Ontem, num órgão de informação de grande divulgação, o seu editor escreveu isto:
"Carlos César foi à SIC dizer que Costa só mostrará o acordo com o PCP e o Bloco – se é que há ou haverá acordo – depois de indigitado pelo Presidente. Mas será que julga que somos todos palhaços? Será que o PS ainda não chegou ao poder e já capitulou à forma opaca, mentirosa e autoritária de fazer política que caracterizou o estalinismo? Quer carta-branca e mãos livres para fazer o que entender? Então ao menos corte o cabelo à moda de Kim Jong-un, pois seria mais coerente."
Não será possível dizer que se discorda das propostas e atitudes socialistas sem usar este tipo rasteiro de linguagem? Será este tipo de discurso compatível com uma pessoa que se designa a si próprio como jornalista?
9 comentários:
Se é este tipo de coisas que o choca, o melhor, mesmo, é entregar já o cartão de esquerdista. Se há coisa que marca a esquerda é o estilo caceteiro da linguagem. Ou já se esqueceu de como os comunas chamam fachos a todos os que discordam deles?
Uma monstruosa aberração faz crer aos homens que a linguagem nasceu para facilitar as suas relações mútuas. Mas existem indivíduos que preferem ladrar, na impossibilidade de morder.
Caro Senhor Embaixador:
Para quem viveu o PREC de 1975 como nós, sabe que o ambiente de irracionalidade, ataques soezes, intolerância que vivemos hoje é muito semelhante ao daqueles tempos.
Lembra-se de um «jornalista» chamado Nuno Rocha, director de um pasquim muito querido à Direita naqueles tempos de brasa, mas que não passava de um comissário político destacado para fazer política através do jornalismo, ter noticiado, com pormenores, o que disse este e o que disse aquele, uma reunião do Conselho da Revolução que não se realizou, foi adiada à última hora?
É assim que alguns comissários políticos travestidos de jornalistas actuam.
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Eu referia-me a ditos jornalistas, Catinga
Sim. E podemos pensar na "suavidade" de um Daniel de Oliveira ou de uma Clara Ferreira Alves nas suas participações televisivas, por exemplo. Ambos, jornalistas, e de esquerda. E, calculo que quem escreve no "Avante", também terá a sua carteirinha de jornalista, não? :)
Quanto ao que Manuel Silva escreveu: o Nuno Rocha não era um dos dois defensores oficiosos dos interesses indonésios durante a ocupação de Timor? Se a memória não me está a pregar partidas, isso é muito pior do que qualquer invenção relativa a reuniões do CR.
Estes jornalistas que usam este tipo de linguagem rasteira e grosseira não são os piores. À primeira palavra deixam cair a sua máscara de jornalista e evidencia qual o seu posicionamento político e qual o seu propósito. Piores são aqueles, como José Gomes Ferreira, sempre de pantufas de "mestre" em economia, têm uma agenda partidária. Ontem na senda da dramatização e do apelo aos mercados que a direita começa a ensaiar, com a perspectiva de um governo à esquerda, dizia o inefável JGF que os investidores com quem já tinha falado, e que se preparavam para investir (!), lhe disseram que já não iam investir face a essa perspectiva. Rídiculo.
Esta direita, não sejamos ingénuos, é mesmo radical e, se perder o poder, vai usar todos os meios para destabilizar e virar o país de avesso.
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Apesar das aspas, o título não deixa de ser hiperbólico...
~ ~ Reflexo de um cosmopolitismo à portuguesa :))
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Catinga, pior ainda é quando chamam fascistas a colegas de partido só porque a determinado momento das suas vidas mudaram de opinião num determinado assunto.
Isso sim choca-me e muito.
Também o uso de linguagem para o insulto, exactamente a mesma que criticam quando é usada contra os nossos.
Isto acontece com jornalistas e jornaleiros, também com políticos e pulhíticos.
Estou de acordo com alguém que aqui falou do radicalismo do verão quente de 75 e de facto parece ter razão.
se fôr numa coluna de opinião não me choca nada . Como notícia , o cidadão falou mais alto que o jornalista , e até foi simpático . Há quem pense muito pior da situação em causa
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