Já aqui falei da minha vista, vista de que temos a enorme sorte de usufruír vai para 50 anos. Não é tão boa como esta porque não é de tão alto nem abarca um angulo tão grande, um outro edifício corta-nos ali uns 60º. Já aqui disse que em momentos muito difíceis (alguns muito mesmo), o poder chegar à janela e ter uma vista em que o vizinho da frente está a 5 kms de distância, nos permite reconciliar um pouco com o que a vida nos tirou e continuar a fazer as coisas como sempre se fizeram, as da nossa natureza intrínseca, a ser muito sérios ou então muito brincalhões, conforme o caso, a andar sempre para a frente porque a vida nos está sempre também a dar algo.
Eu quando algum turista me pede opinião sobre o que ver em Lisboa, aconselho-o a tomar o barco até Cacilhas, percorrer o Cais do Ginjal e depois subir pelo elevador da Boca do Vento até Almada Velha. Daí se tem as vistas mais esplendorosas, que eu conheça, sobre Lisboa. Além de ser um percurso bem mais agradável do que até às Amoreiras - que, em minha opinião, é um sítio perfeitamente horrível, tanto por ser no topo de uma colina muito íngreme como devido às estradas e ao edifícios de péssima arquitetura que a desfeiam.
Manuel Campos, em Cascais há alguns prédios, construídos na sua maior parte ainda no século 20, que têm vistas destapadas até à serra da Arrábida, a 50 km de distância. Como esses prédios violam o atual PDM, têm a garantia de que ninguém jamais lhes poderá tirar essas vistas, porque já é proibido construir tão alto. A minha casa na aldeia tem também vista, do seu andar, destapada até 3 km de distância.
Luís Lavoura Não vejo a que propósito me fala de Cascais e do PDM de lá, mas é um facto que nem sempre consigo alcançar o que me quer dizer. No meu caso posso-lhe assegurar que este prédio onde vivo não viola o PDM pois é do século XIX e não tem prédios nem dá para os construir à frente dele, falei num edifício mas não disse que era um prédio. Como sei que não dá muita atenção a nada, repito que isto é uma zona antiga, não são as planas Avenidas Novas onde se passeia. Quanto à minha casa lá na vila tem vista a 20 kms de distância em linha recta (40 kms por estrada até a esse sítio da vista). Como sei que não dá muita atenção a nada, repito que a seu tempo comprei um terreno para construção urbana ao lado, que me custou os olhos da cara, só para não perder a vista pois estou num extremo de uma rua principal da localidade.
Manuel Campos, você diz que não abandona Lisboa e vai viver para a aldeia porque em Lisboa tem uma casa com uma bela vista. Mas agora clarifica que a sua casa na aldeia também tem vista desafogada. Então afinal porque não troca Lisboa pela aldeia?
Luís Lavoura Como vou ter que ficar por casa de plantão, não pelas melhores razões pois eu nunca fico por casa ao dia de semana e muito menos sem fortes razões, lá lhe respondo pois assim estou tendo a mente ocupada com conversa fiada e portanto desocupada de assuntos sérios por uns minutos, tenho que os aproveitar a todos. E isso há dias em que é bom, hoje sendo um deles é de aproveitar, agradeço-lhe a oportunidade que me dá. Devia dizer-lhe “Mind your business!” mas já muitas vezes leu isso de “quem de direito” por aqui e não lhe fez efeito nenhum, continua a intrometer-se de forma por vezes inconveniente onde não é chamado. É algo que é tão forte em si que não o consegue evitar, tem aspectos estranhos. Ou então faz de propósito, até certo ponto tanto o “Luís Lavoura” como o seu alter ego “balio” tornaram-se lendas da blogosfera, eu se desaparecer amanhã sou esquecido em 15 dias, você perdurará por bastante tempo num “lembras-te do …?”. Fala da vida dos outros como se fosse íntimo e delas conhecesse tudo, dá opiniões disparatadas sobre as opções de vida que os outros deveriam tomar baseado em leituras “cegas” do que escreveram. E no fim, não sabendo por onde pegar, dá ali umas voltas esquisitas ao tema e fala de outras coisas (não é o único por aqui). Portanto vamos por partes. 1. Não sei onde é que eu escrevi que não abandono Lisboa, anda a “ver/ler coisas”; 2. Não tenho casa nenhuma na aldeia, uma vila com dez mil habitantes e sede de concelho não é muito grande mas dificilmente se pode classificar como aldeia; 3. A casa “na aldeia” é de facto mais minha que a maior parte das casas que as pessoas têm “na aldeia”, paguei-a do primeiro ao último tostão, não herdei nada, portanto devia “amortizá-la” mais mas não tem dado, valendo o imobiliário o que vale no interior não é por aí que a descendência vai aumentar o património quando a vender, para mais porque tanto filhos como netos têm uma situação desafogada, na devida altura levaram uns e outros o “coup de pied au cul” de que Gilbert Bécaud fala na “La vente aux enchères” e não se deram nada mal com isso (nem eles nem nós); 3. Devia e gostaria de facto de viver lá mais tempo do que vivo mas como o Luís Lavoura não sabe ler nas entrelinhas, mesmo quando elas estão a negrito, relembro que na família tem havido complexas situações de saúde nos últimos 12 anos e, só como exemplo, no próximo mês a lista de dias com consultas e tratamentos em locais que não são o Centro de Saúde da esquina é de 14 (catorze) em 21 dias úteis, algumas das quais implicando grande parte do dia; 4. Depois poderemos (acho eu) voltar umas semanas para a aldeia que afinal é uma vila sede de concelho, até voltarmos para outro “concentrado” deste belo programa que tem sido o nosso; 5. Não vejo assim como pode constituir um incómodo, senão mesmo uma preocupação social para si, que eu possa usufruir alternadamente de duas excelentes vistas que não roubei a ninguém e que, muito pelo contrário, os rendimentos que as permitem foram todos eles sujeitos às legais retenções na fonte em empresas respeitáveis (e respeitadas) pois nada nos “caíu do céu” nem entrou “pela porta do cavalo”; 6. Finalmente devo dizer que só alguma dificuldade de análise (não adianto outras hipóteses) pode achar que a vista a perder de vista desta Lisboa onde os meus bisavós já nasceram pode ser posta no mesmo nível de apreciação que a vista a perder de vista do verde do arvoredo de um local onde eu não conhecia ninguém quando lá comprei a casa, mas ao fim de tantos anos conheço toda a gente (ou melhor, toda a gente me conhece, naqueles sítios não vimos ninguém mas toda a gente nos viu). Foi bom falar consigo para os dois, eu distraído a escrever (como sempre) e você a ler distraído (como sempre).
15 comentários:
a minha primeira casa, na Lapa, tinha esta vista - a 180º...
Bela foto e bela cidade!
Já aqui falei da minha vista, vista de que temos a enorme sorte de usufruír vai para 50 anos.
Não é tão boa como esta porque não é de tão alto nem abarca um angulo tão grande, um outro edifício corta-nos ali uns 60º.
Já aqui disse que em momentos muito difíceis (alguns muito mesmo), o poder chegar à janela e ter uma vista em que o vizinho da frente está a 5 kms de distância, nos permite reconciliar um pouco com o que a vida nos tirou e continuar a fazer as coisas como sempre se fizeram, as da nossa natureza intrínseca, a ser muito sérios ou então muito brincalhões, conforme o caso, a andar sempre para a frente porque a vida nos está sempre também a dar algo.
Eu quando algum turista me pede opinião sobre o que ver em Lisboa, aconselho-o a tomar o barco até Cacilhas, percorrer o Cais do Ginjal e depois subir pelo elevador da Boca do Vento até Almada Velha. Daí se tem as vistas mais esplendorosas, que eu conheça, sobre Lisboa. Além de ser um percurso bem mais agradável do que até às Amoreiras - que, em minha opinião, é um sítio perfeitamente horrível, tanto por ser no topo de uma colina muito íngreme como devido às estradas e ao edifícios de péssima arquitetura que a desfeiam.
Manuel Campos,
em Cascais há alguns prédios, construídos na sua maior parte ainda no século 20, que têm vistas destapadas até à serra da Arrábida, a 50 km de distância. Como esses prédios violam o atual PDM, têm a garantia de que ninguém jamais lhes poderá tirar essas vistas, porque já é proibido construir tão alto.
A minha casa na aldeia tem também vista, do seu andar, destapada até 3 km de distância.
Luís Lavoura
Não vejo a que propósito me fala de Cascais e do PDM de lá, mas é um facto que nem sempre consigo alcançar o que me quer dizer.
No meu caso posso-lhe assegurar que este prédio onde vivo não viola o PDM pois é do século XIX e não tem prédios nem dá para os construir à frente dele, falei num edifício mas não disse que era um prédio.
Como sei que não dá muita atenção a nada, repito que isto é uma zona antiga, não são as planas Avenidas Novas onde se passeia.
Quanto à minha casa lá na vila tem vista a 20 kms de distância em linha recta (40 kms por estrada até a esse sítio da vista).
Como sei que não dá muita atenção a nada, repito que a seu tempo comprei um terreno para construção urbana ao lado, que me custou os olhos da cara, só para não perder a vista pois estou num extremo de uma rua principal da localidade.
Manuel Campos,
você diz que não abandona Lisboa e vai viver para a aldeia porque em Lisboa tem uma casa com uma bela vista. Mas agora clarifica que a sua casa na aldeia também tem vista desafogada. Então afinal porque não troca Lisboa pela aldeia?
Luís Lavoura
Como vou ter que ficar por casa de plantão, não pelas melhores razões pois eu nunca fico por casa ao dia de semana e muito menos sem fortes razões, lá lhe respondo pois assim estou tendo a mente ocupada com conversa fiada e portanto desocupada de assuntos sérios por uns minutos, tenho que os aproveitar a todos.
E isso há dias em que é bom, hoje sendo um deles é de aproveitar, agradeço-lhe a oportunidade que me dá.
Devia dizer-lhe “Mind your business!” mas já muitas vezes leu isso de “quem de direito” por aqui e não lhe fez efeito nenhum, continua a intrometer-se de forma por vezes inconveniente onde não é chamado.
É algo que é tão forte em si que não o consegue evitar, tem aspectos estranhos.
Ou então faz de propósito, até certo ponto tanto o “Luís Lavoura” como o seu alter ego “balio” tornaram-se lendas da blogosfera, eu se desaparecer amanhã sou esquecido em 15 dias, você perdurará por bastante tempo num “lembras-te do …?”.
Fala da vida dos outros como se fosse íntimo e delas conhecesse tudo, dá opiniões disparatadas sobre as opções de vida que os outros deveriam tomar baseado em leituras “cegas” do que escreveram.
E no fim, não sabendo por onde pegar, dá ali umas voltas esquisitas ao tema e fala de outras coisas (não é o único por aqui).
Portanto vamos por partes.
1. Não sei onde é que eu escrevi que não abandono Lisboa, anda a “ver/ler coisas”;
2. Não tenho casa nenhuma na aldeia, uma vila com dez mil habitantes e sede de concelho não é muito grande mas dificilmente se pode classificar como aldeia;
3. A casa “na aldeia” é de facto mais minha que a maior parte das casas que as pessoas têm “na aldeia”, paguei-a do primeiro ao último tostão, não herdei nada, portanto devia “amortizá-la” mais mas não tem dado, valendo o imobiliário o que vale no interior não é por aí que a descendência vai aumentar o património quando a vender, para mais porque tanto filhos como netos têm uma situação desafogada, na devida altura levaram uns e outros o “coup de pied au cul” de que Gilbert Bécaud fala na “La vente aux enchères” e não se deram nada mal com isso (nem eles nem nós);
3. Devia e gostaria de facto de viver lá mais tempo do que vivo mas como o Luís Lavoura não sabe ler nas entrelinhas, mesmo quando elas estão a negrito, relembro que na família tem havido complexas situações de saúde nos últimos 12 anos e, só como exemplo, no próximo mês a lista de dias com consultas e tratamentos em locais que não são o Centro de Saúde da esquina é de 14 (catorze) em 21 dias úteis, algumas das quais implicando grande parte do dia;
4. Depois poderemos (acho eu) voltar umas semanas para a aldeia que afinal é uma vila sede de concelho, até voltarmos para outro “concentrado” deste belo programa que tem sido o nosso;
5. Não vejo assim como pode constituir um incómodo, senão mesmo uma preocupação social para si, que eu possa usufruir alternadamente de duas excelentes vistas que não roubei a ninguém e que, muito pelo contrário, os rendimentos que as permitem foram todos eles sujeitos às legais retenções na fonte em empresas respeitáveis (e respeitadas) pois nada nos “caíu do céu” nem entrou “pela porta do cavalo”;
6. Finalmente devo dizer que só alguma dificuldade de análise (não adianto outras hipóteses) pode achar que a vista a perder de vista desta Lisboa onde os meus bisavós já nasceram pode ser posta no mesmo nível de apreciação que a vista a perder de vista do verde do arvoredo de um local onde eu não conhecia ninguém quando lá comprei a casa, mas ao fim de tantos anos conheço toda a gente (ou melhor, toda a gente me conhece, naqueles sítios não vimos ninguém mas toda a gente nos viu).
Foi bom falar consigo para os dois, eu distraído a escrever (como sempre) e você a ler distraído (como sempre).
Não sabia que se podia. Que bonito deve ser.
Manuel Campos,
não faça caso ao 09:30 ... um embirrador contumaz...!
Nuno Figueiredo
Pois tem razão mas ao menos que embirrasse com alguma lógica, por pouca que seja, afinal ele é de "ciências", que diabo.
manuel campos,
de ciências...? da batata (c/ o devido respeito pelo tubérculo)...
Nuno Figueiredo
Pois é de "ciências" mesmo.
E não são umas "ciências" quaisquer.
Manuel Campos,
Professor Doutor ? então já terá passado o prazo de validade ...
Professor Doutor não é, prazo de validade ainda é um bocado novo para isso, mas que as "ciências" não são quaisquer lá isso não são.
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