quarta-feira, dezembro 16, 2015

Ainda a ONU e Portugal

No final dos anos 70, um grupo de cidadãos de diferentes cores políticas e oriundas de setores muito variados decidiu tomar uma iniciativa com o objetivo de reforçar a visibilidade das Nações Unidas no seio da sociedade portuguesa. Por muitos anos, durante a ditadura, as Nações Unidas haviam sido apresentadas como um "inimigo". Com uma imprensa censurada, a imagem da ONU tinha um tom sempre negativo, com a ação no seu seio dos países do "terceiro mundo", que apoiavam os "terroristas" que atacavam as nossas "possessões", a ser diariamente diabolizada.

O 25 de abril mudou a perceção de Portugal no plano externo, mas a imagem das Nações Unidas, das suas virtualidades, do fantástico trabalho dos seus diferentes órgãos e agências, ficou ainda longe de ser reconhecido entre nós. Em inícios de 1978, fui contactado para integrar o grupo fundador de uma estrutura tendente à promoção da imagem da ONU em Portugal. Recordo que tivemos várias reuniões no escritório das Nações Unidas em Lisboa, no edifício Imaviz, tendo eu próprio sido o autor dos estatutos da ACNUP (Associação de Cooperação com as Nações Unidas em Portugal). Tendo partido para o estrangeiro em 1979, desliguei-me entretanto da associação.

Recordo agora algumas pessoas que estiveram entre os fundadores da ACNUP: António Costa Lobo, Carlos Eurico da Costa, João Palmeiro, Rui Machete e José Policarpo. Esse mesmo: o futuro cardeal patriarca. 

3 comentários:

Retornado disse...

Assunto interessantíssimo.

A ONU podia criar uma comissão também para avaliar os milhões gastos em «turistas» cooperantes de máquina fotográfica a tiracolo, que assistiam comovidos aos terroristas que dizimaram tanta gente no Congo, no Ruanda e Burundi, (milhões).

Cooperantes da ONU assistiram lacrimejando que até fazia dó a 30 anos de guerra em Angola, sem culpa do povo.

Eram também muitos os custos em cooperantes da ONU, que pesarosos ajudavam na Guiné-Bissau Luís Cabral e Nino a liquidar uns tantos amigos, mas não eram terroristas coitados, a ONU até os apoiava.

O mundo é de facto muito cínico.

É caso para dizer, errar é humano e a ONU é feita por homens.

Está desculpada!

Joaquim de Freitas disse...

Ah , Senhor Embaixador ! A ONU ! Visitei o edifício em vidro de Manhattan! Só para fotografar o "calhau" que Aldrin e Armstrong trouxeram da Lua. Senão!
Na ONU ouve-se muito mas escuta-se pouco. Ah, penso em de Villepin, e em muitos outros.
No dia 27 de Outubro passado, uma trovoada de aplausos saudou o resultado do voto sobre uma resolução. Melhor ainda, os respeitáveis representantes de 191 países levantaram-se, Senhor Embaixador !
"Standig ovation", svp!
Cinco acontecimentos raros neste voto:
1- Um voto quase unânime da ONU.
2- Este voto desaprova os EUA( e Israel).
3- Este voto condena o" blocus" de Cuba.
4- Cuba é ovacionada.
5- Standig ovation.
Se eu fosse um jornalista televisivo, neutro e apolítico como eles são todos (!) teria passado a notícia em "boucle" como se diz! Com debates e tudo!!!! Porque neste voto os EUA deixaram " o pantalon" e a camisa!
Mas, o embargo de Cuba é cozinha sobreaquecida! Não interessa ninguém. E portanto, os EUA deverão um dia ou outro resolver a questão e submeter-se à opinião do mundo inteiro (menos Israel e eles! ) em vez de fazer de conta!
Entretanto, como se diz por aqui, os EUA encontram-se "gros Jean comme devant et cul nu".
Indecente e inconveniente perante o mundo inteiro e para os media que ignoraram a coisa!

EGR disse...

Senhor Embaixador: no meu entendimento,obviamente, resultante do que vou lendo e ouvindo, creio bem que uma ONU reforçada seria muito importante para um mundo, digamos, mais regulado e harmonizado.~
Mas, parece-me também, que o seu actual Secretário Geral não surge aos nossos olhos com aquela dimensão que alguns dos seus antecessores tiveram, e cujas vozes eram mais audiveis nos tornavam mais atentos a organização e ao que ela representar.
Evidentemente que não desvalorizo muitas das acções desenvolvidas, especialmente as das agencias especializadas.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...