O luso-trumpismo tem a graça de ser saloiamente cavernícola.
10 comentários:
João Cabral
disse...
Segundo percebi, haverá uma redução desse tema, não uma eliminação. E convenhamos, é preciso encher esse currículo de questões que não são cientificamente aceites de forma ampla, sendo antes uma espécie de engenharia social eivada de ideologia? Pois é, enquanto não houver uma sustentação científica alargada, acho muito bem que determinados assuntos não estejam nessa disciplina. Relembro até que, de acordo com a Constituição, o Estado não pode programar ideologicamente o ensino. Aplique-se a Constituição.
Por acaso sou professor de história e este ano letivo dei aulas de Cidadania e Mundo Actual a alunos de cursos CEF. Muito sinceramente e esta é a minha opinião, o lugar para se falar de sexo e reprodução em termos biológicos, é nas aulas de ciências naturais, ponto. Em Cidadania, o que se pode e deve abordar é a questão do respeito pelas pessoas independentemente da sua orientação sexual, tal como também devem ser abordadas questões como a mutilação genital feminina, no contexto dos direitos humanos. No entanto, não me compete a mim, como professor, estar a dar aulas ideológicas sobre dezenas de géneros diferentes e mais sei lá o quê. Essas questões ideológicas ficam fora da sala de aula, claro que estou aberto a debates se os meus alunos assim o quiserem e isto é um tema que, de facto, dá azo a debates muito interessantes, mas debater é uma coisa, doutrinar é outra... Quem quiser acreditar que é uma girafa e que possui seis géneros diferentes, por mim está à vontade, mas não contem comigo para ensinar isso como sendo um facto cientifico da biologia a ninguém. A realidade é uma coisa, o Mundo da fantasia é outra, é preciso saber separar as águas, caso contrário, vamos entrar numa esquizofrenia coletiva como sociedade...
Excelente comentário, estou de acordo com tudo. Destaco a frase "o lugar para se falar de sexo e reprodução em termos biológicos, é nas aulas de ciências naturais". Eu aprendi algumas coisas sobre essa matéria precisamente nessas aulas, há quase meio século; não aprendi sobre doenças sexualmente transmissíveis, é certo, mas pelo menos aprendi que qualquer cópula pode dar direito a gravidez - coisa que algumas minhas colegas, patentemente, não sabiam. Já foi alguma coisa.
Acabei de ouvir uma estudiosa destas matérias, na RTP, que assegurou que uns pais recusavam que estes temas integrassem a disciplina, por razões ideológicas, outros recusavam, por ignorância. J. Carvalho
Pois claro, se a questão é a falta de «sustentação científica alargada» das matérias da disciplina de cidadania, não acha que, por maioria de razões, se devem cancelar de imediato as aulas de religião e moral?
Não posso deixar de concordar com o comentário da pessoa que diz ser professor de História. Utilizar o sistema de Ensino Público para veicular ideologia de género não é de todo adequado. É preciso ter-se sentido de responsabilidade e distinguir o que é "educação sexual" do que é dessiminação de ideologia. Experiências no sentido da propagação da ideologia, efetuadas por exemplo no Reino Unido, tiveram efeitos muito perniciosos. Nomeadamente cirurgias dolorosas e irreversíveis que trouxeram na sua esteira imensos problemas psíquicos. Tenho um caso pessoal, uma sobrinha que vive em Glasgow, que aos 12 anos um dia apareceu em casa a exigir ser tratada por um nome masculino e a ser referida pelos respectivos pronomes. Quem estava a incentivar ativamente esta situação? Adivinhe. Assim, quem se sentir confortável com uma disciplina de cariz ideológico pode sempre sugerir o que se passa com Educação e Moral Reigiosa: que esta seja meramente opcional e que nada conte para o currículo académico. PS - Logo à partida apelidar quem faz eco destas preocupações de ser "saloiamente cavernícola" ou de "luso-trumpismo" é, para mim, injurioso.
Eu não sou trumpista e acho essencial que os jovens tenham acesso a educação sexual, e que fique claro no seu espírito que a não descriminação sobre questões de orientação sexual ou sobre questões religiosas são fundamentos da civilização sobre as quais não pode haver transigência. Todavia, isto não deve ser confundido com o proselitismo LGBT+ que muitas vezes domina acaba por usurpar o debate.
10 comentários:
Segundo percebi, haverá uma redução desse tema, não uma eliminação. E convenhamos, é preciso encher esse currículo de questões que não são cientificamente aceites de forma ampla, sendo antes uma espécie de engenharia social eivada de ideologia? Pois é, enquanto não houver uma sustentação científica alargada, acho muito bem que determinados assuntos não estejam nessa disciplina. Relembro até que, de acordo com a Constituição, o Estado não pode programar ideologicamente o ensino. Aplique-se a Constituição.
Por acaso sou professor de história e este ano letivo dei aulas de Cidadania e Mundo Actual a alunos de cursos CEF. Muito sinceramente e esta é a minha opinião, o lugar para se falar de sexo e reprodução em termos biológicos, é nas aulas de ciências naturais, ponto. Em Cidadania, o que se pode e deve abordar é a questão do respeito pelas pessoas independentemente da sua orientação sexual, tal como também devem ser abordadas questões como a mutilação genital feminina, no contexto dos direitos humanos. No entanto, não me compete a mim, como professor, estar a dar aulas ideológicas sobre dezenas de géneros diferentes e mais sei lá o quê. Essas questões ideológicas ficam fora da sala de aula, claro que estou aberto a debates se os meus alunos assim o quiserem e isto é um tema que, de facto, dá azo a debates muito interessantes, mas debater é uma coisa, doutrinar é outra... Quem quiser acreditar que é uma girafa e que possui seis géneros diferentes, por mim está à vontade, mas não contem comigo para ensinar isso como sendo um facto cientifico da biologia a ninguém. A realidade é uma coisa, o Mundo da fantasia é outra, é preciso saber separar as águas, caso contrário, vamos entrar numa esquizofrenia coletiva como sociedade...
Excelente comentário, estou de acordo com tudo. Destaco a frase "o lugar para se falar de sexo e reprodução em termos biológicos, é nas aulas de ciências naturais". Eu aprendi algumas coisas sobre essa matéria precisamente nessas aulas, há quase meio século; não aprendi sobre doenças sexualmente transmissíveis, é certo, mas pelo menos aprendi que qualquer cópula pode dar direito a gravidez - coisa que algumas minhas colegas, patentemente, não sabiam. Já foi alguma coisa.
no sex or less sex?
Acabei de ouvir uma estudiosa destas matérias, na RTP, que assegurou que uns pais recusavam que estes temas integrassem a disciplina, por razões ideológicas, outros recusavam, por ignorância.
J. Carvalho
Pois claro, se a questão é a falta de «sustentação científica alargada» das matérias da disciplina de cidadania, não acha que, por maioria de razões, se devem cancelar de imediato as aulas de religião e moral?
Não posso deixar de concordar com o comentário da pessoa que diz ser professor de História. Utilizar o sistema de Ensino Público para veicular ideologia de género não é de todo adequado. É preciso ter-se sentido de responsabilidade e distinguir o que é "educação sexual" do que é dessiminação de ideologia. Experiências no sentido da propagação da ideologia, efetuadas por exemplo no Reino Unido, tiveram efeitos muito perniciosos. Nomeadamente cirurgias dolorosas e irreversíveis que trouxeram na sua esteira imensos problemas psíquicos. Tenho um caso pessoal, uma sobrinha que vive em Glasgow, que aos 12 anos um dia apareceu em casa a exigir ser tratada por um nome masculino e a ser referida pelos respectivos pronomes. Quem estava a incentivar ativamente esta situação? Adivinhe. Assim, quem se sentir confortável com uma disciplina de cariz ideológico pode sempre sugerir o que se passa com Educação e Moral Reigiosa: que esta seja meramente opcional e que nada conte para o currículo académico.
PS - Logo à partida apelidar quem faz eco destas preocupações de ser "saloiamente cavernícola" ou de "luso-trumpismo" é, para mim, injurioso.
Confundir ciência com religião só está mesmo ao alcance de alguns...
Eu não sou trumpista e acho essencial que os jovens tenham acesso a educação sexual, e que fique claro no seu espírito que a não descriminação sobre questões de orientação sexual ou sobre questões religiosas são fundamentos da civilização sobre as quais não pode haver transigência. Todavia, isto não deve ser confundido com o proselitismo LGBT+ que muitas vezes domina acaba por usurpar o debate.
Cavernícola é bastante adequado.
O ensino do Criacionismo deve vir a seguir.
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