Foi mais para ser simpático do que por qualquer outra razão que perguntei:
- Há muitas senhoras a dirigir táxis, cá em Lisboa?
O seco "algumas", saído da boca da motorista, logo me fez ver que estávamos longe de um ambiente distendido, passível da sociologia de pacotilha que o tema poderia, despretenciosamente, ajudar a cultivar, nos minutos da viagem.
Logo na primeira rotunda, tudo se confirmou:
- Saiu-te a carta na farinha Amparo, ó palerma! - gritou, abrindo o vidro, para um outro automobilista.
- Cada vez há mais bestas por aí - teve a confidência de me esclarecer, não fosse eu não ter percebido.
- Cada vez há mais bestas por aí - teve a confidência de me esclarecer, não fosse eu não ter percebido.
Afundei-me no banco, por detrás do meu "Notícias", lamentando não estar a ler outra literatura mais consonante com a matriz da minha condutora, como "O Crime" ou quejandos. Estou certo que isso trar-me-ia outro nível potencial de cumplicidade.
Até a feminilidade é afetada pela crise. Ou será só a educação?
5 comentários:
Bem, para responder teria que conhecer a "senhora" antes...
Agora, é capaz de ter a mania...
Isabel Seixas
Boa noite,
Os "Fogareiros" obedecem aos códigos de 'honra' do 'chófer de praça'!
Outrora, ainda sem a concorrência feminina, eram campeões da pancadaria; nem Tarzan Taborda lhes pedia meças!
Levava logo com a manivela!
Faz muito tempo, um 45 rotações soava: "ai ai, não nego a minha raça..., ai ai, eu sou chófer de praça!"...
Além dos códigos... têm 'dialecto' específico(...)
O pior é que, há muitas "motoristas de táxi" à civil, que usam a 'farda' do vocabulário agressivo, confundindo-se com as "chóferes de praça"!
Esta é, a crise da falta de educação e da prepotência urbana!
Cumprimentos
César
Creio que é só a educação, senhor embaixador! A feminilidade não se encontra muito em causa, creio.
Quanto à falta de educação por causa da "crise", então já estamos em crise há largos anos!
Vejo aqui ao lado uma mensagem que diz: "Bem, para responder teria que conhecer a "senhora" antes...
Agora, é capaz de ter a mania..."
Vê? porquê antes? Agora, depois de quê, tem ela a "mania"? Todos uns amores... portanto, é preciso, EDUCAÇÃO, civismo e complementares.
Maria Fernanda Pinto
Aqui há um par de anos atrás houve um que me quis dar com uma tranca na cabeça, a mim e a um irmão meu, que seguia comigo no táxi, por não termos dado gorjeta (e por “boas” razões, o individuo era um mentecapto).
P.Rufino
Simone de Beauvoir afirmava : "On ne nait pas femme, on le devient"
A personagem da sua historia ainda esta no "devenir"...ou muito provavelmente "ne le deviendras jamais"...
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