terça-feira, outubro 13, 2015

Memória

Devo ser eu quem tem memória a mais.

Devo ser eu o único que se recorda da "partida" feita pelo Bloco de Esquerda a António Costa na Câmara Municipal de Lisboa.

Devo ser eu o único que se recorda das "tropas" sindicais que Mário Nogueira (leia-se CGTP, leia-se PCP) colocou nas ruas, durante meses, para contestar as políticas educativas de Maria de Lurdes Rodrigues, o que muito contribuiu para o desgaste do penúltimo governo socialista e para a perda da sua maioria absoluta.

Devo ser só eu quem se recorda que PCP e Bloco de Esquerda, mão-na-mão com PSD e CDS, votaram conjuntamente contra o PEC IV, abrindo caminho à "troika" e às eleições que trouxeram uma maioria absoluta PSD/CDS por quatro anos.

É isso: só eu é que me lembro. Mas, porque me lembro, não esqueço.

33 comentários:

Anónimo disse...

O BE e o PCP também se lembram e não querem cair no mesmo grave erro.

Anónimo disse...

Olhe vou já fazer a sua tese cair pela base. Mesmo que isso fosse tudo verdade o que ai diz8mas não é),mas mesmo partindo desse principio, como se viu o primeiro ministro desses governos que ai tanto defende, está onde está. Quanto mais não fosse por isso já teria sido ótimo o papel de PC e Bloco de Esquerda. Com isso o senhor está a entrar numa clubite partidária doentia, onde o poder pelo poder é o que conta, mesmo com todo o tipo de vigaristas e vigarices associadas. Abaixo os burgueses como o senhor.

Unknown disse...

Deviamos governar com as premissas de 1976?
Eu defendo que se deve governar com as regras discutidas hoje.A histori pode ser muito educativa, mas trata de factos passados. Todos devemos ver o resultado de governar com regras de há 15 seculos. Bast ir a Siria, Iraque,Arabia, Libia... e basta olhar...nem é preciso interprete nem explicador.

Manojas disse...

Concluindo dessas suas memórias o quê, senhor embaixador? O momento é crucial e exige tomadas de posição claras, responsáveis, sem ambiguidades.

Anónimo disse...

Pois é! Muita gente tem a memória curta...e esse é um dos grandes males dos Portugueses.

Anónimo disse...

Pois foi, nestes 4 anos não aconteceu nada que me lembre.

Anónimo disse...

Na política, como aliás na diplomacia, não há casamentos de amor, mas de oportunidade.

Fernando disse...

Penso que também é a altura de recordar a fábula do escorpião e da rã.
Its in their nature ...

Anónimo disse...

De política camarária percebemos os 2 muito pouco. A ministra Maria de Lourdes Rodrigues era arrogante, prepotente e nunca soube entrar em diálogo com os professores. Sócrates governou sempre à direita. Refaça os cálculos para concluir que agora, com o acordo à esquerda, as condições de melhoria da vida do povo português irão estar preto no branco. E se preciso for que se siga a sugestão do prof. Augusto Santos Silva. É preciso desconstruir a ideia de que só pode haver maiorias de direita ou maiorias do PS. Eu também gostava de me sentir representado num governo do meu país. O senhor embaixador diz-se de esquerda, mas não quer um governo à esquerda. É natural, está acomodado. Eu entendo-o. E compreendo-o. Mas não aceito o seu comodismo. O senhor embaixador, implicitamente, está a torcer para que o PS chegue a acordo com um governo que desrespeitou a constituição 19 vezes. Um governo que aumentou exponencialmente a precariedade. Por falar nisso, sabe o que exactamente a precariedade? Consegue dar-nos um exemplo concreto do que é um trabalhador precário?

Anónimo disse...

É por tudo isso que temo este novo trio "amoroso"... mas a "Cinderela" está cega com o poder!

Mal por Mal disse...

A EDUCAÇÃO DE ADULTOS, põe em desacordo o Costa com Coelho e o Portas.

Anónimo disse...

E ainda lhe digo mais! Pense nisto: se PS viabilizar governo, daqui a 18 meses, a coligação arranja pretexto para o seu governo cair, dramatizando que a oposição não deixa governar. Depois a propaganda e uma nova campanha como esta farão o resto: maioria absoluta para a coligação em 2017. Pense nisto. E se o senhor se diz de esquerda, em princípio. deveria lutar por um governo de esquerda com o seu partido a liderá-lo. Mas ser de esquerda e dizer-se que se é de esquerda são 2 coisas muito diferentes, seu acomodado.

Anónimo disse...

O Senhor Embaixador pode ter a melhor memória do Mundo, mas PSD/CDS e PS NUNCA!!!!

Já bastou o que o Socas fez, depois veio o Coelho e o Irrevogável rebentar com tudo, quer agora misturar tudo no mesmo pote???? NUNCA!!!

Nem que seja o PAN a governar, mas PSD/CDS/PS Jamais como dizia o outro senhor.

Helena Sacadura Cabral disse...

Não meu caro Francisco, eu também me lembro.
Talvez por isso - não fosse amar o meu País - eu gostasse de ver Catarina e Jerónimo ministros de um governo chefiado por António Costa.

Mal por Mal disse...

Costa vai atingir os seus fins, sem olhar a meios.

Está na sua natureza asiática.

Majo disse...

~~~
~~ Realmente,
há um historial muito conflituoso entre os intervenientes
que valoriza a sua presente coragem política, no entanto,
nunca pensei que AC fosse tão longe nas declarações que
fez à Reuters.

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Anónimo disse...

Finalmente parece que vamos entrar nos eixos e passar a ter apenas duas forças politicas em Portugal, uma de esquerda? e outra de direita, já agora façam um favor aos portugueses e reduzam a assembleia da república para 51 deputados para evitar empates técnicos e poupa-se muito milhões aos contribuintes ao deixar de pagar salários chorudos ao bando de parasitas que vegetam no nosso parlamento.

Anónimo disse...

Vai desculpar-me, mas a política educativa, a que se refere, foi muito lesiva dos bons interesses educativos, por causas várias que não podem ser aqui analisadas, mas essencialmente, por não respeitar hierarquias entre professores, não colocar a avaliação de professores, de todos os ciclos, a ser discutida, antes de a "aplicar", e pela criação de cursos profissionais, de forma muito desorganizada e penosa, para alunos e professores. Estes cursos em causa, têm vindo a ser reformulados, mas foram mal concebidos em príncipio. Mais de metade dos alunos das escolas portuguesas frequentam estes cursos, não por serem bem pensados, mas por serem,mais práticos, por príncipio,mas sim por terem avaliação muito facilitada. Mário Nogueira ou melhor dito, o sindicato ao qual pertence, em Lisboa, representou para muitos docentes, mesmo para os que não têm ideias de esquerda, aliada ao Pcp, um apoio eficaz e comprovado durante, as Reformas, levadas a cabo pela Sra. Ministra, Dra. Maria de Lurdes, do governo do Sr. Engenheiro Sócrates. Recomendo a leitura do livro da socióloga, com Doutoramento, em Sociologia da Educação, Maria Filomena Mónica, " A sala de aula", baseado em inquéritos e diários feitos a professores, há uns dois anos, salvo erro. De resto, apesar de todas as dificuldades pelas quais passaram e passam professores e alunos até hoje, pode-se dizer que , nos dois últimos anos houve uma tentativa de legislar, de modo, a proteger o estatuto do aluno e do professor, de forma mais concertada, dou como exemplo, o facto de o desrespeito a professores,ser neste momento, igualado, a crime, facto que não acontecia. Pese embora, os difíceis fait-divers, da época do Sr. Ministro Nuno Crato, notou-se a tentativa de "remendar" os "impropérios" instalados, nas matérias, mencionadas, o que se traduziu em reformas e cortes que atingiram, novos e velhos, de forma mais concertada . Anónimo, em reforma antecipada, sentindo na pele, o que está a falar.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...
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Unknown disse...

Também detesto comentários anônimos ! Insultos e chafurdeiros , por isso compreendo muito bem a sua atitude ! E a que pretende para a sua Pág de facebook ! Com os melhores cumprimentos

Unknown disse...

Mas porque não ilegalizam de vez o PCP e BES que tantas malfeitorias têm feito ao PS. E já agora porque não atiram para o Tejo os velhos decrépitos que votam PCP. Poupavam nas reformas, poupavam na saúde, poupavam o PS e transformavam este país num jardim de rosas.

Mª Glória Santos
Coimbra

HY disse...

Eu lembro-me disso tudo e de muito mais...mas não compreendo que conclusão pretende extrair dessas memórias. Que será preciso que Costa se rodeie de todas as cautelas possíveis caso pretenda formar governo com o apoio do PC e do BE? Evidente. Mas se a ideia é que essas memórias tornam impossível qualquer acordo desse tipo, isso seria negar qualquer hipótese de evolução política. Então o PS também não deveria fazer qualquer accordo com o PSD, que jà o deixou cair várias vezes. A memória ilumina a nossa acção presente, mas não pode determiná-la.

Joaquim de Freitas disse...

Os insultos de que aqui fui vitima da parte de anónimos corajosos levou-me a abandonar o blogue. O que lamento. Acho bem que o filtro seja activado.

Luís Lavoura disse...

Quem lembra o passado, perde um olho.
Quem o esquece, perde os dois.

isabel disse...

Muito bem, Sr. Embaixador

Manuel do Edmundo-Filho disse...

Todos temos memória. Por isso dizia, num comentário que aqui deixei, nunca ter entendido por que razão o PS há muito que deixara de fazer um combate ideológico à esquerda. Por que razão nas campanhas eleitorais o PS não recordava, sequer, aos eleitores de esquerda os factos que o Embaixador aqui referiu.

Questiono-me: pode essa memória ser uma barreira a uma solução governativa, seja ela qual for, que corresponda aos superiores interesses do País? A minha resposta é, claramente, que não. Se assim fosse, se a memória fosse o grande critério a levar em conta, o País ficaria bloqueado. Como seria possível ao PS viabilizar um governo PSD/CDS se se lembrasse que foi, exactamente, o PSD/CDS que foi "ao pote", "mão-na-mão" com o PCP e Bloco, votando contra o PEC IV e "abrindo caminho à "troika" e às eleições que trouxeram uma maioria absoluta PSD/CDS por quatro anos"? Como seria possível?

Caro Embaixador. Concordará que não pode ser esse o critério. A questão é a de saber se a solução governativa que Costa está a negociar é a que oferece ao País um governo estável, capaz de relançar a economia sem pôr em causa os equilíbrios financeiros e orçamentais a que o País está obrigado. Se formos chamados, como espero, a pronunciarmo-nos sobre esta solução, é a resposta a esta interrogação que definirá o meu sentido de voto.

Receio que a minha resposta seja negativa. Dava-me um certo gozo ver esta direita e a sua falange de apoio que pulula pela imprensa (com destaque para o Observador) e pelas redes sociais abespinhada com um governo apoiado à esquerda. O problema são os mercados... Aqui é que a "porca torce o rabo". Acalmar-se-ão?

Qualquer das formas, independentemente da solução que for encontrada, Costa, abrindo as negociações para uma solução governativa também à esquerda, pôs fim ao Período Revolucionário que estava ainda Em Curso. Tem, pelo menos, esse mérito. Acabou com o constrangimento à esquerda de que a nossa democracia sofria. O leque de soluções abriu-se. Ficaremos, a partir daqui, com uma democracia mais arejada, mais saudável, mais madura.

Aplaudo a sua decisão de não permitir mais comentários anónimos. Que se assumam!

Anónimo disse...

A minha memória ainda vai mais longe, até à colaboração com a União Soviética para colocar Portugal sob a sua pata, a entrega dos arquivos da PIDE (isto não é crime?!) à KGB, etc.

E, obviamente, a minagem do esforço de guerra em África, contribuindo para mais mortes nas nossas fileiras e a degradação da situação dos nossos "compatriotas" que lá viviam.

Finalmente, o PCP é um partido que não renega a adoração de ditaduras e que, claramente, só joga pelas regras democráticas porque não tem poder para as por de lado.

É isto o PCP. E quanto mais comunistas conheço, mais percebo a razão de ser do BE.

Unknown disse...


Acho impressionante a parcialidade como nos lembramos ou esquecemos de comportamentos dos partidos conforme eles se situam à esquerda ou à direita. É verdade tudo o que se diz no texto sobre os comportamentos do PC e do BE. Esses e muitos outros devem fazer o PS blindar-se até ao limite em eventuais propostas de acordo com estes partidos. Mas o PSD/CDS não votaram contra o PEC IV? Bateram palmas a ML Rodrigues? Passos não humilhou constantemente o PS ignorando-o constantemente em medidas fundamentais? Porquê referir a perversidade dos primeiros e ignorar as dos segundos?
A questão não é moral é política e o PS está neste momento a lutar pela sua sobrevivência como grande partido. Os riscos de ser salamizado à direita e à esquerda perdendo grande parte dos seus votantes é imensa. Claro que os interesse nacionais devem ser sempre privilegiados, mas resta saber até que ponto a perda de importância do PS no panorama político nacional - que posições como a do texto estão implicitamente a aceitar - é compatível com esses interesses .

Francisco Tavares disse...

Eh pá, a memória daqui a nada chega ao Marquês de Pombal, ao Vasco da Gama e aos "achamentos" e ao Afonso Henriques e o que ele fez à mãezinha...... E será que o Costa (ó Costa, a vida Costa!) estará assim tão desmemoriado? Parece que isto já não é o que era (antes do 4-Ou, como os hermanos gostam de dizer).........

Manuel Tomaz disse...

Ao anónimo das 01:21 - eh eh eh eh - mas aí eles estão todos de acordo... 51 deputados nunca... então os postos de "trabalho" deles?

Espaço de Raio Xis disse...

Eu quero um governo de esquerda e o mais extrema possível!
Eu quero um governo, que me devolva tudo o que me foi tirado!
Eu quero um governo que não pague nada do dinheiro que andou a pedir!
Eu quero um governo que mande embora a NATO e se encontrar o Pacto de Varsóvia, que o traga!
Eu quero um governo que tenha um médico de familia, por cada membro dessa familia!
Eu quero um governo que tenha professores suficientes para a população portuguesa, em Portugal e ainda para todos os que vierem para Portugal e ainda para enviar-mos em missão a todos os cantos do mundo onde haja alguém que queira saber de português!
Eu quero um governo que me coloque em horário zero todos os professores com mais de trinta anos, de idade, mas se alguém considerar que vinte e cinco anos é melhor eu aceito!
Eu quero um governo que me tire do euro e me ponha o escudo - ou similar - nas mesmas condições!
Eu quero um governo que retire Portugal da CE!
Eu quero um governo que aumente o salário mínimo para valor equivalente a que se paga no Luxemburgo!
Eu quero um governo que nacionalize a banca toda!
Eu quero um governo que nacionalize os transportes públicos todos!
Eu quero um governo que nacionalize todas as empresas estrangeiras que estão instaladas em Portugal, e os estrangeiros vão-se embora!
Eu quero um governo que devolva todas as empresas entretanto vendidas, ao Estado português!
Eu quero um governo que de emprego a todos os portugueses no activo!
Eu quero um governo que dê subsídios suficientes, para uma vida digna, a todos aqueles que não queiram dar o seu contributo ao País - trabalhando!
Eu quero um governo que só faça trabalhar os cidadãos no máximo até aos 60 anos, excepto se for funcionário público, elemento das forças armadas, etc, pois aí a idade passa para 40 anos, pois são profissões de desgaste rápido!
Eu quero um governo em que qualquer funcionário das condições acima referidas só trabalhe no máximo e em circunstancias especiais 30 horas por semana, e incluir nessas horas de trabalho os tempos de descanso necessários!
Teria mais mas por agora estas condições já ajudam...

TENHAM PACIÊNCIA!

Francisco Tavares disse...

Ó menir, estás noutra, vai ter com o Obélix!
Francisco Guerra Tavares

João Miguel Tavares no "Público"