Em face da decisão de Trump de apoiar militarmente a Ucrânia, vamos ver por cá umas belas cambalhotas: os ucranófilos, aliviados, vão dizer que Trump, afinal, não é tão mau como se pensava; os russófilos, desencantados, vão poder voltar a dizer mal da América, como sempre gostaram de fazer.
11 comentários:
Estou exausta de tantas cambalhotas políticas tolas há um tempo indeterminado. Não me considero nem ucranófila, nem russófila; desejo simplesmente que esta guerra chegue ao seu término definitivo, de uma vez por todas.
Quando não se analisam as coisas com imparcialidade e independência, é assim. Incluem-se também os detractores permanentes de Trump. Vamos agora assistir a malabarismos e contorcionismos circenses desses tais todos, julgando que ninguém repara.
Bah... é só fumaça...
Trump não tem, pura e simplesmente, armas suficientes para ajudar a Ucrânia. A indústria dos EUA não é capaz de as produzir.
Apoiar com o quê? Vá dizer isso a Kiev, que não ficou muito contente. O que tem Trump que não tinha Biden? Nada! Porque na verdade os US e Trump têm tantas cartas na Ucrania como Zelensky. O aldrabão Trump, com mais uma declaração ridicula, diga-se de passagem, só tornou mais perceptivel junto dos americanos a divisão de tarefas. Que Bruxelas pagará uma grande parte da factura das armas americanas. O que também já acontecia com Biden.
Estruturalmente não mudou nada na estrategia dos US para tentar manter a hegemonia, desgastando a Russia no maximo de frentes possíveis. Mais uma repescagem de Brezinsky. Na UA e em todo o espaço sovietico, nomeadamente no Caucaso, Asia Central e Ocidental e pelo caminho prolongar o banho de sangue e destruir definitivamente a Ucrania. E infelizmente hoje também não há líderes politicos europeus que se preocupem com a Europa, a UA ou os ucranianos que são caçados na rua como animais.
Mas o mais triste é o Sr. Embaixador continuar a chamar russófilos a quem se insurge contra uma proxy war na Europa, como até o Secretário Rubio e o Secretário-Geral da NATO Rutte já reconheceram variadissimas vezes. Ao contrário do Sr. Embaixador. Que não é muito diferente da “falcatrua” de chamar anti-semita a quem se opõe ao genocídio em Gaza.
E o problema com tantas frentes é que o risco de escaladas é sempre muito maior. É proporcional. Foi assim que começaram as duas guerras mundiais. Precisamente o caminho que os US estão a tracar hoje. Incendiar o globo inteiro. Junto da Russa, do Irão e uma pressão enorme junto dos estados parceiros da China. Que a China também não vai continuar a tolerar. Independentemente de quem até acabou por faltar à Cimeira da NATO foram os convidados Japão e Coreia do Sul. Os dois maiores aliados no Pacifico. Mais inteligentes que Trump e muito insatisfeitos com a agressão ao Irão. Independentemente dos conflitos que chegam às televisões.
A estratégia agora, partindo do princípio de que ainda existe uma réstia de intelegência nas mentes dos líderes Ocidentais, é so uma: fazer a Rússia pagar o preço mais elevado possível por aquilo que vai sempre obter e que já está enunciado pelo menos desde 2023, nem vou perder tempo o dizer o que já foi repetido tantas vezes por Lavrov e Putin. Claro que aqui não há ucranofilia alguma, bem pelo contrário, nunca houve, há até um profundo desprezo pelas vidas dos ucranianos comuns, entregues a um regime corrupto e criminoso. No fundo, depois que falhou a intenção inicial, que era a de uma vitória rápida, quando a Rússia supostamente combatia com pás, tirava chips de máquinas de lavar, não passava de uma bomba de gasolina mascarada de país, a única coisa que passou a valer foi fazer com que os Russos pagassem o preço mais elevado possível e os ucranianos passaram a ser meros peões, com a prestimosa ajuda da clique de Kiev. Os que se dizem ucranófilos, confortavelmente sentados atrás dos seus computadores e dos seus poleiros nos média, não passam de tolos úteis ou de hipócritas criminosos. Quanto a russófilos, curiosamente, não vejo por aí muita gente feliz e contente com o que se tem vindo a passar e, já que me inclui no lote, fica a saber que não, que o que sempre fiz foi advogar a normalização de relações, a manutenção do que resta do Estado Social na UE, energia barata, manutenção do prestígio e capacidade da UE no mundo. Tudo isso está a ir para o galheiro, claro está por causa dos russófilos como eu. É que obviamente, não são só os ucranianos quem paga, são as populações do resto da Europa, como aliás se vê no paleio indecente de aumentar os orçamentos militares para 5 por cento, como se fosse uma inevitabilidade, logo e por exemplo num país como Portugal que diz nem ter dinheiro para helicópteros do INEM. Claro que para alguns, que têm os seus tachos e tachinhos devidamente assegurados, tachos e tachinhos que dependem em larga medida do seu alinhamento com uma determinada narrativa, isso tudo pouco ou nada interessa. Como pouco ou nada interessam os riscos da globalização deste conflito; vivem num mundo à parte: acreditam piamente na propaganda que eles próprios dessiminaram, ébrios que andam de guerreirismos de sofá.
Estou completamente de acordo, salvo quando diz “que Bruxelas pagará” aos EUA o armamento que estes venderão à NATO. Quem irá pagar o armamento americano somos nós, os contribuintes europeus, porque nos querem convencer que aquela guerra é nossa. Aliás, ontem, o populista Montenegro anunciou que o país “esta em guerra”, e não ouvi quem o contradissesse.
J. Carvalho
As declarações últimas de Trump sobre Putin, Ucrânia, União Europeia, guerra mostram, indubitavelmente, a aposta da América numa economia de guerra, tal como, aliás, aparentemente, é a aposta de muitos outros países e blocos. Acontece que, nesta "lei" mercantil, há quem já esteja no terreno e quem chegue tarde. Os últimos (União Europeia) são, por norma, os mais prejudicados. Estranhamente, há um jubilamento pueril nas hostes europeias, que o comentariado televisivo acompanha. Aplaudem o quê? A continuação da guerra, com este novo"game-changing"?
Trump pode bufar o que ele quiser, que os factos são estes: a Rússia sozinha produz em apenas três meses, mais armamento do que toda a NATO combinada consegue produzir num ano. Isto foi confirmado há dias pelo próprio Mark Rutt.
A Ucrânia vai perder a guerra e por arrasto, os EUA/UE/NATO, que vão acabar expostos perante o Mundo como não passando de grandes tigres de papel.
Excelente comentário, que diz verdades como punhos.
Esta guerra expõe com crueldade que os EUA e a União Europeia não passam atualmente de tigres de papel, com bases industriais esclerosadas, incapazes de produzir material de guerra em quantidade minimamente suficiente, com orçamentos de Estado incapazes de suportar as despesas de uma guerra, e com populações incapazes de suportar o custo em sangue de uma guerra, pelo que só são capazes de fazer guerras por procuração, que inevitavelmente perderão se o adversário for mais que um país do Terceiro Mundo.
Obrigado Caro J. Carvalho,
Claro que somos nós! A carteira dos Govts sempre foram os contribuintes. Para armas e para salvar o casino dos bancos no último crash. Não há nenhuma árvore das patacas em S. Bento ou em Bruxelas.
E a maior prova que a proxy war na UA foi sempre uma operação clandestina da CIA é que não é o Pentagono que está a reunir as 17 baterias Patriot mas os terroristas da CIA nas Embaixadas europeias. Se reunirem metade é uma sorte. Velhos SAMs construidas sobretudo para abater aviões e não misseis e todos sabemos que os caças russos e a Marinha Russa lançam os misseis muito longe do teritório da Ucrania. Enfim, para queimarem como as anteriores.
E as nações que cederem as baterias estão obrigadas a fazer novas encomendas ao Complexo Militar dos US. Porque também é para alimentar o Complexo Militar que servem as guerras dos US.
Obrigado.
E a questão, caro Luís Lavoura, não é apenas o facto de a NATO não ser capaz de produzir material em quantidade minimamente suficiente. Trata-se também de um problema qualitativo, pois a Rússia atualmente consegue produzir material militar com qualidade equivalente ou superior ao da NATO, a uma preço muito mais baixo. Curto e grosso: enquanto os russos produzem armas para realmente combater e ganhar guerras, a NATO e os EUA produzem "brinquedos" caros cujo objetivo principal não é ganhar guerras, mas sim dar lucros pornográficos à indústria do armamento americano. A isto podem também somar o facto de a doutrina militar da NATO estar hoje totalmente desatualizada e presa na década de 1990... os EUA e a UE julgavam que a Rússia de Putin era como o Iraque de Saddam Hussein e que bastavam umas sanções e uns mísseis "made in USA", para mandar abaixo o regime russo. Enganaram-se totalmente e não foi por falta de aviso... O analista militar russo, Andrei Martyanov já escreveu vários livros que versam sobre isto e aconselho vivamente a leitura dos mesmos a quem estiver interessado no tema. Podem até começar pelo último que se chama precisamente "America's Final War"...
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