terça-feira, julho 15, 2025

Ardisson


As figuras públicas televisivas acabam por fazer parte do nosso universo pessoal, embora não necessariamente de um modo positivo, em termos de afetividade. Thierry Ardisson, que me habituei a ver, durante anos, nos écrans televisivos franceses, nunca foi, para mim, uma figura simpática. Havia uma agressividade, por vezes desrespeitosa, na forma como aquele homem sempre de preto entrevistava e contraditava os convidados. Era, contudo, um "performer" de qualidade. E, também por isso, desgosta-me saber da sua morte.

2 comentários:

Anónimo disse...

Nunca lhe achei particularmente graça ou nutri qualquer admiração. Jogava no campeonato dos que pretendem ser diferentes e isso excita, claro está, a malta urbana do contra. Exagerava na provocação mas ironicamente isso atraía bastantes convidados do lado direito do espetro político., como o Chaban-Delmas.

Anónimo disse...

Ardisson, quer se goste ou não, foi acima de tudo a personificação do que a televisão foi e deixou de ser. Livre, irreverente, impertinente, ousada, criativa e com cultura...Com a morte dele, também morreu o que restava desta televisão...Fica uma televisão completamente castrada, de pensamento uniformizado no politicamente correcto. Televisão essa que entregou assim hipocritamente o seu papel de outrora para o mundo digital onde as pessoas descarregam todas as enormidades livremente sem qualquer respeito nem regulação, mas aí já ninguem se indigna...Não podemos julgar o que se fazia na TV no passado com os olhos do presente, mas independente dos excessos e desvios desse passado, a vida em sociedade era claramente melhor nessa época. Era um tempo em que a TV era livre, ousada, mas com respeito.

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