Há cerca de três anos, ouvia-se: "Há o risco do PS 'mexicanizar' o regime, ficando no poder eternamente". Agora, ouve-se: "O PS está numa crise existencial. Pode mesmo acabar". A voz é sempre a mesma: a direita, velha e relha. Ah! E a História do "fim do socialismo" já tem barbas...
10 comentários:
Tudo certo, Francisco. Mas as circunstâncias são inéditas: PS em terceiro pela primeira vez na sua história e um "intrometido" que não existia, com uma forma de fazer política muito própria, goste-se ou não. A situação actual é incomparável com a de outros anos. E será que no PS francês também não pensavam o mesmo? Veja-se onde ele está agora. Uma coisa é certa, tanto o PS nacional como o francês têm culpas no cartório, deitaram-se na cama que ajudaram a fazer.
A direita é, por definição, é velha e relha. Infelizmente, teve a maioria...
João Cabral. Em França, há uma forte esquerda à esquerda do PSF. Em Portugal, a esquerda (por muito que isso custe a alguns) é o PS.
O PS português está a seguir o caminho do PS grego e do PS italiano?
Em França, há realmente uma forte esquerda radical.
Há também uma forte esquerda na Grécia e na Itália?
A questão pode não ser bem essa: o socialismo, enquanto ideário político, pode não cair, mas pode transfigurar-se. Conseguintemente, os velhos partidos socialistas europeus sofrerão ou extinguir-se-ão (ou quase), como, aliás, já aconteceu, por exemplo, na Grécia.
Sobre o futuro do socialismo vale a pena ler a mais recente obra do economista francês Thomas Piketty “Pelo Socialismo Ecológico”.
Numa altura em que neoliberalismo prevalece em quase todo o lado, a ideia de defender que o futuro assenta numa “nova forma de socialismo” (“socialismo ecológico”, como lhe chama) e no revigoramento dos partidos socialistas baseado na construção de um sistema sócio-económico “participativo e descentralizado, federal e democrático, ecológico, multirracial e feminista”, que não seria alcançado através de “revolta insurrecional”, mas gradualmente alterando o sistema jurídico, fiscal e social”, parece ousada e optimista.
Mas também por isso vale a pena a leitura!
Thomas Piketty é frequentemente considerado uma verdadeira estrela do rock no âmbito da economia: as suas teses acerca da crescente desigualdade social são amplamente acolhidas, sobretudo entre os intelectuais de orientação esquerdista. Contudo, os seus detratores alegam, actualmente, que ele manipula os dados de forma fraudulenta e exagera a gravidade do problema, levantando questionamentos acerca da veracidade das suas análises.
De qualquer modo, vou procurar na biblioteca o livro, que o Carlos Antunes pensa que vale a pena a leitura e, provavelmente, até a compra do livro.
Chamar-lhe-ia esquerdismo utópico, pintalgado com a questão da moda, as alterações climáticas e respectivas taxas e taxinhas. Nada de novo.
O esvaziamento da esquerda radical não correspondeu ao insuflamento do PS, como acontecia até há uns anos. Os votos estão a ir para o outro lado. Nestas condições, de nada serve ao PS ter o distintivo de representante máximo da esquerda.
Desde quando o Partido Socialista é de Esquerda? Já agora, o que é que distingue o PS do PSD?
Enviar um comentário