domingo, março 03, 2019

Procópio


Quando, há horas, lá entrei, a média etária deve ter subido vertiginosamente para os 30 anos. O “Procópio” está muito diferente, bem mais jovem, muito mais alegre e agradável do que nos últimos anos do “nosso tempo”. Ah! E “também” às vezes se fala português por lá!

Olhei para a mesa “Dois”. Estava ocupada por pessoal muito distinto do que nós éramos. Imagino que a conversa não tivesse rigorosamente nada a ver com a que, por décadas, por ali alimentámos. 

É que tudo isso já lá vai, há muito! O “Procópio”, com naturalidade e aparentemente sem o menor esforço, soube reinventar-se, encontrou uma nova forma de estar na noite de Lisboa - outra gente, outros copos, outro tipo de diversão. E, dessa forma, partiu para uma nova fase da sua “estranha” e bela forma de vida.

Há já muitas semanas que fazia “gazeta” do meu bar de sempre. Ontem, ao final da noite, deu-me para passar por lá. Fiquei à conversa com a “Sedonalice”, ao balcão, com umas cervejolas a liquefazer a noite.

Quero dizer que fiquei muito feliz ao constatar que o “Procópio” continua a ser o lugar geométrico onde alguma noite saudável de Lisboa cada vez mais se encontra. 

Há muitos outros bares em Lisboa? Claro que sim! Mas quem sabe destas coisas também sabe que não é a mesma coisa! O “Procópio” é único!

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Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...