vive no vrtual.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...