é verdade que a Rádio Observador é mal frequentada. Porém, também é bem frequentada, isto é, também tem lá boa gente que faz bons programas e emite boas opiniões.
Eu ouço tudo (não vejo, como já contei, mas ouço). Especialmente os que não dizem o que eu penso. Porque os que dizem o que eu penso não me trazem nada de novo, é reconfortante mas perfeitamente inútil. E os que não dizem o que eu penso trazem-me as ideias deles, que muitas vezes eu desconheço porque não vamos a todas a tempo, que me ajudam a conhecê-los e combatê-los se for o caso (e não só na política, há muitíssima mais vida para além da política quando nos esforçamos por andar por cá não só por vermos andar os outros). É uma maneira de estar na vida.
Não percebi a alusão que o Francisco fez no final da entrevista a tanto o modelo inglês como o modelo francês de integração de imigrantes terem falhado. Para mim, nenhum dos modelos falhou, na medida em que, em ambos os países, a imensa maior parte dos imigrantes se encontra razoavelmente bem integrada na sociedade local. É claro que há sempre, e sempre houve, imigrantes que se recusaram a integrar-se. (Por exemplo, até ao Holocausto havia em muitas sociedades europeias grandes comunidades judaicas, e em muitas dessas comunidades as mulheres passavam o tempo todo dentro da comunidade e nem sequer sabiam falar a língua dos gentios, isto é, dos não-judeus. Atualmente verifica-se o mesmo fenómeno com muitas mulheres das comunidades turcas na Alemanha e Áustria.) Há também imigrantes que na segunda ou terceira geração regridem. Mas isso são fenómenos em larga medida inevitáveis, que não são culpa dos modelos de integração seguidos.
Embora não gaste habitualmente dessa Rádio. Avisado por um amigo, fui rapidamente ouvir a entrevista do Sr. Embaixador. Gostei das perguntas, e sobretudo das respostas do entrevistado. Também reparei que não fiquei com lepra. Viva a liberdade.
Muito obrigada Sr. Embaixador. Não sou apreciadora de ouvir podcasts mas o que estava aqui em causa era ouvir o Sr. Embaixador responder às perguntas que o jornalista lhe apresentava e como sempre como respostas assertivas e esclarecedoras.
Lembro-me por vezes daquele presidente da Assembleia Geral de Trabalhadores da empresa onde eu estava no fim de 1975 e que, perante uma proposta à mesa de uma facção política de quem ele não queria nem sequer ouvir falar (por acaso éramos do PS, à época uns perigosos fascistas) se saíu com esta: "Não li, porque se a tivesse lido tinha-a rasgado antes de a ler".
Dá-me para aqui às 3.15 da manhã. Bom dia a todos pois a esta hora já não sou publicado.
Gostei de ouvir a sua conversa e as suas reflexões sobre a actualidade e as histórias de uma vida. Eu gosto também de escutar as conversas com o João Paulo (declaração de interesses - salvo erro ele foi meu colega de carteira no liceu Camões em 1974-75 que na altura se alargou ao espaço da antiga escola António Arroio)
10 comentários:
O Francisco uma vez criticou-me por ouvir a Rádio Observador. Espero que agora já tenha concluído que é uma boa rádio (embora tendenciosa).
não ouvi. mas é um sítio mal frequentado.
Nuno Figueiredo,
é verdade que a Rádio Observador é mal frequentada. Porém, também é bem frequentada, isto é, também tem lá boa gente que faz bons programas e emite boas opiniões.
Eu ouço tudo (não vejo, como já contei, mas ouço).
Especialmente os que não dizem o que eu penso.
Porque os que dizem o que eu penso não me trazem nada de novo, é reconfortante mas perfeitamente inútil.
E os que não dizem o que eu penso trazem-me as ideias deles, que muitas vezes eu desconheço porque não vamos a todas a tempo, que me ajudam a conhecê-los e combatê-los se for o caso (e não só na política, há muitíssima mais vida para além da política quando nos esforçamos por andar por cá não só por vermos andar os outros).
É uma maneira de estar na vida.
Não percebi a alusão que o Francisco fez no final da entrevista a tanto o modelo inglês como o modelo francês de integração de imigrantes terem falhado.
Para mim, nenhum dos modelos falhou, na medida em que, em ambos os países, a imensa maior parte dos imigrantes se encontra razoavelmente bem integrada na sociedade local.
É claro que há sempre, e sempre houve, imigrantes que se recusaram a integrar-se. (Por exemplo, até ao Holocausto havia em muitas sociedades europeias grandes comunidades judaicas, e em muitas dessas comunidades as mulheres passavam o tempo todo dentro da comunidade e nem sequer sabiam falar a língua dos gentios, isto é, dos não-judeus. Atualmente verifica-se o mesmo fenómeno com muitas mulheres das comunidades turcas na Alemanha e Áustria.) Há também imigrantes que na segunda ou terceira geração regridem. Mas isso são fenómenos em larga medida inevitáveis, que não são culpa dos modelos de integração seguidos.
Embora não gaste habitualmente dessa Rádio. Avisado por um amigo, fui rapidamente ouvir a entrevista do Sr. Embaixador. Gostei das perguntas, e sobretudo das respostas do entrevistado. Também reparei que não fiquei com lepra. Viva a liberdade.
Muito obrigada Sr. Embaixador. Não sou apreciadora de ouvir podcasts mas o que estava aqui em causa era ouvir o Sr. Embaixador responder às perguntas que o jornalista lhe apresentava e como sempre como respostas assertivas e esclarecedoras.
Lembro-me por vezes daquele presidente da Assembleia Geral de Trabalhadores da empresa onde eu estava no fim de 1975 e que, perante uma proposta à mesa de uma facção política de quem ele não queria nem sequer ouvir falar (por acaso éramos do PS, à época uns perigosos fascistas) se saíu com esta:
"Não li, porque se a tivesse lido tinha-a rasgado antes de a ler".
Dá-me para aqui às 3.15 da manhã.
Bom dia a todos pois a esta hora já não sou publicado.
Acho que o comentário anterior sobre A.G. de Trabalhadores nos "good old days" saíu sem assinatura.
Se assim foi ficam a saber que é meu.
Gostei de ouvir a sua conversa e as suas reflexões sobre a actualidade e as histórias de uma vida. Eu gosto também de escutar as conversas com o João Paulo (declaração de interesses - salvo erro ele foi meu colega de carteira no liceu Camões em 1974-75 que na altura se alargou ao espaço da antiga escola António Arroio)
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