Há dias, neste mesmo lugar, Viktor Orbán foi zurzido por meio mundo, a começar pela presidente da Comissão Europeia. Foi no debate sobre a presidência húngara do Conselho da União Europeia, no plenário do Parlamento Europeu, em Estrasburgo. A heterodoxia do presidente da Hungria no tocante à guerra na Ucrânia está a marcar a agenda europeia.
Esta fotografia tem quase 25 anos. Vivia-se então numa outra Europa: os conflitos na Jugoslávia tinham abrandado, o tempo era de esperança em torno de um projeto que pretendia afirmar-se como um poder global, em especial no plano económico. A voz das presidências rotativas era bastante mais poderosa do que hoje acontece. A Europa comunitária tinha 15 países. Hoje tem 27.
Ao tempo desta fotografia, António Guterres era uma figura altamente consensual e prestigiada. Pouco tempo antes, tinha recusado, para contrariedade de muita gente lá por fora, a possibilidade de ser presidente da Comissão Europeia. Muita coisa parecia então ser possível. Depois, como em regra acontece, a realidade, que sempre nos ultrapassa em imaginação, tomou conta do futuro e desenhou-o como quis.
Achei graça recordar uma imagem do que podemos considerar terem sido tempos felizes.
18 comentários:
neste mesmo lugar, Viktor Orbán foi zurzido por meio mundo, a começar pela presidente da Comissão Europeia
Um episódio vergonhoso da Ursula von der Leyen.
Em geral, o Parlamento Europeu é atualmente um lugar pessimamene frequentado, especialmente pelos eurodeputados de Leste, que exibem ser uns incendiários irresponsáveis. Eu tenho um misto de pena e vergonha pelos próprios eurodeputados portugueses, por estarem naquela pocilga. (Nota: votei este ano num partido que não elegue qualquer eurodeputado.)
Ursula van der Leyan zurziu, como diz (juntamente com outros parceiros europeus), Victor Orban, por causa da tal sua posição heterodoxa relativamente à Ucrânia. Essa criatura politicamente obscena, a Presidente da CE (vassala dos EUA, nunca é demais sublinhar) irrita-se e empertiga-se com o líder húngaro no que à sua posição relativamente à Ucrânia concerne e ao seu líder, Victor Orban, mas não se incomoda, ou choca, com o genocídio e a carnificina que Israel pratica há mais de um ano em Gaza e agora no que está a fazer no Líbano. Tal é matéria que pouco lhe importa. Não lhe ocorreu fazer uma proposta de um pacote com um conjunto variado de sanções a Israel, como propôs para a Rússia por exemplo. Olha com indiferença para a política criminosa de Netanyahu, insensível ao sofrimento daquele povo Palestiniano. E o mesmo se aplica ao conjunto dos países que compõe a UE. Ainda assim, ao que li hoje, parece que uns 40 - países deste nosso Globo, entre os quais alguns membros da sacrossanta UE, além do Brasil e outros apelaram ao um cessar fogo imediato no Líbano – Portugal, essa dupla Montenegro/Rangel ficou calado, não fez parte desses 40 -, mas, atenção, apelaram, não foram fortemente críticos, como têm sido para com Moscovo (não é o caso do Brasil, felizmente, no respeitante à Rússia). Este tipo de atitudes são perfeitamente inócuas, como se sabe, pois Israel está-se completamente nas tintas para esse tipo de apelos. Ignora-os. Até vindos dos EUA, quando estes simulam “preocupação” para com a devastação, massacres, genocídio, crimes vários, praticados por Israel, apenas para manterem uma imagem um pouco menos sebenta junto dos Estados Árabes no Médio Oriente.
Entretanto, aqui não há muito tempo, ao que pude ler, o Parlamento Europeu aprovou uma proposta, por maioria destacada de votos (onde se incluíram os nossos Deputados do PSD, PS e Iniciativa Liberal, o Chega absteve-se) para que cada Estado Membro da UE se disponha a doar 0,25% do seu PIB para apoio militar à Ucrânia (!), o que no nosso caso, ao que li, orçaria em cerca de 640 milhões de Euros (para ajudar o traste do comediante de pacotilha, em Kiev, a manter o rastilho da guerra, à custa de muito sofrimento do seu povo). A Dona Úrsula exultou, animada, com a decisão. E talvez inebriada com mais esta “conquista”, defendeu e conseguiu a aprovação de mais uns 35 mil milhões de Euros de apoio à Ucrânia (cerca de metade daquilo que Portugal pediu à Troika), a juntar a outros anteriores milhões de milhões (já perdi a conta ao gigantesco apoio financeiro, sobretudo para aquisição e doação de armamento ao tratante do Zelensky, mas seria bom saber quanto caberá e já coube, separadamente, a cada EM, essa “ajuda” à Ucrânia). Já no que respeita ao desgraçado povo Palestiniano, essa vergonhosa criatura que é a Presidente da CE, bem com os EM da UE, nunca se lhe viu, nem se verá, aprovar qualquer ajuda material, económica, de medicamentos, de apoio à reconstrução de hospitais, creches, escolas, depósitos de água potável, estações de energia eléctrica, etc, em Gaza (mas também no que resta da Palestina ocupada). È vergonhoso assistir-se à indiferença e insensibilidade da UE e da Presidente da CE para com a Palestina/Gaza/e agora Líbano e comparar com a sua atitude para com a Ucrânia e a Rússia.
Sinceramente, sinto hoje e desde há já algum tempo, uma vergonha imensa por pertencer a esta tal “Comunidade Internacional”, melhor dizendo, de forma frontal, a este Ocidente cínico e hipócrita (e vassalo dos EUA). Israel deveria ser um Estado banido das NU e passar a ser um país pária. Ao contrário, é respeitado, não pode ser criticado, não pode ser sancionado e pode continuar impunemente a praticar genocídio, crimes de guerra e outros, apartheid, etc.
a) P. Rufino
Haveria - A.G- de "borrar a escrita" mais tarde, ao demitir-se de primeiro ministro por causa de um alegado " pântano".
O Ocidente, quando lhe dá jeito e quando não são seus amigos, acusa os outros de ditadores. Para mim, a ditadura da hipocrisia, dentro do MAIOR RESPEITO PELA liberdade E democracia, é muitíssimo pior que as ditaduras apontadas pelo Ocidente.
Tony Fedup
E no governo seguinte, haveria o "Cherne" de "borrar a escrita" , ao demitir-se de primeiro ministro por causa de VALORES mais altos, apesar de ter prometido um governo de 4 anos. É fartar vilanagem!
Tony Fedup
16 de Dezembro de 2001. Não esqueçamos!
Atentem no percurso: um fugiu (Guterres), a seguir outro zarpou (Barroso), o terceiro foi corrido (Santana) e o último foi preso (Sócrates). Assim não vamos lá!
Eu não morro de amores por ninguém da lista acima mas especialmente os 2 primeiros eram pessoas com qualidades e os qualificativos são injustos
Tem piada, eu também tenho uma foto com o Guterres. Isto antes de ele ter sido PM. Eu era puto, para aí uns 22, tinha saído dos paras, aterrei na ESJ, rapidamente entrei no "Janeiro" pela mão do Freitas de Sousa e fui cobrir um evento qualquer a Felgueiras. Recordo que tinha um impermeável de categoria e de me ter colado ao líder do PS como lapa, o homem era e é baixinho (eu também) e pareceu-me que a determinada altura ficou incomodado porque eu vestia melhor que ele. Enfim, coitado do Guterres, nem o nobel lhe deram.
Só uma nota sobre UvdL … eu acho que a Sra é o exemplo paradigmático dos tiques de superioridade moral que uma certa elite Europeia gosta de se arrogar. Acham que são superiores a todos, alicerçando este ponto de vista na sua história e no facto de terem colonizado o resto do mundo. Ora a história, sobretudo a do século passado é um exemplo de barbárie (entre os campos de exterminação e os Gulags) e mesmo neste século não esqueçamos o que se passou na Jugoslávia. Esta elite Europeia gosta de tratar os Americanos como incultos e vagamente boçais, apenas porque eles são mais competentes a extrair vantagens da economia de mercado, olha com sobranceria para a América do Sul (eu fui testemunha duma situação protagonizada pela UvdL que foi duma grosseria inconcebível), gosta de falar num tom paternalista do “Sul” que abarca uma realidade diversa que abrange geografias tão diferentes como a América Central, parte da Asia e da Oceania e naturalmente a África, entretanto esquece que por exemplo os Asiáticos nutrem por este complexo de superioridade Europeu um certo desprezo.
A Sra UvdL (e a sua partenaire do Parlamento Europeu - a Sra Metsola) estiveram na primeira linha a mostrar a sua solidariedade perante o ataque terrorista a Israel em Outubro e pelo meio incentivaram o PM Netanyahu a exercer o seu direito de defesa calando convenientemente a arbitrariedade com que são tratados os palestinos na Cisjordânia (parece que a expressão “do rio ao mar” também é o moto de Netanyahu. Agora está singularmente calada perante a limpeza étnica dos palestinos, os bombardeamentos e a invasão do Líbano e os ataques às forças das Nações Unidas (que integram vários países europeus).
Esta gente faz de conta que não percebe que a UE como actor global é uma mistificação e a sua postura nestes conflitos é não só irrelevante como soa tragicamente à desorientação da corte de Luís XVI …
Tem piada: há uns tempos, o Lúcio Ferro/Rufino tinha uma fotografia com o Guterres nos "páras", aquando de uma visita e o Guterres tinha ficado chateado porque o Lúcio Ferro/Rufino lhe tinha tirado o protagonismo por ser bem parecido (diz ele); agora, a fotografia já é depois dos "páras", como jornalista, e o Guterres volta a ficar ofuscado com a elegância do Lúcio Ferro/Rufino.
O Guterres não merece, a sério...
Amigo anónimo, não me confuda com outras pessoas, se quiser tenho todo o gosto em lhe mostrar a dita foto, sabe onde me encontro, é só combinar por exemplo na Mexicana, de resto, embrulhe as suas observações e tome Kompensan que ajuda.
E mais fica a saber: fui jornalista, fui motorista de pesados, fui vendedor imobiliário, fui delegado de informação médica, fui professor e fui/sou empresário. E o senhor, o que é que tem feito na vida? Só por respeito ao dono do blogue não o mando a um certo sítio.
Mais acrescento, o senhor anónimo não só me insulta a mim como insulta outra pessoa que se identifica como P. Rufino e que não conheço de parte alguma. Insulto por insulto, tenho a dizer que a pessoa que se escondeu atrás do anonimato, e que claro que sei quem é, também sou especialista em linguística, muito certamente é um tolinho "imbejoso", coitado, faz lembrar o Dâmaso dos Maias, mas ao menos esse não era octagenário, com as suas prosápias e as suas luzinhas.
E já agora, se o nosso "anónimo" tem dúvidas de quem eu sou e que eu sou pacífico, está aqui menino. Tirada este sábado no meu apartamento da Avenida de Roma. Vês como eu até sou um gajo porreiro?
Mais uma, isto hoje resolve-se, que estou farto de boquinhas soezes. Vês o tubinho nas minhas costas? Não te preocupes, não é nenhum lança-chamas. Topas do lado direito aquela ceninha branca? É uma presa de marfim, mede quase um metro e tenho a que faz par. Foram-me oferecidas por este href="https://www.livraria-ler-com-gosto.com/cambaco-caca-grossa-em-mocambique">gajo, o nosso Zé Pardal não brincava em serviço, foi com ele aprendi a disparar, ainda mocito.
Ó Sr. Lúcio Ferro!
Você não está nada bem mas isso trata-se, não é fácil, não é rápido, mas trata-se com calma.
Essa do octogenário e das luzinhas é capaz de ser comigo, por isso talvez a das prosápias também me assente bem.
Mas se assim for não abona nada, mas mesmo nada, a seu favor, é preciso perceber bem pouco do que o cerca., o que nos descansa a todos em relação à sua pessoa.
Então passa-lhe pela cabeça que eu viesse aqui alguma vez como "Anónimo" e com bocas foleiras inúteis para consigo, ó grande "especialista em linguística"?
Acha que eu não lhas dizia directamente, como sempre fiz e faço com toda a gente e bem piores às vezes?
É que o sr. Lúcio Ferro conseguiu (quase) insultar-me.
Era preciso descer muito baixo para vir aqui com umas patetices e disfarçado de "Anónimo" para fingir que o chateava com infantilidades.
A gente ainda acha às vezes que A ou B é capaz de ser boa pessoa, que talvez tivéssemos exagerado (ainda há dias reconheci isso junto de alguém aqui e procurei reatar algum bom relacionamento).
E depois a realidade cai-nos em cima.
É, a realidade tem dessas coisas, Manuel Campos. Os meus paizinhos e o meu Padrinho Zé Pardal sempre me aconselharam a respeitar os mais velhos e, agora que até eu já sou Padrinho de duas meninas, o que significa que tenho dois Compadres e duas Comadres, as voltas que a vida dá, procuro incutir os mesmos valores às gerações vindouras. Uma noite feliz para si também, quando quiser, terei todo o gosto em conversar consigo na Livraria Martins, na Mexicana ou afins.
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