De há muito que deixei de ligar ao festival da Eurovisão, que, salvo algumas exceções, se converteu num espetáculo "kitsh", de qualidade quase sempre muito duvidosa. O facto de algumas das nossas participações nacionais terem oscilado entre o estanhado mau-gosto e o retorno a um nacional-cancionetismo de novo tipo também me estimulou a não perder tempo com aquele festival.
Desta vez, porém, graças ao alerta de alguém, reconciliei-me, momentaneamente, com a Eurovisão. Ao ver e ouvir as velhotas russas, dei por mim a apreciar, com gosto, o espetáculo e a pensar que, por uma vez, o passado pode vir a ter imenso futuro.
8 comentários:
Senhor Embaixador
Fez-me rir com a sua expressão que vou adoptar de que "o passado pode ter imenso futuro".
Eu costumo dizer que pertenço a "uma geração de passado prometedor". Equivalem-se!
"O passado pode vir a ter imenso futuro."
Oh se tem razão, e que mensagem de esperança...
Não vi muita coisa do dito Festival festivaleiro. Mas, acorri a chamada de minhs mulher e vi o grupo das velhotas russas. Bué da fixes.
Fiquei pior que estragado: as Buranovskiye Babushki deviam ter sido as vencedoras! Mas, os compadrios do costume ditaram leis...
Mais um gerontófilo assumido! Recomendo-lhe o texto clássico "Nonita" de Umberto Eco.
a) Feliciano da Mata, limpador de livros
Pois... o problema gravíssimo é ter de se reconhecer que o passado já não tem futuro. Parece-me que pode ser este o grave problema desta crise. Mas... eu não sei.
Estas é que são as verdadeiras camaradas de confiança.
Guilherme.
Nem mais, o passado ...
Sabe-se que o calendário dá números p'ra frente, mas o Sol e a Lua tiveram, têm e vão ter o seu lugar. Pena que se tenha feito tão abrupto corte de gerações e de tradições até nas famílias. Kant é e vai ser, Marx também, tanto como Rawls e outros que por aí andam, na moda "da equidade". Há que ver de que são capazes os mais velhos: creceram; trabalharam,amaram, e ainda cantam com o seu "estilo" umas coisas giras!
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