Já era azar! Ser parado por um polícia, quando estava atrasado para o jantar. Resignado, encostou à berma e, mentalmente, fez uma "check-list" do que poderia estar mal: documentos, seguro, revisão periódica, triângulo, etc. Não tinha a certeza de ter tudo em condições - é sabido que, quando um polícia quer, há sempre algo errado, dos pneus ao alinhamento dos faróis!
Abriu o vidro, fixou o guarda e, logo, notou-lhe um inesperado sorriso: "Está contente com o seu carrinho?" Perplexo, retorquiu: "Estou, porquê?". Não entendia a pergunta. Seria alguma graça?
"Mandei-o parar porque gostava de ter a sua opinião. Há dias, apareceu-me um carro igual a este, em segunda mão, a bom preço. Mas, antes de o comprar, gostava de saber se, de facto, será uma boa opção. Por isso, tenho pedido a opinião a quem conduz carros idênticos. Então está mesmo satisfeito? Ótimo! Agradeço-lhe e pode seguir".
História verdadeira passada, com um amigo meu, à saída da Régua.
7 comentários:
Bem aí está uma operação Stop interessante, em que a autoridade manda para pedir delegando a autoridade.
Isabel Seixas
Esta história é uma delícia. E um retrato espantoso do homem que usa e abusa de um certo poder...
E o pior é que ( embora no caso concreto possa não ter sido assim) o polícia sabe que pode abusar à vontade, desde que não obrigue o casual automobilista a pagar uma multa.
A mim já me aconteceu o mesmo à saída de uma portagem em França.
O Mundo é mesmo uma aldeia...!
Um retrato dos nossos dias, contado de uma forma engraçadíssima como se estivéssemos frente ao ecrã, a assistir ao desenrolar de um filme tão cómico quanto real. Não resisti traduzir para inglês à minha cara-metade, convertendo este momento numa versão de humor britânico!
Conheço quem tenho mandado parar…para lhe dizerem que estava a conduzir muito bem!
Ainda há uns polícias catitas, pelos vistos.
P.Rufino
Deliciei-me com a sua história...
Na verdade, o Policia da Régua...teve fama de ser diferente, sempre desenrascado e humorado ...nas situações mais complicadas.
Costumava-se dizer, deve lembrar-se, falas que nem um policia da régua...há mais histórias deliciosas contadas pela pena do médico e escritor Camilo de Araújo Correia, que um dia poderei aqui lembrar..
Vale mais esta história que histórias tristes de outros congéneres no seu absolutismo de poder.
Não nos ensinam (ou ensinaram), que devemos ser comunicativos e prestáveis à sociedade?
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