Cameron foi um PM normal. Convocou um referendo porque já não havia forma de iludir a má-vontade contra a UE de grande parte da opinião pública e de grande parte do seu partido. Convocar um referendo é democrático. Cameron perdeu o referendo e, adequadamente, demitiu-se. Não fez mais do que aquilo que deveria ter feito. May é uma PM ambiciosa, que ambicionou ser PM e ambiciona continuar a sê-lo. Era contra o Brexit mas passou a ser a favor para poder ser PM, e tem aproveitado todas as dificuldades do Brexit para poder continuar a sê-lo. Teve e tem a coragem de liderar o seu país, coisa que mais ninguém se apresta para, nem seria capaz de, fazer.
Ficará que os nossos antigos aliados não sabem o que querem ?! ou querem a faca e o queijo, o queijo e o presunto, e a fraternidade e a solidariedade, senhor ?! onde estarão ?
Senhor Embaixador : O Reino Unido tentou participar à “Volta à Europa, corrida na qual participam 27 equipas. Os dirigentes da equipa britânica nunca participaram com grande convicção, e talvez nunca tivessem tido a intenção de respeitar os seus regulamentos.
A tal ponto que, o General de Gaulle , que patrocinou a corrida no seu começo, queria que’ os corredores britânicos pedalassem despidos. “A poil, como ele dizia!” Sim, porque fazer pedalar na mesma equipa, a Nova Zelândia, a Austrália, a Índia, a África do Sul, Singapura, Malásia, o Canada, o Paquistão, a Papuásia, e trinta outros Estados do Commonwealth, não haveria pódio bastante grande para os receber.
O General tinha razão, mas a União Europeia foi boazinha, que aceitou o Reino Unido, mesmo pedalando com uma bicicleta montada com um só pedal, o segundo, pesando uma “libra” esterlina sendo incompatível numa tal corrida de plebeus, com a gloria do Império, sobre o qual, durante séculos, o Sol não se escondia no horizonte.
Tendo decidido de abandonar a corrida plebeia do “ Tour da Europa “ por falta de corredores que aceitem pedalar para uma glória incerta, o regulamento exige uma decisão de abandono clara e nos prazos., a equipa devendo arcar com os custos inerentes do abandono na estrada.
Quando se trata de pagar, para um sujeito britânico é difícil. Eles sempre preferiram receber do mundo inteiro. Mas o regulamento, é o regulamento.
O problema é que lhes falta um negociador à altura. E os Disraeli, e os Churchill já não existem. Mesmo as Thatcher .
A Nação que inventou a Democracia, tem dificuldade a encontrar o caminho inverso. Porque um referendo respondeu a uma questão, esta questão não se pode repetir. Seria anti democrático recomeçar.
Então, Teresa May, está condenada a entrar na História como a condutora do “camião -vassoura”, recolhendo ao longo da estrada os escombros dum Império.
O sistema democrático no Reino Unido destribui poder político entre o PM em Downing St e o Parlamento em Westminster. May ficou com a gestão das negociações, de um Brexit(?), com os representantes da União Europeia. O Parlamento conseguiu, em votação, obter para si a última palavra sobre qualquer dos diferentes resultados de essas negociações, ditas Brexit.
A PM Teresa May, neste caso Brexit, tendencialmente autoritária, tentou sempre ser ela, quase pessoalmente, quem geria as negociação com os representantes da União Europeia. Deixou pelo caminho vários (dignos) intermediários seus. Um perfil de conduta assim de um Executivo, não é para qualquer um, como ainda se verifica hoje. É demasiado arriscado pois não há um negociador -como por exemplo um embaixador- para amortecer, ou mesmo sofrer, o embate nas questões difíceis.
Convenhamos que a posição da União Europeia nestas negociações Brexit não foi, não é, nem poderá ser cooperante. Felizmente o longo negociar serviu para aclarar no seio da opinião pública, do RU, o quem é quem, no Governo e no Parlamento. Sobre o quem é quem nesta União Europeia hoje todos sabemos bem mais do que se imaginava antes de estas negociações. Muito mais.
A atitude de Cameron, não foi de coragem, foi de oportunismo! Saiu-lhe, foi o tirinho pela culatra e colocou o Reino Unido, numa grande caldeirada com a ajuda de alguns malucos, que após a campanha na defesa feroz do Brexit, se afastaram da borrasca. Ainda ninguém sabe como isto irá acabar; muito menos os ingleses. É-lhes muito bem feito.
Se alguém , honesto, tivesse explicado aos britânicos o que continha o "frasquinho" explosivo chamado "Brexit", nao teriam dito "Yes" !
Mais de 275 instituições da área financeira transferirão valores patrimoniais no montante de 1,2 trilhões de dólares da Grã-Bretanha para a UE.
Dez grandes bancos, sobretudo bancos de investimento, transferirão 800 bilhões de libras para a UE. Some-se a isso mais 35 bilhões da área de seguros e 65 bilhões de valores patrimoniais e investimentos diversos. Lugares atrativos para tais transferências são Dublin, na Irlanda, seguida de Luxemburgo, Paris, Frankfurt, Amsterdão.
O que enfraquecerá a influência da Grã-Bretanha no setor bancário e financeiro da UE, diminuirá o valor arrecadado em impostos e reduzirá a exportação de serviços financeiros à UE”.
Ilustrativo também é o facto, divulgado por alguns órgãos da mídia britânica e pela “Der Spiegel” online (de 10 de março), da Alemanha, de que milionários e bilionários britânicos tratam de transferir parte de seus vultosos capitais para lugares que acham mais seguros — de preferência para os chamados paraísos fiscais. Um claro indício de que os especialistas da área financeira, milionários e bilionários claramente reconhecem o dramático que será um Brexit sem acordo.
Diante da insegurança, milhares de britânicos já deixaram o seu Great Britain e estão requerendo a cidadania noutros países da UE.
Entre os países preferidos encontram-se Alemanha, Irlanda, Portugal e Suécia.
Estatísticas da Alemanha revelam que em 2015, um ano antes do plebiscito, apenas 622 cidadãos britânicos requereram a cidadania alemã.
Em 2017 este número aumentou para 7493 — cifra superada apenas por cidadãos de procedência turca.
Cerca de 600 mil cidadãos do Reino Unido estariam preparados para deixar a Grã-Bretanha — dos quais 44% (264 mil) citam a Alemanha como destino preferido. Idosos preferem Portugal e Espanha onde, há anos, já vivem milhares de aposentados do Reino Unido.
Estou jà a ouvir os protestos dos Portugueses quando os preços de tudo passarem para o nivel de paraiso fiscal ...
Um pé de página, como lhe chamou, fraquito, para ambos. Se o Brexit fosse a bom porto, estou a ver Theresa May ser vista por muitos como uma política tenaz e perseverante e Cameron como um político corajoso. Mas esse cenário é improvável, de forma que a deriva será, respectivamente, para a imagem de uma política inflexível e inábil e de um político irresponsável.
11 comentários:
Cameron foi um PM normal. Convocou um referendo porque já não havia forma de iludir a má-vontade contra a UE de grande parte da opinião pública e de grande parte do seu partido. Convocar um referendo é democrático. Cameron perdeu o referendo e, adequadamente, demitiu-se. Não fez mais do que aquilo que deveria ter feito.
May é uma PM ambiciosa, que ambicionou ser PM e ambiciona continuar a sê-lo. Era contra o Brexit mas passou a ser a favor para poder ser PM, e tem aproveitado todas as dificuldades do Brexit para poder continuar a sê-lo. Teve e tem a coragem de liderar o seu país, coisa que mais ninguém se apresta para, nem seria capaz de, fazer.
Dois grandes patriotas.
Cameron teve a coragem em dar a voz ao povo. May a coragem de fazer aplicar a vontade do povo.
Ficará que os nossos antigos aliados não sabem o que querem ?!
ou querem a faca e o queijo,
o queijo e o presunto,
e a fraternidade e a solidariedade, senhor ?! onde estarão ?
Senhor Embaixador : O Reino Unido tentou participar à “Volta à Europa, corrida na qual participam 27 equipas. Os dirigentes da equipa britânica nunca participaram com grande convicção, e talvez nunca tivessem tido a intenção de respeitar os seus regulamentos.
A tal ponto que, o General de Gaulle , que patrocinou a corrida no seu começo, queria que’ os corredores britânicos pedalassem despidos. “A poil, como ele dizia!” Sim, porque fazer pedalar na mesma equipa, a Nova Zelândia, a Austrália, a Índia, a África do Sul, Singapura, Malásia, o Canada, o Paquistão, a Papuásia, e trinta outros Estados do Commonwealth, não haveria pódio bastante grande para os receber.
O General tinha razão, mas a União Europeia foi boazinha, que aceitou o Reino Unido, mesmo pedalando com uma bicicleta montada com um só pedal, o segundo, pesando uma “libra” esterlina sendo incompatível numa tal corrida de plebeus, com a gloria do Império, sobre o qual, durante séculos, o Sol não se escondia no horizonte.
Tendo decidido de abandonar a corrida plebeia do “ Tour da Europa “ por falta de corredores que aceitem pedalar para uma glória incerta, o regulamento exige uma decisão de abandono clara e nos prazos., a equipa devendo arcar com os custos inerentes do abandono na estrada.
Quando se trata de pagar, para um sujeito britânico é difícil. Eles sempre preferiram receber do mundo inteiro. Mas o regulamento, é o regulamento.
O problema é que lhes falta um negociador à altura. E os Disraeli, e os Churchill já não existem. Mesmo as Thatcher .
A Nação que inventou a Democracia, tem dificuldade a encontrar o caminho inverso. Porque um referendo respondeu a uma questão, esta questão não se pode repetir. Seria anti democrático recomeçar.
Então, Teresa May, está condenada a entrar na História como a condutora do “camião -vassoura”, recolhendo ao longo da estrada os escombros dum Império.
“Rule Britânnia” foi ontem.
O que ficará de Sócrates na história de Portugal? E do Antonio Costa?
Levam sempre a melhor...bifes dum raio.
É o que dá os políticos ingleses terem deixado de beber
Fernando Neves
O sistema democrático no Reino Unido destribui poder político entre o PM em Downing St e o Parlamento em Westminster.
May ficou com a gestão das negociações, de um Brexit(?), com os representantes da União Europeia.
O Parlamento conseguiu, em votação, obter para si a última palavra sobre qualquer dos diferentes resultados de essas negociações, ditas Brexit.
A PM Teresa May, neste caso Brexit, tendencialmente autoritária, tentou sempre ser ela, quase pessoalmente, quem geria as negociação com os representantes da União Europeia. Deixou pelo caminho vários (dignos) intermediários seus.
Um perfil de conduta assim de um Executivo, não é para qualquer um, como ainda se verifica hoje.
É demasiado arriscado pois não há um negociador -como por exemplo um embaixador- para amortecer, ou mesmo sofrer, o embate nas questões difíceis.
Convenhamos que a posição da União Europeia nestas negociações Brexit não foi, não é, nem poderá ser cooperante.
Felizmente o longo negociar serviu para aclarar no seio da opinião pública, do RU, o quem é quem, no Governo e no Parlamento.
Sobre o quem é quem nesta União Europeia hoje todos sabemos bem mais do que se imaginava antes de estas negociações. Muito mais.
A atitude de Cameron, não foi de coragem, foi de oportunismo! Saiu-lhe, foi o tirinho pela culatra e colocou o Reino Unido, numa grande caldeirada com a ajuda de alguns malucos, que após a campanha na defesa feroz do Brexit, se afastaram da borrasca. Ainda ninguém sabe como isto irá acabar; muito menos os ingleses. É-lhes muito bem feito.
Se alguém , honesto, tivesse explicado aos britânicos o que continha o "frasquinho" explosivo chamado "Brexit", nao teriam dito "Yes" !
Mais de 275 instituições da área financeira transferirão valores patrimoniais no montante de 1,2 trilhões de dólares da Grã-Bretanha para a UE.
Dez grandes bancos, sobretudo bancos de investimento, transferirão 800 bilhões de libras para a UE. Some-se a isso mais 35 bilhões da área de seguros e 65 bilhões de valores patrimoniais e investimentos diversos. Lugares atrativos para tais transferências são Dublin, na Irlanda, seguida de Luxemburgo, Paris, Frankfurt, Amsterdão.
O que enfraquecerá a influência da Grã-Bretanha no setor bancário e financeiro da UE, diminuirá o valor arrecadado em impostos e reduzirá a exportação de serviços financeiros à UE”.
Ilustrativo também é o facto, divulgado por alguns órgãos da mídia britânica e pela “Der Spiegel” online (de 10 de março), da Alemanha, de que milionários e bilionários britânicos tratam de transferir parte de seus vultosos capitais para lugares que acham mais seguros — de preferência para os chamados paraísos fiscais. Um claro indício de que os especialistas da área financeira, milionários e bilionários claramente reconhecem o dramático que será um Brexit sem acordo.
Diante da insegurança, milhares de britânicos já deixaram o seu Great Britain e estão requerendo a cidadania noutros países da UE.
Entre os países preferidos encontram-se Alemanha, Irlanda, Portugal e Suécia.
Estatísticas da Alemanha revelam que em 2015, um ano antes do plebiscito, apenas 622 cidadãos britânicos requereram a cidadania alemã.
Em 2017 este número aumentou para 7493 — cifra superada apenas por cidadãos de procedência turca.
Cerca de 600 mil cidadãos do Reino Unido estariam preparados para deixar a Grã-Bretanha — dos quais 44% (264 mil) citam a Alemanha como destino preferido. Idosos preferem Portugal e Espanha onde, há anos, já vivem milhares de aposentados do Reino Unido.
Estou jà a ouvir os protestos dos Portugueses quando os preços de tudo passarem para o nivel de paraiso fiscal ...
Um pé de página, como lhe chamou, fraquito, para ambos. Se o Brexit fosse a bom porto, estou a ver Theresa May ser vista por muitos como uma política tenaz e perseverante e Cameron como um político corajoso. Mas esse cenário é improvável, de forma que a deriva será, respectivamente, para a imagem de uma política inflexível e inábil e de um político irresponsável.
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