segunda-feira, março 04, 2019

Amigos perdidos

Há pouco, por uma qualquer razão, lembrei-me deles. Dos amigos que, entretanto, se foram. Não me refiro aos que morreram, mas aos que, com o tempo, se foram afastando, nos caminhos da vida. Não foram muitos, mas alguns eram mesmo dos “de toda a vida”, como algumas pessoas acham “bem” dizer. Em nenhuma dessa meia-dúzia de separações me pertenceu o gesto, tendo sido eles que tomaram a iniciativa de sair de cena. Às vezes, por razões que me pareceram fúteis, outros por um quid pro quo sem sentido, outros ainda por motivos que, à certa, nunca cheguei a perceber muito bem. Num ou outro caso, pela política, imaginem! Terei tido culpas “no cartório”? Quem sou eu para julgar as razões dos outros, quando, por vezes, nem as minhas consigo avaliar bem! Uma coisa já concluí: esta vida não é suficientemente longa para que tenhamos tempo para nos preocupar e ficar a maturar em tudo o que ela nos traz de menos agradável. O que lá vai lá vai! Olhar em frente, porque o caminho é por aí. É que a vida são dois dias e o Carnaval são três - e um já quase passou!

3 comentários:

Anónimo disse...

Boa Tarde,

Gosto muito do que o senhor Embaixador escreve e desejo-lhe um bom carnaval

Com os melhores cumprimentos,

Maria Mercês

Guilherme Sanches disse...

E os que telefonam e não recebem chamadas de retorno, que não fazem parte da agenda e raramente se encaixam nas sobras, que apenas a geografia afastou e que vivem no "back stage" da notoriedade, que parecem ter-se tornado invisíveis, esses estão sempre PRESENTES! E esses são seguramente AMIGOS e não há política que os separe.
Um abraço

Anónimo disse...

A vida, os caminhos que se vão trilhando, os interesses de cada um, sejam pessoais, políticos, como diz, ou de outro tipo, acabam por vezes, por afastar as pessoas. Um tipo, há medida que os anos vão passando, vai sendo mais selectivo nas companhias com quem prefere estar e conviver. Porque Diabo se há-de continuar a conviver com alguém com quem, aos poucos, fomos perdendo afinidades, ou interesses em comum? Por mim, não vejo problema nenhum nisso! Como dizia um Provérbio antigo: mais vale só do que mal acompanhado. Ora bem!
É certo, que, por vezes, certas relações se retomam, mas, julgo não ser a norma. Quando essas mesmas relações se vão esgotando, ou se esgotaram, por qualquer razão, porquê retomá-las? E o que é aproxima essas pessoas no futuro? Sobretudo quando se trata de pessoas que já têm um boa experiência de vida e alguns anos em cima do esqueleto? Com as suas convicções, modo de estar na vida, mais ou menos simpatias por determinadas atitudes, pessoais, profissionais, políticas, ou outras?
Por mim, já deixei cair relações, de que não me ressinto minimamente e prefiro as que vou mantendo a outras que hoje já pouco me dizem. A vida é assim mesmo. Quanto mais anos passam sobre nós, mais selectivos vamos ficando. É normal sermos selectivos para com o queremos das relações para connosco, naturalmente.
Such is life!


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