O caso Marquês marcará os meses que aí vêm. A justiça tem um desafio importante: para condenar Sócrates, terá de identificar, para além das idas e vindas de dinheiro, que decisões por ele tomadas ou influenciadas resultaram em vantagens que justificaram pagar tantos milhões.
14 comentários:
O caso Marquês marcará os meses que aí vêm.
Meses? Anos!
E no fim vai tudo dar em (quade) nada porque, como é evidente, (quase) todas as acusações estão construídas sobre "provas" fictícias e/ou imaginadas, que o tribunal forçosamente recusará.
Não passa de uma gigantesca operação de calúnia por parte do Ministério Público.
O que tem vindo cá para fora no "Processo Marquês" mostra o enviesamento jornalístico e processual.
É o caso, por exemplo, da utilização, por parte de José Sócrates, do institucional “querido amigo”, ao dirigir-se, telefonicamente, a Ricardo Salgado, que é exatamente o mesmo dos coloquiais “Ó amigo”, ou “o amigo quer alguma coisa?".
é altura de começarmos a fazer as contas de quanto vamos pagar ao socras. e aí ele terá dinheiro suficiente para viver à grande e à francesa como bem gosta. e tudo isto será, mais uma vez, culpa da incompetência de procuradores e quejandos que em vez de trazerem provas e factos para o tribunal, trazem os seus estados de alma.
Curiosamente, ainda existem muitos “socráticos”.
josé ricardo, exatamente. É um exemplo de uma acusação caluniosa que o Ministério Público faz a José Sócrates, construída sobre uma prova fictícia.
(Eu trato montes de mulheres minhas conhecidas por "querida" ou ocasionalmente "filha", sem que elas sejam nem uma coisa nem a outra, e sem que elas protestem, porque sabem que se trata de expressões coloquiais que algumas pessoas usam mas que não têm significado nenhum.)
A questão central neste processo (e noutros processos), é saber se o MP consegue, ou não, fazer prova da (avultada) acusação que fez contra José Sócrates. A imprensa, que já tomou partido nesta “refrega judicial”, vende o contrário, ou seja, de que é JS o centro de todo este episódio judicial, quando é o contrário, ou seja, é o MP (e o seu trabalho) que está em causa, pois é a ele e só a ele quem compete provar as acusações proferidas contra JS e que o levou a ter de ir a tribunal e transformá-las em factos que, provados em sede de julgamento, constituirão o fundamento para uma condenação. JS até poderia, se o quisesse, permanecer em silêncio, mas não o fez, dado o conjunto do conteúdo da acusação do MP e do tipo de factos que lhe são imputados, que, embora tenham a força jurídica mais do que suficiente para o obrigar a explicar-se e justificá-los em tribunal, não implicam necessariamente que venham a ser provados. No tribunal irão ser dirimidas questões penais e de processo penal (CP e CPP) e vamos ver como tudo irá terminar. Para os alunos a frequentar uma qualquer Faculdade de Direito, aconselhava uma ida ou outra ao tribunal, mais lá para diante a fim de aprenderem alguma coisa com este processo, no respeitante ao Direito Penal e Processual Penal. Por fim, é de lamentar que num Estado de Direito Democrático como o nosso, a Justiça leve mais de 10 anos a levar a julgamento um arguido. Seria talvez uma boa ocasião para se reflectir sobre isto e pensar, em sede própria, que é a Assembleia da República, porque é ali que se aprovam as Leis da República, como, no futuro, evitar que alguém possa estar sob suspeita, portanto constituído arguido, por tanto tempo. Porventura uma revisão de alguns aspectos do Código de Processo Penal pudesse contribuir para que processos deste tipo pudessem ser mais céleres. E talvez também evitar mega-processos, evitando concentrar a acusação num só processo, simplificando a acusação, por exemplo, recorrendo-se a mais do que um processo acusatório.
E entretanto, sigamos o que se passará no tribunal e aguarde-se o resultado. Para já, enquanto não for formalizada uma condenação e esta seja transitada em julgado, JS (que se encontra no banco dos réus a defender-se), como qualquer outro cidadão constituído arguido num Estado de Direito, é inocente. Por mim, não tenho estados de alma sobre o assunto. Interessa-me primeiro a questão judicial e os seus contornos jurídicos e só depois retirarei conclusões, quer de carácter político, moral, quer judicial. Nesse sentido, o que a imprensa possa dizer e comentar é-me completamente indiferente. Para já importam-me, como disse, as questões jurídico/judiciais (talvez por deformação profissional).
a) P. Rufino
E ainda falta a instrospecção nunca feita pelo PS. Se Seguro for eleito, ficará para daqui a décadas, pelos vistos.
Miguel Sousa Tavares e o caso Sócrates
MST refere que leu todas “as milhares de páginas do processo” e sublinha que “o grande problema do Ministério Público é que não tem uma única prova de corrupção”. “Não há um documento, uma escuta telefónica, um testemunho direto. Só presunções e suposições”, afirma.
CNN Portugal, 3 Julho 2025
Acho que o processo tem duas partes. A primeira atinente à corrupção que vai levar um estoiro de todo o tamanho. E que vai envergonhar o Ministério Público. Em compensação, a segunda parte do dinheiro e da vida pessoal vai ser um arraso para Sócrates. Resultado, uma peninha para o homem a compensar eventualmente com a prisão preventiva sofrida. Apesar disso, penso que a opinião pública condenará de novo Sócrates à proscrição eterna.
Carlos Antunes, pois. E, tal como não há uma única prova de corrupção, também não há uma única vítima neste processo. Há réus, mas não há vítimas. Não deixa de ser curioso. José Sócrates cometeu crimes, mas ninguém em especial se queixa de ter sofrido esses crimes. São, como bem classifica Pedro Arroja, crimes de papel - o tipo de crimes em que o Ministério Público se especializa.
Eu confesso que nunca tive simpatia por José Sócrates. Desagradava-me especialmente o seu lado arrogante e o tom escarninho com que falava dos seus adversários políticos. As investigações e as escutas mostraram que tinha uma relação estranha com dinheiro alheio, um amigo rico que lhe emprestava vultuosas verbas e a quem Sócrates se dirigia como se ele fosse seu subordinado. Enfim não acho que Sócrates sejam uma boa pessoa e tenho fortes dúvidas sobre a sua seriedade.
Dito isto o que se tornou público sobre as “provas” do MP que servem de base à narrativa da corrupção é o maior ataque que se pode imaginar à autoridade dum governo democrático . Na OPA da SONAE à PT o governo estava impedido de tomar uma posição? O primeiro ministro não podia actuar em defesa duma empresa portuguesa num negócio com um país estrangeiro?
As tropelias legais que rodeiam o processo de acusação sugerem que tudo foi urdido para garantir a condenação de Sócrates qualquer que sejam as contra provas apresentadas. Um pouco a imagem de outros processos em que face a evidente incoerência entre as provas e os factos apresentados pela defesa, se decidiu que o dia e a hora não tinham qq importância porque uma testemunha (que anos mais tarde se retratou) dizia era forçosamente verdade!
Eu ainda estou à espera da explicação do MP para a transação protagonizada por um político que recebeu avultadas mais valias duma alegada compra venda de ações fora de bolsa (isto é com um preço fixado arbitrariamente sem escrutínio do mercado) depois de ser outorgada uma licença bancária por pessoas que pertenciam ao mesmo círculo político!
Isto Faz-me lembrar o contrabando no meu concelho nos anos 60 do século passado, Fazia-se um baile ou uma festança com foguetório, comes e bebes concertinas e gaitas, tudo subsidiado pelos contrabandistas. Chamava-se o povo para a função, aparecia a GNR e a G F (hoje extinta) e ....a mercadoria ...a passar!
Nem Alves dos Reis foi tão imaginativo.
O "sapatilhas" (Covilhã), deve ser muito mais imaginativo, que o outro engenheiro.
Senhor embaixador
Por mim, o que me incomoda e inquieta é quando me pergunto como é possível que "partidos de poder" (aqui e não só...) permitam que certas figuras ascendam no interior do partido até aos mais altos cargos, tendo percursos de duvidosa legalidade, muitas vezes até do conhecimento público e não só de gente do interior dos partidos. Ascendem, ascendem (com o "elevador " de serem desenrascados, de angariarem verbas para o partido, de terem "sucesso" nas televisões...) e depois o país tem que suportar-los e são defendidos até ao fim pelos "yes man" dos partidos. E estou a pensar em Sócrates, em Vara e não só...
MB
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