"A política externa deve estar em mãos de gente hábil, de gente capaz de manobrar, de gente capaz de ter linguagens diferentes conforme o sítio onde fala, gente que compreenda que a diplomacia não é bem uma sessão interna de um órgão revolucionário, que a diplomacia de um país revolucionário que vive uma conjuntura internacional determinada e uma situação geográfica como nós vivemos, exige muita maleabilidade e em alguns casos muita ronha".
in "A crise político-militar, Discursos políticos/5, maio/novembro de 1975, Edições Avante!, 1977
5 comentários:
De facto o Cabelo branco do Barreirinhas devia ser"derivado" da ronha*
*Doença de ovinos
Pelos vistos Cunhal fez escola no domínio dos assuntos diplomáticos. Se atentarmos no discurso público dos responsáveis pelas relações externas, que mais nos tocam, não podemos deixar de constar quanta “maleabilidade, “habilidade”, “ronhice” há nos discursos e falares públicos sobre coisas externas.
Ouvir o ainda Ministro João Cravinho, Josep Borrell ou o grande viajante Antony Blinken a falarem, por exemplo, da guerra na Ucrânia ou da guerra na Palestina leva-nos para o quadro diplomático que Cunhal descreve no parágrafo em causa.
Curioso é como esses atributos passam incólumes para as massas, levados e lavados por quem sabe como o fazer, a ponto de serem tomados por todos (ou quase todos) como os grandes valores morais a defender.
Ronha era o que não faltava a Álvaro Cunhal. Felizmente, a ronha não triunfou.
Em 1975,Alvaro Cunhal comentou o que o Embaixador destaca no seu post. Pergunto ao Embaixador o que pensa desse comentário?
"olhe que não, olhe que não..."
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