Em 5 de outubro de 1910, o rei dom Manuel deveria visitar oficialmente a cidade de Vila Real. As movimentações revolucionárias em Lisboa impediram essa deslocação.
Em Vila Real estava prevista uma elaborada receção ao soberano, da qual fazia parte um opíparo jantar.
Aqui deixo a imagem do convite-menu para esse repasto não consumado, um histórico e creio que muito raro documento, de cujo original sou o feliz proprietário.
Em Vila Real estava prevista uma elaborada receção ao soberano, da qual fazia parte um opíparo jantar.
Aqui deixo a imagem do convite-menu para esse repasto não consumado, um histórico e creio que muito raro documento, de cujo original sou o feliz proprietário.
16 comentários:
"Coincidências reais" dont vous êtes l'heureux héritier (je parle du menu, bien entendu)!
Com um menu destes, em Vila Real, sem sequer incluir, no mínimo, umas típicas tripas aos molhos, a monarquia tinha de estar no fim!...
Já agora, enche-me de curiosidade saber para onde, em Vila Real, estava prevista a opípara recepçao a D. Manuel?
O original do convite é, sem dúvida, um documento histórico raro, de extraordinário significado e valor!...
Abraço
João Queiroga
O Rei D. Manuel, que tinha o apoio popular mas não tinha a dinamite nem os revólveres democraticamente usados pela Carbonária, não poda contar com uma revolução feita pelo tal partido dos "lunáticos" dos 5%. O que me diria o Senhor Embaixador se o Bloco ou o CDS dessem um golpe e invocassem uma qualquer legitimidade que as urnas nunca sufragariam ? Eu sei que há muito bom democrata que fecha os olhos às "leis da história" e, sobretudo, à vontade do corpo eleitoral. Ainda hoje, o Dr. Rosas disse isso mesmo.
Isso é uma coisa linda. Em termos de história do meu país é como ter um menu do Baile da Ilha Fiscal.
Ha uma tentativa de branquear a historia
Senhor Embaixador, também escreve Presidente da República em minúsculas? E Primeiro-Ministro? E Ministro? E Embaixador? Apenas curiosidade....
..e o povo?
Bolos?
So chic...e porque é que o menu era escrito em francês ? Lingua oficial da diplomacia ou moda ?
Todos temos em casa pequenas/grandes reliquias.
Em minha casa existe uma tacinha com pires, onde esta gravado "Brinde dos Armazéns do Chiado - 1906".
As vezes pergunto-me se nao a deveria doar a um museu da cidade de Lisboa !?
O ponto comum entre o seu Menu e a minha tacinha ?
Ambos sao vestigios algo que "ardeu".
VIVA A REPUBLICA !
Nao, Margarida. Porque o povo nao é Tolo ; )
Caro Anónimo: escrevo (escreve-se): "embaixador", "ministro", "primeiro-ministro", "presidente da República". E "Embaixada" e " Ministério".
O português escreve-se de acordo com os prontuários, não de acordo com os sentimentos.
Só mesmo “uma certa boa vontade, ilusória, monárquica actual” poderá acreditar que Manuel II tinha o apoio popular. Nem Amélia, sua mãe, figura aliás pouco grata da populaça, possuía essa popularidade. Manuel II era um jovem, sem qualquer experiência governativa, quando teve de substituir seu pai, Carlos I. Tal não o impediu de gastar, com dinheiro dos cofres do Reino, 70.000 USD (valores da época!) na compra de um colar de pérolas e diamantes para oferecer à sua amante de ocasião, Gaby Deslys (num encontro no Buçaco) uma famosa dançarina e actriz do princípio do século XX, cujos muitos outros amantes, se contam James Matthew Barrie, o barão inglês e dramaturgo que foi o criador de “Peter Pan” e Gordon Selfridge, o milionário americano que veio a fundar a cadeia de lojas Selfridge.
A monarquia cavou a sua própria sepultura. A república acabou por ser a consequência daquilo que já era inevitável.
P.Rufino
Sua Majestade vinha inaugurar o Vidago Palace, hotel nas termas de Vidago, concelho de Chaves. Hoje, 100 anos e 1 dia depois, o primeiro-ministro inaugura este hotel!
Ó senhor Embaixador, tal posse leva-me a admitir que, na família, terá tido algum monárquico!:)
Cara Dra. Helena: Foi uma oferta de um amigo ao meu pai, que faria 100 anos daqui a dias, e que era um republicano dos quatro costados.
Não sendo monárquico, a alusão que faz é interessante e evidencia uma situação Trás-os-Montes e Alto Douro, ficou marcada por este importante acontecimento histório- a proclamação da republica A visita do El- Rei D. Manuel não era apenas à cidade de Vila Real, mas ao distrito, que começaria com uma visita à entãoo vila da Régua....à capital Douro, sempre agitada com crises sucessivas nos negócios do vinho do Porto.
Depois, passaria por Vila Real e acabaria com a inauguração do Palace Hotel, no Vidago..
Cem anos depois dessa data em que nada aconteceu, coincidência da nossa história....é o primeiro-ministro do governo da nação que volta a Tras-os-Montes para "inaugurar" um novo Palace Hotel, que foi adaptado as novas realidades e potencialidades no Douro,hoje classificado patrimóni como da humanidade e um sector de vinhos do douro e porto melhor preparado para os desafios do consumo e mercado.
Mas, permita-me ainda dizer que essa ementa real que guarda, não terá perdido a toda oportunidade....de ser saboreada, sempre com uma perspectiva de olhar o futuro com uma renovada esperança e força criadora de novos valores.
Na Régua,José Alfredo Almeida
Curioso e irónico documento, feliz o proprietário
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