Acresce que, à volta da cidade de Viseu, tinham entretanto surgido propostas curiosas, desde a sofisticada "Mesa de Lemos" à comida de tacho do "Cantinho do Tito", passando pelo surpreendente "De Raíz". E, claro, havia sempre a segurança do "Caçador" e da "Arouquesa", com o restaurante da Pousada a continuar a não mostrar garra e o "Cortiço" a fazer saudades do D. Zeferino, em tempos em que a "Trave Negra" por ali chegou a pedir meças.
Tudo isto para dizer que me decidi hoje, numa viagem entre Vila Real e Lisboa, a regressar ao "Santa Luzia". Como me recordava que o espaço interior era vasto, ainda tive a tentação de não reservar, mas optei por fazê-lo, como me ocorre 99% da vezes. Em boa hora o fiz: a casa encheu! Mesmo tendo imensos lugares!
A arquitetura da casa, que creio que já tem mais de uma década neste seu formato, é simpática, moderna, arejada, com estacionamento próprio e espaço exterior atencioso para fumadores.
O serviço foi diligente, sabedor e excecionalmente acolhedor. Tudo o foi pedido estava muito bem apresentado. Alguns "mas": quer uma vitela assada quer o caldo verde que a antecedeu ganhariam em ter um pouco mais de apuro. O galo "pica-no-chão" estava com excelente sabor, embora um pouco demasiado "al dente" (embora galo e frango não tenham a mesma textura, eu sei). As sobremesas provadas eram muito boas. Bebeu-se um tinto do Dão, da casa, que não desmereceu. No meu rácio satisfação/preço, o "Santa Luzia" saiu aprovado. Deixo o registo.
20 comentários:
Eu sou do tempo (!) em que havia sempre lugares, pelo menos ao jantar.
E portanto ia lá quando me dava para aí, ainda que isso me obrigasse a fazer uma quantidade disparatada de quilómetros, a frequência com que ia era compensada pelo facto de não ter que olhar para o menu, traziam-me os “filetes de polvo com migas” sem eu pedir nada (por acaso é sempre o prato mais caro de todos, o bom polvo é o bom polvo).
E depois tinha o “The Day After”, a maior discoteca do país, logo ali a seguir e que fechou de vez em 2006.
Nunca lá entrei e não sei bem o que lá iria fazer, nesses tempos já era avô, avô recente mas nem por isso menos avô, cada coisa tem a sua idade própria para não se tornar ridícula.
Mas que devia ter entrado e voltado a sair só para ver como era, lá isso devia.
Consta que o espaço ainda é usado esporadicamente para eventos.
Numa viagem de Vila Real a Lisboa, o Francisco parou em Viseu e bebeu lá um tinto do Dão. Questiono: prosseguiu depois a viagem conduzindo? Ou outrém, que não tivesse bebido o tinto do Dão, conduziu por ele? Ou esperou umas horas em Viseu antes de prosseguir a viagem?
O Luís Lavoura é da polícia ou só é informador?
Luís Lavoura, já que é "de ciências" como eu, ainda que eu não queira confusões, procure aí na net uma "calculadora de teor de álcool no sangue, há muitas e as contas são simples.
Basta saber se é homem ou mulher, se foi à refeição ou fora dela, o peso da pessoa, quanto bebeu e qual era o grau alcoólico da bebida, se bebe habitualmente ou não (os que bebem eliminam duas vezes mais depressa grosso modo).
Eu sei exactamente o que posso beber à refeição (nunca bebo fora de) para não ultrapassar para nunca ser multado.
E nunca ultrapasso, preciso da carta de condução, por vezes quando menos espero.
Se me permite aqui vai um artigo muito interessante sobre o "The Day After", ao longo dos anos só encontro gente que nunca imaginou que aquilo fosse possível numa cidade como Viseu.
É pesquisar por "The Day After: a discoteca de Viseu que atraía gente de todo o País quer continuar viva".
🤣
Essa é boa!. Agora, quando em viagem, se fazemos uma refeição, pelo caminho, estamos proibidos de beber vinho? Dependerá da quantidade, ou não será?
É o que se chama: botter en touche !
Off-topic
No Centro Comercial das Amoreiras, junto às escadas rolantes "norte" há uma caixa ATM que tem um papel a tapar o ecrã e a dizer "desinicializada".
Gostei muito mas se calhar bastava pôr "vão a outra".
off-topic : desicionalizada, ou a arte de complicar...
Ao invés destas importações linguísticas, como "off topic", porque não "a despropósito"? Bem sei que é menos mau do que ter qualquer coisa "desinicializada", ainda se fosse dessalinizada eu compreenderia que a caixa de multibanco e não a automatic teller machine (atm) estava sem "sal", o que faz sentido, pois é de sal que vem a palavra salário. Irra, quero o meu dinheiro e daí não abro mão, seja em moeda sonante, em moeda virtual ou por transferência digital. Chega!
Manuel Campos,
É verdade, o que não faltava eram grandes discotecas fora dos grandes centros.
Agora essa do avô e das figuras é tudo uma questão do estilo de cada um, se há coisa que sempre apreciei é ver os bons e velhos moinantes nos espaços de diversão noturna (espaços esses, infelizmente, agora não-existentes aqui pelos meus lados).
Francisco de Sousa Rodrigues
Nunca fui de discotecas mesmo quando ainda eram chamadas de boîtes, há quase um século portanto...
Ao fim de semana dos meus tempos de universidade juntávamo-nos num grupo de 5 ou 6 casais (ainda como namorados), jantávamos onde a bolsa autorizasse e o horário de fecho não nos corresse, era hábito muito estabelecimento só fechar às 2 da manhã e não havia filas à porta de nada para nos correrem “discretamente” ao tirarem as travessas da mesa ainda com comida.
Conversávamos sobre tudo, que nesse tempo era muito, ainda se conseguiam viver “vidas reais com pessoas reais dentro”, tive a sorte de conviver anos com algumas das pessoas com maior sentido de humor que alguma vez conheci (sou o único “sobrevivente” masculino).
Isto para dizer que quanto a moinante pois nem novo nem velho, nunca fez o meu estilo como muito bem diz (mas ler a palavra “moinante”, tão injustamente esquecida, foi bem simpático).
Acontece que era mesmo entrar e saír e ver o ambiente pois eu estava sozinho e não conhecia ninguém ali na zona, não esquecer que tive “lugares” em 5 distritos ao longo da minha vida, minha mulher trabalhava em Lisboa e ao fim de semana era eu que vinha cá (era a época da babadice com o 1º neto, ainda que hoje até tenha muito mais razões para estar babadinho com todos, faz parte dos 9/10 da “vida privada” que aqui não trago).
Quando mais tarde estive a viver em Évora durante a semana já foi diferente, tinha um grupo de jovens raparigas e rapazes ali pelos 25 anos a trabalhar comigo, tudo pouco interessado em amizades mais que coloridas (nada de namoros sérios, outros tempos, os hábitos mudaram depressa a certa altura), lá me arrastavam uma ou outra vez ao dia de semana, ficava por lá uma hora no máximo, se tenho os ouvidos que tenho quase aos 80 anos é porque apanhei muito pouco “bum-bum-bum” desses.
E quando se entrava em qualquer sítio alguém gritava “vem aí o/a …. e hoje trouxe o avô”, era uma festa porque sempre entrei no “jogo” com o à vontade habitual em mim.
PS- Estou em vias de resolver a “maldição das luzinhas” tanto no W205 (que apagou o Ad-Blue mas voltou a do motor) como no W209 (que continuava com a da bateria acesa há 2 anos espero que só até hoje, segundo a nova oficina).
Fiquei de contar aqui o que se começa a passar com várias oficinas em Lisboa que estão a mudar de “accionistas”, coisa que farei com a discrição que se impõe.
Manuel Campos, era essa a ideia que tinha, que nunca foi a sua onda.
Eu gosto, mas também nunca fui pessoa de sair todos os fins de semana, nem pouco mais ou menos. Mas quando vou é para queimar calorias, mesmo com música que não aprecie muito.
Já eu tenho herança de gosto pela balada, há muitas histórias caseiras da noite de Lisboa dos anos 70-80 e das velhas discotecas da zona Oeste, da Nazaré à Ericeira.
Mais uma vez, um prazer ler as suas memórias .
Boa sorte com a saga da luzinha.
O Santa Luzia faz sempre parte das minhas estadias em Viseu, antes e depois da renovação. O Caçador também merece uma passagem, quanto mais não seja pelas lembranças dos idos de 70 ( o almoço de casamento aconteceu por lá, apesar de eu não ter estado presente mas, isso são contas da era das colónias e não vem ao caso … ). Desta vez tenciono seguir a pista das propostas curiosas, agradecendo desde já as pistas e irei “ De Raíz”.
Muito obrigado pelas suas palavras.
Também sempre achei que seria o seu estilo, mas há que fazer tudo o que nos ajude a suportar o tudo que nem sempre nos apetece suportar.
Minha mulher diz muitas vezes isso à descendência toda, façam as coisas na altura certa, ela que entrava em ralis por cá e guiou um formula 1 em Jacarepaguá (não foi numa prova a contar para o Campeonato do Mundo…), essas memórias já nada lhas tira.
O “bum-bum-bum” nunca me disse nada, muito pelo contrário, mas como “especialista caseiro” (agora todos o somos de alguma coisa) de música barroca alguma desculpa terei, nem que seja pela “estranheza” das minhas opções musicais.
Depois lhe contarei os resultados finais das luzinhas, sei que gosta sempre de saber destes temas.
No caso do “espada” acabou por “andar” assim mais de dois anos porque quase que não andou mesmo, umas voltas chatas mas da vida, esteve tanto tempo parado que o travão de mão (que por acaso é de pé) até estava “preso”.
Abraço para si
O Santa Luzia faz sempre parte das minhas estadias em Viseu, antes e depois da renovação. O Caçador também merece uma passagem, quanto mais não seja pelas lembranças dos idos de 70 ( o almoço de casamento aconteceu por lá, apesar de eu não ter estado presente mas, isso são contas da era das colónias e não vem ao caso … ). Desta vez tenciono seguir a pista das propostas curiosas, agradecendo desde já as pistas e irei “ De Raíz”.
Estava eu a acabar de responder ao nosso amigo Francisco de Sousa Rodrigues quando me confrontei com uma tarde livre que não previa.
Resolvi assim ir à Baixa (nunca mais tomo juízo) e almoçar por lá no sítio habitual, como sempre habitado por antigas “glórias” como eu (modéstia aparte), entre advogados de conhecidos escritórios e directores-gerais de ministérios que por ali já abancavam antes da reforma e se juntam em largos convívios, o único “triste” parecia ser eu, sozinho à mesa mas divertido por ter todo o tempo para os observar a cuidadosa distância.
Tendo como objectivo primeiro tirar uma dúvida na Rua da Conceição aí me dirigi antes de almoço, descendo da zona antigamente conhecida como de São Tomé do Penedo e passando pela Sé de Lisboa.
Infeliz ideia, meu pacato Largo da Severa, minha querida Rua do Capelão, meu pachorrento Martim Moniz.
Todas as semanas são a semana de alguma nacionalidade no turismo lisboeta, uns porque há uns feriados e umas “pontes” lá na terra, outros porque aportaram aí nuns hotéis flutuantes e “if it’s Wednesday, it must be Lisbon”.
Esta é a semana dos espanhóis, ainda que não deixasse de ter visto outros também, portugueses é que nem por isso.
E foi precisamente uma espanhola idosa que me pregou um estalo e foi precisamente a uma espanhola jovem que eu tive ganas de pregar um estalo (note-se que se tivesse sido uma jovem a pregar-me o estalo e a idosa a ter quase levado um que decerto eu ficaria numa situação um pouco mais embaraçosa).
Aconteceu que a idosa, na excitação de mandar parar o 28, levantou o braço e ia-me partindo as lentes escuras e a jovem, ali à porta da Sé, vira-se para mim que ia a passar e diz algo como “vim eu até aqui para ver uma coisa tão velha!”.
Como se isso não bastasse, um francês que fotografava o elevador de Santa Justa com uma mão a segurar a camara e a outra a amparar mas com um copo de gelado inclinado e a esvaziar para cima do casaco, tendo eu chamado a atenção dele para a porcaria que por ali ia, respondeu-me irritado com um “foutez-moi la paix”, muito mal dirigido pois não imaginava que eu lhe responderia de forma igualmente vernácula na mesma língua, o que os deixa sempre com um ar catatónico (pensando melhor eu devia ter entornado o resto do gelado em cima dele, fica para uma próxima).
Portanto enfiei-me na FNAC uma hora e meia e, como castigo, não comprei nada, até porque nas sábias palavras de uma universitária com ar intelectual a meu lado está tudo “tipo bué caro” na música.
E nos livros preciso de diminuir aqui as “pilhas”.
Na estação de Metro Baixa-Chiado um grupo de adeptos estrangeiros não sei de que clube criavam o caos entre empurrões e cânticos amplificados pelos túneis.
“Home, sweet home, I’m back.”
"Já eu tenho herança" - o "já" e o "eu" estão a mais.
Pois, tem desculpa, eu também gosto de música barroca, embora não seja um especialista.
Realmente as batidas têm um poder de sobreposição muito grande, que quem não aprecia não se apercebe da quantidade de elementos que compõem efetivamente a música.
Abraço, também!
Muito em moda na década de 90. Muito bom. Posteriormente perdeu o seu "sainete". A revisitar, então...
O "Day After" : Um must da minha juventude. Fascinava- me sobretudo o mini kartódromo que fazia as delicias dos jovens de Viseu e arredores....
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