segunda-feira, julho 14, 2025

"La France va-t-en-guerre"

Vale a pena estar atento ao que se vai passar em França nos próximos dias. Ontem, Macron anunciou um aumento brutal nas despesas militares, nos próximos dois orçamentos, precisamente aqueles que terão de ser aprovados até ao final do seu mandato.

O PM Bayrou tinha anunciado para o dia 15 as bases de um orçamento de extremo rigor, por forma a colocar a França - o país mais endividado da zona euro e com maior défice - numa trajetória de correção das suas mais do que degradadas contas públicas. E sem alta de impostos.

Como a quadratura do círculo não é coisa fácil, estou curioso para perceber como será possível o impossível. Desde logo, aprovar um orçamento "de rigueur" num país que salta para a rua sob qualquer pretexto social, com um parlamento em que o executivo governa em minoria.

Macron, que está com uma taxa de aceitação baixíssima, salvo nas redações de alguns jornais portugueses, adotou um estilo "va-t-en-guerre" que deve agradar imenso à indústria bélica mas é capaz de soar a novas ajudas de Estado para as bandas de Bruxelas.

E, para fechar tudo isto com chave de ouro, a França, que, em dias de "Tour de France", lidera destacadíssima o pelotão dos países com mais elevado rácio despesa pública versus PIB na Europa, irá agora isolar-se, numa fuga em frente, neste domínio.

Bayrou, cujas divergências com Macron se têm acentuado, poderá acabar por não ser o homem para esta hercúlea tarefa. Um nome que se diz que Macron poderia escolher seria Sébastien Lecornu, que é, nem mais nem menos, o ministro da Defesa. "Et pour cause..."

3 comentários:

Anónimo disse...

A Itália tem uma dívida maior (quanto ao défice não o tenho presente). E se focarmos no valor per capita a Grécia ganha a todos.

Anónimo disse...

Macron é parvo. É como Marcelo: já estamos fartos dele e quanto mais depressa desaparecer da nossa frente, melhor.

Luís Lavoura disse...

Macron, que está com uma taxa de aceitação baixíssima

Outro governante que está com uma taxa de aceitação baixíssima - e com problemas orçamentais gravíssimos - é Keir Starmer - a quem na Grã-Bretanha já chamam "Never Here Keir", porque raramente está no território que governa, preferindo andar pela Ucrânia e outros países estrangeiros.
Temos portanto dois idiotas que, em vez de resolverem ou pelo menos tentarem rsolver os graves problemas dos seus países, preferem passear-se pelas arenas internacionais, dando-se ares de grandeza e poder que não têm, porque os seus países estão decadentes e os respetivos Estados arruinados.
Se ambos desimpedissem o caminho é que era bom.

Um ZBB é que era!

Há um imaginativo debate orçamental em França. São apresentadas propostas de redução das despesas, não face às despesas reais anteriores mas...