terça-feira, janeiro 16, 2024

Lavoura

Estão a tomar nota das manifestações dos agricultores alemães? Não viram nada! Esperem pelas perspetivas dos impactos dos futuros alargamentos da União (é disso em que estão a pensar que eu estou a falar) na Política Agrícola Comum...

9 comentários:

manuel campos disse...


Exactamente.
Uma política que estava feita "à medida".

Vai ser como os fatos quando as pessoas engordam muito, as costuras rompem-se, as calças não apertam, os botões saltam, os casacos não servem.

Rui Mesquita Branco disse...

Perspetivas dos impactos dos futuros alargamentos da UE, ex-ministros presos na Polónia, Irão ataca com mísseis a capital do Kurdistão iraquiano, o corno de África, Netanyahu, as guerras dos 100 dias e a dos seiscentos e qualquer coisa. E não é tudo, o pior está para “Trumpar” por aí. Para quando uma Arte da Guerra ? Ou já está no ar e passou-me ao lado ?

Anónimo disse...

Com o SPD reduzido a 15% ou parecido nas sondagens. E o partido da valquíria a qualquer coisa como 12%. Juntos, sempre é mais 3 ou 4% que a extrema-direita.

hmj disse...

Senhor Embaixador:
Aviso os comentadores para fazerem uma reflexão mais profunda antes de qualquer comentário sobre os agricultores na Alemanha. É um universo bastante complexo para comentários avulsos e quiçá ignorantes.
Não se pode confundir a "lavoura de uma Paulinho das Feiras" com uma actividade económica essencial, mas inveazda pelas infiltrações de grupos económicos de pressão e, ultimamente, de extrema direita (AFD), aproveitando qualquer movimentação ou protesto.
Convém ter uma certa contenção na avaliação. São áreas muito sensíveis de apoio e subvençóes públicas, e, por isso, o que considero, orientadas por uma avaliação bastante comepetente, e DISCRETA, do Gocweno, como, aliás, é a postura do Chanceler Olaf Scholz. Até se compreende a "má" avaliação de uma certa imprensa. Homens de estado não se orientam por "baites" de jornalistas popularuchos ou incultos, ignorantes de um "modo hanseático" de vida, com vistas largas, sem popularismo. Pena é que uma determinada imprensa não tenha brio para pensar antes de escrever coisas sem nexo.

netus disse...

Boa noite
Respeitosamente, o meu aplauso ao comentador hmj
Saúde.
António Rodrigues Cabral

Carlos Antunes disse...

Julgo que o Senhor Embaixador está a referir à Ucrânia que em caso de adesão à União Europeia, se tornaria na maior potência agrícola europeia, e seria o único beneficiário líquido da Política Agrícola Comum, caso a UE não procedesse previamente a uma reforma das regras da PAC.
Ainda sem a adesão, existe já hoje uma forte contestação de diversos países (Polónia, Hungria, Eslováquia, Bulgária e Roménia) à entrada de cereais e outros produtos agrícolas importados da Ucrânia que sendo mais baratos, são vistos com uma ameaça aos seus agricultores e às produções nacionais. E isto apenas no domínio da PAC, sem curar dos demais aspectos da integração económica da Ucrânia com a UE, processo cheio de incertezas quanto ao impacto no orçamento e na arquitectura institucional da União Europeia.
Foi António Costa (Conferência CNN Portugal, Novembro de 2022) quem primeiramente alertou que «a União Europeia, nas atuais condições institucionais e orçamentais, não tem capacidade para cumprir as expectativas de alargamento e advertiu que o efeito de ricochete de falsas promessas pode ter consequências dramáticas relativamente à Ucrânia», acrescentando «a União Europeia tem critérios muito claros para a adesão dos novos Estados-membros, mas, infelizmente, não tem critérios para a sua própria capacidade para acolher novos Estados-membros», para concluir, «Sejamos claros, com a atual estrutura institucional, com a atual arquitetura orçamental, a União Europeia não tem condições para cumprir as expectativas que agora está a criar à Ucrânia mas também aos países do Balcãs Ocidentais».
E esta lucidez de análise da política europeia que faz de AC um líder apreciado pelos seus pares europeus, inclusive do PPE!

Luís Lavoura disse...

Não vale a pena estar-se a pensar nos impactos de uma possível adesão da Ucrânia à UE sem antes se ver em que estado (isto é, com que território e com que grau de destruição do edificado) a Ucrânia sairá da sua atual guerra com a Rússia. É evidente que a Ucrânia sairá da guerra (no prazo de um ou dois ou três anos, no máximo) muito antes de aderir à UE, e não é nada claro em que condições é que ela sairá da guerra. Portanto, aguardemos. Não ponhamos o carro à frente dos bois.
A Ucrânia que aderirá (se aderir) à UE poderá ter um território bem inferior ao atual, e uma agricultura correspondentemente menos grande.

Nuno Figueiredo disse...

16:04 este agora tem uma bola de cristal...

Joaquim de Freitas disse...

Passar a UE para 33, vai ser bonito, vai ! O alargamento significa um aumento do número de co-decisores (no Conselho da UE, no Conselho Europeu, na Comissão) e de deputados no Parlamento.

O clássico problema económico e financeiro da diferença de riqueza e de nível de vida põe-se. Este diferencial existe e é muito importante: a Ucrânia é ao mesmo tempo muito menos rica que os países do quarto alargamento, maior que a França em superfície e com um número de habitantes entre o da Espanha e o da Polónia.

É muito mais rural do que a UE e é uma potência exportadora agrícola de classe mundial. Este novo alargamento levará, portanto, os europeus a alterar significativamente o seu orçamento, a sua política agrícola comum e os seus fundos estruturai

Os agricultores da EU protestam actualmente porque já não ganham suficientemente a sua vida. Mesmo com as subvenções da PAC.

E quando, e se a Ucrânia for integrada, os franceses, e alemães tiverem de competir com as maiores firmas agrícolas do mundo, americanas, que já tomaram conta de ricas terras negras da Ucrânia, 1,7 milhões de hectares, (Cargil, Monsanto, Dupont, etc.),apoiadas por capitais imensos -“Vanguard”, “Blackrock” e “Blackstone” estão entre os maiores acionistas dos referidos gigantes agrícolas e possuem trilhões de dólares em activos que invadirão o mercado europeu, isso sim, provocará uma verdadeira revolta. Nada a ver com o que se passa actualmente. As coisas serão muito mis sérias então.

Quanto à exploração das insuficiências, injustiças e problemas de toda a espécie, na EU, pela extrema direita, sabemos muito bem que a incapacidade dos regimes democráticos a resolver tudo isso, é o combustível que alimenta esses partidos “dinamite” que apontam bem os problemas mas não têm soluções.

E aparentemente visam bem, porque os resultados estão à vista. E certos partidos de direita, mesmo Macron, em cada discurso da campanha em curso, são eles mesmos a “escorregar” para as teses dos extremistas . As alianças «cheganas» não são só em Portugal…

E seria trágico se as democracias pensam que a solução para a carestia da vida, do preço da energia, da inflação, da insegurança nas cidades europeias, dos dramas da imigração que o Ocidente provocou com as suas guerras incessantes por toda a parte, pode ser resolvido sem uma mudança radical de sistema.

Hoje à noite, o meu Ministro da Economia, anunciou-nos que vamos pagar a partir do próximo mês, mais 10% para a electricidade…Não porque é mais cara na produção, não!

Mas porque é um imposto suplementar deste novo governo…

E ninguém explica ao povo porquê! Mas sabemos que a politica estrangeira “seguidista” da EU, à bota dos EUA, e as sanções aplicadas à Rússia, são a factura a pagar.

Isto é verdade?