Um grupo de ativistas pelos direitos dos imigrantes lançou em França um movimento sob o lema "24 horas sem nós: um dia sem imigrantes". A ideia era simples: organizar, no dia 1 de Março, uma greve de imigrantes neste país, com vista a dar uma imagem de quanto a economia do dia-a-dia francês deles depende.
Não tenho conhecimento do grau de sucesso da iniciativa e até duvido muito que ela se tenha concretizado de forma visível. Os imigrantes são, entre todos os assalariados, aqueles que, por regra, têm maior precariedade no seu vínculo laboral, vivem numa dependência económica que os torna presas fáceis do seu patronato e, finalmente, raramente têm uma consciência política capaz de os conduzir a ações reivindicativas desse género.
Não tenho conhecimento do grau de sucesso da iniciativa e até duvido muito que ela se tenha concretizado de forma visível. Os imigrantes são, entre todos os assalariados, aqueles que, por regra, têm maior precariedade no seu vínculo laboral, vivem numa dependência económica que os torna presas fáceis do seu patronato e, finalmente, raramente têm uma consciência política capaz de os conduzir a ações reivindicativas desse género.
Esta iniciativa tem, pelo menos, o considerável mérito de nos levar a uma reflexão: o que seria das sociedades europeias contemporâneas sem o trabalho dos imigrantes?
7 comentários:
Pensar que os imigrantes poderiam ser mobilizados para uma greve geral é esquecer que eles não são um grupo homogéneo e que, de entre eles, há mesmo responsáveis de empresas que empregam outros imigrantes o que neste caso torna até os interesses antagónicos!
Proporcionalmente não são os imigrantes portugueses que mais se activam nos movimentos de greve; mas já temos visto serviços muito perturbados onde os imigrantes estão em maioria...
Senhor Embaixador
De facto Jose Barros toca o outro lado da questão. É que a nossa actual emigração é abundantemente de cérebros e não de mão de obra. O que faz com que as remessas que antes foram o sustentáculo desta terra, agora muito possivelmente nem cá entrem...
Demos, antes, o nosso melhor com as nossas mãos. Continuamos agora a dá-lo com as nossas cabeças.
Talvez por isso não seja fácil, na actualidade, movimentar a emigração portuguesa!
A questao que o Senhor Embaixador poe no fim do post poderia bem ser tema de dissertaçao (Paragraphe Argumenté) da prova do Brevet na disciplina de Histoire/Géographie-Éducation Civique no proximo mês de Junho.
O tema "Les migrations internationales, reflet des inégalités de richesse dans le monde" é um dos temas do programa.
Quanto à greve é pena que nao tenha tido (maior) sucesso e isto apesar de estarmos no pais do mundo que deve bater todos os records de "Mouvements Sociales".
A fotografía que ilustra este post merece um prémio!
Este tema tem "pano para mangas". Um dia, em França, sem imigrantes é impensável e sem imigrantes portuguêses é uma utopia! O nosso Embaixador "explica" bem porquê.
A minha experiência ensinou-me que é mais facil encher o "Stade de France" por um jogo com a seleção Portuguêsa ou a "Notre Dame" por uma missa dada pelas vítimas da catástrofe na Madeira do que mobilizar trabalhadores portuguêses para manifestar por melhores condições de trabalho.
Pois interessantíssimo...
Confesso que para mim é inédito...
Nunca tinha pensado numa greve senão do ponto de vista da operacionalização por inerência dos cidadãos trabalhadores, população activa, da própria nação.
Mas de facto agora que me sensibilizou fez-me luz,,, as greves são de e para trabalhadores...
Pois qualquer dia temos greves internacionais/mundiais.
Isabel Seixas
PS Também atribuía um prémio à fotografia...Alpinismo obrigatório, sem direitos... a lazer.
http://zappiens.pt/video.php?id=685
Peço imensa desculpa porque enviei o link acima, assim a "seco"...
Trata-se de um documentario, "Retratos : Portugal e os Portugueses Visto pelos Imigrantes" da autoria de Luisa Homem.
Um filme sensivel e que nos leva a reflectir sobre a aceitaçao dos "novos portugueses".
O documentario tem a duraçao de 30 minutos + ou -
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