terça-feira, maio 08, 2012

A República francesa

Nada obrigava Nicolas Sarkozy a convidar François Hollande a estar, ao seu lado, nas comemorações que, esta manhã, tiveram lugar, no Arco do Triunfo, para celebrar o aniversário do fim da segunda Grande guerra. E, para o recém-eleito presidente, estava longe de ser obrigatória a sua presença na cerimónia, numa posição que, apesar de tudo, não deixava de ser secundária.

Mas ambos o fizeram, ultrapassando, com uma grande dignidade republicana, a acrimónia de uma campanha eleitoral muito dura, com a finalidade de transmitirem a imagem de uma França que deve estar unida nas suas grandes datas nacionais, ao mesmo tempo que marca um sentido profundo da continuidade do Estado. Esta foi mais uma bela lição que a democracia francesa deu ao mundo.

19 comentários:

Anónimo disse...

Pelo contrário, “tudo obriga” a que os dois políticos se comportem desta forma.
Como por cá, também, “tudo obrigava” a que o MS não continuasse a confundir o “pessoal”…

Anónimo disse...

Pela fotografia, as personagens têm a mesma altura. Vamos lá ver se alguns dos mimos com que Sarkozy era brindado se vão repetir com o novo presidente...

Isabel Seixas disse...

Deve ter sido uma ambivalência para escolher o tom da gravata...

Mas sem dúvida uma demonstração de profissionalismo e espirito democrático.

Anónimo disse...

Espanta-me que, como diplomata, o sr. Embaixador fale em dignidade republicana, elevando a ideia deste regime à supremacia do único democrático e absolutamente ideal. Considero, portanto, que na sua visão todas as monarquias não são democracias. Alguma vez expressou esta sua ideia perante um representante do Reino Unido, da Bélgica ou da Suécia?

Helena Oneto disse...

Sim, meu caro Embaixador, o que vimos hoje, sabendo o que separa estes dois homens, foi uma grande lição de democracia!

PS: Tenho pena que este belo texto suscite dois (à hora a que estou a comentar, se calhar havera, hélas mais alguns) comentarios tão negativos.

Anónimo disse...

ao anónimo das 15:18: não consta que F. Hollande use saltos altos...
LG

Santiago Macias disse...

Uma bela lição, de facto.
Sarkozy fez um bom discurso de despedida e porta-se agora com esta dignidade. Dará, talvez, razão aos que dizem que é mais fácil saber perder que saber ganhar...

Anónimo disse...

É raro vermos atitudes destas. Dignificam os dois protagonistas, dignificam a França, dignificam a Europa. Que dirá desta soberba prova de Democracia a Senhora Merkel que é soberba?

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Nuno Resende: se conhecesse melhor a história francesa, saberia que o conceito de República não é aqui visto como uma contraposição com Monarquia, como entre nós acontece. A República, em França, é uma ética de cidadania, que corresponde ao lema "liberté, égalité, fraternité". Por isso é que o post se chama "A República francesa".

Julia Macias-Valet disse...

Uma grande liçao de "fair-play" !

Um jornalista de France 2 comentou esta imagem dizendo : "La démocratie à la française..."

Aos anonimos que comentam a estatura :
Diz o povo que "os Homens nao se medem aos palmos"

Anónimo disse...

Senhor embaixador, penso que a designação de "Grande Guerra" só é empregue para a I Guerra Mundial. Por outro lado, o 8 de Maio marca o fim da guerra na Europa, i.e., a data da rendição dos alemães. A II Guerra Mundial terminaria mais tarde, depois das bombas atómicas.
Anónimo.

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Carlos Fonseca: pois é...

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Anónimo das 23.35: se a expressão só fosse empregue para designar a 1ª guerra, então, bastava dizer "Grande Guerra" e todos perceberiam que era essa guerra mundial. Ora não é isso que acontece. Muita gente diz "1ª Grande Guerra", o que implicará a existência de, pelo menos, uma 2ª. Na net há 473 mil referências a "Second great war"

Anónimo disse...

A REPÚBLICA é assim.
Francisco F. Teixeira

domingos disse...

A França ainda consegue ser um país civilizado. Quanto a monarquias e repúblicas, hoje mal se distinguem. Os USA são praticamente uma monarquia e uma Noruega é mais república que outra coisa. E quanto a Portugal, continua demasiado "monárquico" para muitos gostos...

Anónimo disse...

A ocasião que juntou os dois "Presidentes" franceses serviu bem para uma troca de ideias entre os seus amigos deste blog. Blog que em dias como o de hoje, se justifica bem, que continue por mais tempo. É lúdico e didáctico. A altura dos "Presidentes" agora pouco importa. Nem há tempo para ir comprar uma gravata mais conforme a ocasião. Melhor mesmo é AINDA preservarem a ética de cidadania republicana acautelando o trabalho e o emprego para o maior número possível de cidadãos. Esta Europa festeja o "Empreendorismo"! De quê? Em Portugal, por exemplo: "apanhar moscas no Verão" talvez tenha a utilidade de promover uns quantos "trabalhadores independentes"; ao mesmo tempo que aliviam os turistas e os que veem de "vacanças", pouco conhecedores do papel destes insectos...

Anónimo disse...

Cara Julia Macias-Valet, a altura de PRs não me mereceriam qualquer comentário não fora, a 'farpa'do anónimo (8.05 às 15:18).

Para a troca aí vão mais provérbios acerca do tema:
"homem pequeno, saco de veneno";
"homem pequeno, coração ao pé da boca";
"homem pequenino, ou velhaco ou bailarino".

à vous de choisir! por mim, fico com o seu! :)
LG

Isabel Seixas disse...

Oh Júlia
Na minha terra ainda se usa és pequeno logo de má raça...

Mas não é nada verdade, não há qualquer relação causa efeito comprovada.

Daí que reforço"os Homens nao se medem aos palmos"

Isabel Seixas disse...

ah senhor embaixador se me permite,
Oh Júlia, Muito Menos as Mulheres...

25 de novembro