Alguns acham que a nossa memória coletiva procura esconder os tempos colonialismo e da escravatura. Outros acham que estamos sempre a lembrar o fascismo e o Salazar. No fundo, o que divide o país é a memória?
13 comentários:
Anónimo
disse...
Acho que nada divide o país. A nossa memória colectiva (formada logo nas escolas) é que a nossa colonização foi suave. Se eu disser que o meu avô, nos anos 60, ainda viu trabalho forçado em Angola, com negros acorrentados transportados em camionetas de caixa aberta, acha que muita gente acredita? Ná... De vez em quando, há umas trocas de comentários nos jornais, mas isso nada tem a ver com a memória coletiva.
O que divide o país é a Esquerda: está sempre a querer desenterrar esqueletos e, para o fazer, está sempre a falar dos mesmos. Quem inventou uma língua co-oficial? A Esquerda. Quem quer retalhar o país em regiões artificiais? A Esquerda. Quem quer começar uma "guerra civil" baseada na raça? A Esquerda. Quem tenta atirar mulheres contra homens? A Esquerda. Quem quer pôr "trabalhadores" contra patrões? A Esquerda. A Esquerda vive do divisionismo, simples.
O que divide o país é mesmo o atraso dos portugueses. Dos da esquerda, cheios de complexos de culpa e com uma formação política de breviários e livrinhos coloridos. Dos da direita, oportunistas e corruptos, que aproveitaram para encher os bolsos. A direita não tem memória colectiva, não deixa de dormir por causa do colonialismo e da escravatura de há uns séculos atrás. A esquerda preocupa-se e auto-flagela-se com o colonialismo, que não conheceu bem (ignorando a trágica descolonização), e com a escravatura de há 500 anos. Vale-lhes de muito. E, num rasgo de inteligência, continua a acusar a direita de gostar do fascismo ( leia-se do regime do antes do 25 de Abril de 1974!) e do Salazar ( que já morreu há séculos), como se isso assustasse alguém hoje. Com esta cultura política e com esta falta de ideias para construir um futuro melhor, não vamos longe.
Em geral, acredita-se que se colhe o que se semeia se for discórdia, no final será discórdia, se for amizade, também esperamos o mesmo se for compreensão, as flores serão do mesmo tipo se for partilha, os frutos serão saborosos
Querem ver como a divisão e a nossa memória do país é sempre uma construção?
1) Quem inventou uma língua co-oficial?
O Mirandês existe há séculos, é uma forma de promoção e defesa desse património. Por alguma razão a partir do século XIX foram feitos inúmeros estudos sobre a língua.
Por que diabos a "aldeia mais portuguesa de Portugal" e o padrão dos descobrimentos (aliás ambas as construções completamente artificiais e subjectivas) são mais importantes do que a cultura real de um povo? Até a típica pintura negra e dos corações do galo de Barcelos é uma construção completamente artificial, que só surgiu a partir dos anos 1950. Podia continuar...
Não se percebe. Realmente, que contradição. Umas coisas devem ser promovidas, "outras" não. Esse fixismo comportamental e imagético é completamente artificial. Não existe uma história "fixa" das coisas. A história não é uma crença.
2) Quem quer retalhar o país em regiões artificiais?
O país sempre foi historicamente retalhado em regiões artificiais. O Algarve é um exemplo claríssimo. Outra reforma artificial esteve na base na criação dos distritos, e nos anos 1930 a reforma das províncias é claramente artificial. Basta ver os livros, opiniões e comentários nos anos 1920 e 1930 para se ver que esta discussão pouco tem a ver com esquerdas ou direitas. Aliás, qualquer divisão territorial é sempre artificial, impostos e geografia variam.
Quanto ao resto, não merece comentários.
O conhecimento da História de Portugal pelos portugueses é bastante mitológico, e portanto quase nulo.
Não se esqueçam também das boas memórias, das pessoas que tiveram um comportamento fraterno, que escreveram e denunciaram os abusos, que sofreram ao lado dos africanos, que defenderam a causa de mais justiça e igualdade para todos eles foram poetas, eles foram políticos, eles foram médicos e missionários, eles foram tanta gente!!!
"27 de julho de 2020 às 22:03" seria divertido mas demonstra a perigosidade da tal Esquerda.
Eu explico-lhe porque razão a promoção do Mirandês é divisionista: porque as línguas, tal como os Estados, as empresas, etc., competem e ganham ou perdem. E uma "língua" que é, apenas um dialeto do Asturo-Leonês (que nem sequer consegue ter estatuto regional em Espanha!!!), e que chegou ao Séc. XX, sem sequer ter forma escrita e, consequentemente, qualquer tipo de erudição a ela associada, é uma língua que perdeu e que está naturalmente condenada a desaparecer. Nós sabemos o que acontece quando se ressuscita cadáveres. Os zombies nunca foram simpáticos.
Para animar o zombie mirandês, foi preciso publicar uma tradução de um livro do Astérix! Deve ser caso único a nível mundial. Uma língua co-nacional que tem como obra máxima (e única, quase), uma tradução de banda desenhada. Para arranjar professores, foi precisar mandar gente para Espanha e, para interessar a miudagem nesta inutilidade, foi preciso colocá-la nas escolas. Agora, o zombie vai precisar de se alimentar. E, como o português é a língua do mundo dos vivos, o zombie vai ter de o combater. A única forma de convencer os portugueses de Miranda de que, para além do português, do inglês, do francês e do espanhol, ainda têm de aprender a língua dos velhos pastores, é dar-lhe um estatuto de oposição ao todo nacional, é dizer aos miúdos que eles são diferentes dos outros. A única via é a do conflito e do divisionismo. É o que aconteceu em Espanha com línguas nobres como o Português-Galaico, o Catalão e o Basco, línguas de literatura, de cultura superior e, até, de poder mas que, para se imporem, tiveram de se assumir como oposição ao castelhano. Não há outra forma de fazer as coisas.
A consequência deste disparate feito com o Mirandês (pela Esquerda), foi iguais pretensões em Barrancos e - não tenham qualquer dúvida -, daqui a vinte anos, teremos o Crioulo caboverdeano a tentar obter semelhante estatuto na zona da Grande Lisboa. Afinal, de contas, porque não? Será a língua caseira de centenas de milhares de cidadãos portugueses, certo? (cidadania que a Esquerda terá incentivado alegremente através de políticas expresso).
Quanto à questão das regiões artificiais... O indivíduo referir-se-á a quê? O Ribatejo não é perfeitamente identificável física e culturalmente? O Alentejo?... O Algarve, diz esta iluminária é artificial? Uma região separada por uma muralha que chega a levar uma hora a atravessar de carro, não é "natural"?!
Ainda bem que o "27 de julho de 2020 às 22:03" não se pronuncia sobre o resto. Pela amostra que nos deu, seria uma coisa pavorosa.
A Direita adora o divisionismo. Nós contra eles. A Pátria contra o estrangeiro. Os Patriotas contra os traidores. Os Pios contra os ímpios... E por aí a fora.
E depois tem o desplante de acusar aqueles que estão por baixo e reclamam direitos de divisionismo. Como dizia o Disraeli, um Governo Conservador é uma hipocrisia organizada...
O "anónimo Jaime Santos" embarca numa bela hipocrisia. Ele até faz de conta que se esquece das conversas nacionalistas dos governos de Esquerda extrema, dos apelos às "santas pátrias", aos "pátria ou morte", aos "fascistas que nos atacam" e outras coisas que tais.
Aí está a vitimização! Incapaz de discutir argumentando, "28 de julho de 2020 às 13:38" remete-se ao moralismo, à vitimização e ao conceito de superioridade intelectual. Tudo isto, já sabem de quem é típico...
Quanto a discutir e contrapor... temos pena mas isso deve ser uma coisa burguesa.
13 comentários:
Acho que nada divide o país. A nossa memória colectiva (formada logo nas escolas) é que a nossa colonização foi suave. Se eu disser que o meu avô, nos anos 60, ainda viu trabalho forçado em Angola, com negros acorrentados transportados em camionetas de caixa aberta, acha que muita gente acredita? Ná... De vez em quando, há umas trocas de comentários nos jornais, mas isso nada tem a ver com a memória coletiva.
O que divide o país é a Esquerda: está sempre a querer desenterrar esqueletos e, para o fazer, está sempre a falar dos mesmos. Quem inventou uma língua co-oficial? A Esquerda. Quem quer retalhar o país em regiões artificiais? A Esquerda. Quem quer começar uma "guerra civil" baseada na raça? A Esquerda. Quem tenta atirar mulheres contra homens? A Esquerda. Quem quer pôr "trabalhadores" contra patrões? A Esquerda. A Esquerda vive do divisionismo, simples.
A Esquerda é uma malandra.Hoje, faz anos que morreu o BOTAS.
O que divide o país é mesmo o atraso dos portugueses. Dos da esquerda, cheios de complexos de culpa e com uma formação política de breviários e livrinhos coloridos. Dos da direita, oportunistas e corruptos, que aproveitaram para encher os bolsos.
A direita não tem memória colectiva, não deixa de dormir por causa do colonialismo e da escravatura de há uns séculos atrás. A esquerda preocupa-se e auto-flagela-se com o colonialismo, que não conheceu bem (ignorando a trágica descolonização), e com a escravatura de há 500 anos. Vale-lhes de muito. E, num rasgo de inteligência, continua a acusar a direita de gostar do fascismo ( leia-se do regime do antes do 25 de Abril de 1974!) e do Salazar ( que já morreu há séculos), como se isso assustasse alguém hoje. Com esta cultura política e com esta falta de ideias para construir um futuro melhor, não vamos longe.
Em geral, acredita-se que se colhe o que se semeia
se for discórdia, no final será discórdia,
se for amizade, também esperamos o mesmo
se for compreensão, as flores serão do mesmo tipo
se for partilha, os frutos serão saborosos
Querem ver como a divisão e a nossa memória do país é sempre uma construção?
1) Quem inventou uma língua co-oficial?
O Mirandês existe há séculos, é uma forma de promoção e defesa desse património. Por alguma razão a partir do século XIX foram feitos inúmeros estudos sobre a língua.
Por que diabos a "aldeia mais portuguesa de Portugal" e o padrão dos descobrimentos (aliás ambas as construções completamente artificiais e subjectivas) são mais importantes do que a cultura real de um povo? Até a típica pintura negra e dos corações do galo de Barcelos é uma construção completamente artificial, que só surgiu a partir dos anos 1950. Podia continuar...
Não se percebe. Realmente, que contradição. Umas coisas devem ser promovidas, "outras" não. Esse fixismo comportamental e imagético é completamente artificial. Não existe uma história "fixa" das coisas. A história não é uma crença.
2) Quem quer retalhar o país em regiões artificiais?
O país sempre foi historicamente retalhado em regiões artificiais. O Algarve é um exemplo claríssimo. Outra reforma artificial esteve na base na criação dos distritos, e nos anos 1930 a reforma das províncias é claramente artificial. Basta ver os livros, opiniões e comentários nos anos 1920 e 1930 para se ver que esta discussão pouco tem a ver com esquerdas ou direitas. Aliás, qualquer divisão territorial é sempre artificial, impostos e geografia variam.
Quanto ao resto, não merece comentários.
O conhecimento da História de Portugal pelos portugueses é bastante mitológico, e portanto quase nulo.
Não se esqueçam também das boas memórias,
das pessoas que tiveram um comportamento fraterno,
que escreveram e denunciaram os abusos, que sofreram ao lado dos africanos,
que defenderam a causa de mais justiça e igualdade para todos
eles foram poetas, eles foram políticos, eles foram médicos e missionários,
eles foram tanta gente!!!
"27 de julho de 2020 às 22:03" seria divertido mas demonstra a perigosidade da tal Esquerda.
Eu explico-lhe porque razão a promoção do Mirandês é divisionista: porque as línguas, tal como os Estados, as empresas, etc., competem e ganham ou perdem. E uma "língua" que é, apenas um dialeto do Asturo-Leonês (que nem sequer consegue ter estatuto regional em Espanha!!!), e que chegou ao Séc. XX, sem sequer ter forma escrita e, consequentemente, qualquer tipo de erudição a ela associada, é uma língua que perdeu e que está naturalmente condenada a desaparecer. Nós sabemos o que acontece quando se ressuscita cadáveres. Os zombies nunca foram simpáticos.
Para animar o zombie mirandês, foi preciso publicar uma tradução de um livro do Astérix! Deve ser caso único a nível mundial. Uma língua co-nacional que tem como obra máxima (e única, quase), uma tradução de banda desenhada. Para arranjar professores, foi precisar mandar gente para Espanha e, para interessar a miudagem nesta inutilidade, foi preciso colocá-la nas escolas. Agora, o zombie vai precisar de se alimentar. E, como o português é a língua do mundo dos vivos, o zombie vai ter de o combater. A única forma de convencer os portugueses de Miranda de que, para além do português, do inglês, do francês e do espanhol, ainda têm de aprender a língua dos velhos pastores, é dar-lhe um estatuto de oposição ao todo nacional, é dizer aos miúdos que eles são diferentes dos outros. A única via é a do conflito e do divisionismo. É o que aconteceu em Espanha com línguas nobres como o Português-Galaico, o Catalão e o Basco, línguas de literatura, de cultura superior e, até, de poder mas que, para se imporem, tiveram de se assumir como oposição ao castelhano. Não há outra forma de fazer as coisas.
A consequência deste disparate feito com o Mirandês (pela Esquerda), foi iguais pretensões em Barrancos e - não tenham qualquer dúvida -, daqui a vinte anos, teremos o Crioulo caboverdeano a tentar obter semelhante estatuto na zona da Grande Lisboa. Afinal, de contas, porque não? Será a língua caseira de centenas de milhares de cidadãos portugueses, certo? (cidadania que a Esquerda terá incentivado alegremente através de políticas expresso).
Quanto à questão das regiões artificiais... O indivíduo referir-se-á a quê? O Ribatejo não é perfeitamente identificável física e culturalmente? O Alentejo?... O Algarve, diz esta iluminária é artificial? Uma região separada por uma muralha que chega a levar uma hora a atravessar de carro, não é "natural"?!
Ainda bem que o "27 de julho de 2020 às 22:03" não se pronuncia sobre o resto. Pela amostra que nos deu, seria uma coisa pavorosa.
Cuidado com os zombies...
A Direita adora o divisionismo. Nós contra eles. A Pátria contra o estrangeiro. Os Patriotas contra os traidores. Os Pios contra os ímpios... E por aí a fora.
E depois tem o desplante de acusar aqueles que estão por baixo e reclamam direitos de divisionismo. Como dizia o Disraeli, um Governo Conservador é uma hipocrisia organizada...
O "anónimo Jaime Santos" embarca numa bela hipocrisia. Ele até faz de conta que se esquece das conversas nacionalistas dos governos de Esquerda extrema, dos apelos às "santas pátrias", aos "pátria ou morte", aos "fascistas que nos atacam" e outras coisas que tais.
A velha conversa fiada...
Quem me tentou atacar ad hominem não merece grande resposta. Quem disse que sou de esquerda? Falei de História, não de divisões políticas.
O mirandês foi protegido a partir do século XIX. Nunca leu nada de Leite de Vasconcelos, está mais do que visto.
Quanto às regiões artificiais, nunca leu Orlando Ribeiro, está mais do que visto.
Podia continuar, sim, mas seria uma parvoíce. Até a divisão dos estados é completamente arbitrária.
Lembrei-me, agora, que a "cancel culture", o politicamente correto e a cultura de vitimização têm sido, também, uma criação da Esquerda.
Aí está a vitimização! Incapaz de discutir argumentando, "28 de julho de 2020 às 13:38" remete-se ao moralismo, à vitimização e ao conceito de superioridade intelectual. Tudo isto, já sabem de quem é típico...
Quanto a discutir e contrapor... temos pena mas isso deve ser uma coisa burguesa.
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